O Dom das Palavras

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"Jimin está mudando ao ponto de eu me perguntar se poderei alcança-lo um dia."

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Naquela noite, quando a porta bateu com firmeza e o som desagradável e alto da própria respiração dominou seus ouvidos, Taehyung se inclinou para trás, os olhos arregalados por conta do mais puro ressentimento. Pensou, de repente, em todas as vezes que Jungkook subiu o tom consigo, o confrontou e lhe disse palavras rudes no calor do momento. Ele jamais se abalou realmente. Sempre foi do tipo que soltava um riso frouxo e abanava as mãos, a língua ferina dominava uma resposta à altura e, por fim, ficava tudo em ordem com ambos. 

Todavia, naquele momento, as mãos em punhos dentro do casaco de pele tremerem bruscamente, a cabeça - tomada por pensamentos confusos e sombrios - tombou para frente; seu corpo demonstrava o que não conseguia dizer em palavras. 

Jungkook insinuou que Taehyung cortejava Jimin e, ainda por cima, para suprir uma carência patente.

Era vergonhoso ao ponto de ele ao menos conseguir dar um passo, embora desejasse com afinco fazer alguma coisa para dar fim ao seu mal estar. Sua intimidade foi atacada, seu caráter havia sido posto num alvo ao qual foi golpeado por uma flecha certeira; no entanto, não era justo.

À sua direita, alguns metros afastado, SeokJin admirava a noite tranquila de inverno, escondido nas sombras. Ouviu a explosão de Jeon Jungkook para com seu melhor amigo e não pôde evitar de se sentir estranho.

— Deveria me ver como um bom amigo vez ou outra, Kim – se pronunciou num tom acima do usual para chamar atenção dele, que virou o rosto pálido e petrificado na sua direção. SeokJin admirou a noite estrelada e levou o charuto aos lábios, um hábito herdado por seu pai falecido. — Garanto a você que não mandarei que sente, role e finja-se de morto.

Um cachorro.

O duque Kim SeokJin acabava de comparar Taehyung a um cachorro, dentro da visão que tinha de sua figura. 

Por fim, ele acordou do transe ao qual foi colocado e encarou a porta de Jungkook antes de mover os pés para trás. As costas bateram nas grossas barras de aço cromado, um suspiro trêmulo escapou dos seus lábios maltratados pelo frio.

— Jungkook nunca me tratou desse modo antes.

— Oh, é claro que não! Ele apenas fez de você mensageiro, faça chuva ou sol e neve; fez de você um "costas quentes" para que pudesse fugir das consequências de suas falcatruas e, mais recentemente, ele o fez ser babá daquele garoto.

O julgamento do duque era dúbio, rude e inaceitável. Taehyung respirou fundo duas vezes seguidas antes de se aproximar vacilante e ranger os dentes diante de SeokJin, ainda que este não tenha se virado para vê-lo.

Ômega De Valor - Jikook (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora