Dezessete.

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- Desculpe. - Falo quando esbarro em querer em uma pessoa.

Eu estou com pressa, outra vez a Vovó Eleonor está me chamando e ela reclama muito se eu demoro para chegar.

- A senhora me chamou? - Pergunto quando entro no quarto dela, apoio minhas mãos no joelho tentando recuperar o fôlego.

- Você é muito lenta. - Ela reclama. - Quando eu te chamar quero que chegue em quinze segundos.

Que ódio!

- Mas essa já é a décima vez que me chama. - Respondo. - O que é desta vez?.

- Ligue a TV para mim. - Ela diz cruzando os braços.

Olho para ela sem acreditar, ela me chamou para Isso?

- A senhora pode usar o controle. - Digo pegando o aparelho que está em cima da cama! E a tv portátil que está em um suporte do lado da cama.

- O meu braço dói... - Ela diz levantando o braço. - Eu não consigo pressionar o botão.

- É um botão. - Digo indignada. - A senhora só pressionar um pouco. E a senhora tem um braço que não está doendo, certo?

- Você! - Ela me olha irritada. - Para uma idosa que está seriamente doente e fraca, você se atreve a dizer uma coisa tão terrível?

O que eu disse?

- A senhora está muito bem! - Digo cruzando os braços. - Você é muito mimada.

Eu estou tão irritada. Como uma paciente pode ser assim?

-  Que mulher horrível. - Ela vira o rosto em direção a janela. -  Você é uma bruxa.  Você é uma bruxa! AHH!

Ela começa a gritar e a chorar me deixando muito assustada. Se ela continuar provavelmente vou ser repreendida pela Yonta.

- Pare de chorar, por favor. - Imploro esfregando uma mão na outra.

- O que aconteceu? - Yonta entra no quarto junto com a outra enfermeira, Yonta me empurra e vai até ela. - O que houve?

A senhora coloca a mão no peito, fazendo o maior teatro. Como ela pode ser assim?

- Essa estagiária... - Ela diz. - Ela é horrível!  De repente, ela começou a gritar comigo, uma idosa como eu!

Que falsa!

- Diarra! Venha comigo por um instante. - Yonta de me puxando para fora.  

Estou ferrada.

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Respiro fundo subindo os lances das escadas do hospital. Existe uma regra que os estágios não podem usar o elevador.

E eu tive que sair do hospital para comprar o chocolate para a Eleonor. Que exigiu que eu fosse.

Depois de cinco andares eu consigo chegar lo quarto dela.

- Aqui está, desculpe a demora. - Digo.

- Está errado! - Ela diz. - Eu disse que queria um chocolate crocante não foi? Isso parece uma barra de crocante para você?

- Não vendem isso na loja. - Digo irritada. - E mesmo que não seja crocante, não está bom já que é chocolate?

- O que está dizendo? Chocolate que não é crocante não é chocolate. - Ela diz me empurrando o chocolate. - Vá e traga o crocante.

Que droga.

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Chego na sala das enfermeiras exausta. Meu corpo todo dói. Eu não pensei que ser enfermeira fosse tão ruim assim.

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