capítulo 32

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                     Kim Taehyung

Ainda me culpo por não ter feito tudo o que pude para ficar com Hae Soo, eu não tiro a razão dela, ela não deve ter se sentido amada o suficiente, mas eu á amo tanto, tanto que meu coração ainda está aflito sem ela, acho que consigo ser egoísta a esse ponto...o culpado de tudo isso sou eu e o que mais me atinge é saber que talvez eu nunca poderei tê-la de novo, como viverei? Como irei arrumar essa bagunça? Além disso, ela seria capaz de perdoar afinal?

O dia que vi ela na empresa foi como se meu mundo tivesse desabado ali mesmo, ela nem me olhou...e me dói saber que ela ainda me ama, Hae Soo deve estar sofrendo tanto quanto eu, é por isso que quero concertar tudo o mais rápido possível, peço aos céus para ela me aceitar de volta.

-Por que está tão distraído filho?- minha mãe me chama e eu recupero meus sentidos, estou sentado em uma enorme mesa jantando com meus pais e os pais de Tae Hee, como se fossemos uma "família" normal.

-Apenas pensando.- levo um pedaços do bife à boca e continuo com o olhar baixo.

-Como está o planejamento do casamento querida?- papai pergunta à Tae Hee.

-Está indo tudo conforme planejado pai'...-ela me olha- apenas Taehyung que não está me ajudando em nada,- fecho meus olhos, suspiro e aperto minhas mãos- até parece que irei casar sozinha.- ela ri.

-Taehyung, por que está fazendo isso?- sua voz já não é mais doce e calma- Eu não disse para fazer o certo desta vez? Tae Hee precisa de ajuda, faça o mínimo! Até parece que ela irá se casar sozinha, horas...-minha mãe deposita sua mão no braço dele para acalmá-lo.

Abro meus olhos e decido dizer o que está entalado aqui, afinal, por quê deixar para amanhã o que se pode fazer hoje?

- E ela irá se casar sozinha, nunca disse que iria me casar com ela.- os pais dela arregalam seus olhos e me encaram.

-O que você está dizendo Tae?- mamãe sussurra baixo para mim- Não levem o Tae a sério senhor Eun, ele não passou bem a noite.

-Estou em perfeitas condições mamãe, me desculpem senhor e senhora Eun, mas eu não posso me casar com a sua filha...eu amo outra pessoa.

-Como assim outra pessoa?- senhor Eun olha para meu pai agora- Não tínhamos um trato Kim?

Meu pai me fuzila com o olhar e voltar a olhar calmo para Eun- E temos! Taehyung sabe que este é o dever dele, nada irá mudar, afinal Tae Hee gosta muito do Tae.- ele sorri amigável para a garota.

-Se me derem licença,- levanto e espero sair daqui, eu não aguento ser tratado como se eu fosse um objeto de valor- preciso fechar alguns casos do trabalho.

- Você não vai a lugar nenhum enquanto não terminamos esse jantar!- meu pai bate na mesa fazendo todos se assustarem com o barulho.- Sente-se agora!

-Aguente mais um pouco, pare de arrumar caso assim.- sento-me novamente e o que mais espero é poder ir pra casa o mais rápido possível.

Percebo que esse controle sempre existiu,  meu pai nunca me tratou com amor. Ele sempre me levava para jantares de negócios e falava tudo o que eu fazia e que eu ia me tornar, como se eu fosse um objeto valioso e muito útil, tão útil que apenas me casamento seu império fica ainda maior, é triste crescer e entender que a sua existência foi planejada para arrecadar mais dinheiro, é por isso que quero ainda mais fazer o contrário.

[...]

O jantar acabou depois de alguns longos minutos, não me atrevi a dizer uma palavra se quer, eles estão avisados que eu não me casarei com a Tae, só precisam agora esperar tudo dar certo e verão.

-Por que não vai me deixar em casa?- pergunto quando percebo que o motorista está indo direto para casa de meus pais.

-Você passará a noite em casa hoje.- não entendo, uma hora ele quer me matar e na outra quer que eu durma em casa? Esse velho tá aprotando alguma coisa.

[...]

Chegamos em casa e minha mãe foi na frente para poder trocar os lençóis da minha cama, meu pai foi pra dentro também e estou brincando com Meg por alguns segundos, o que mais sinto saudade longe de casa é dessa cachorrinha.

-Taehyung esta tudo pronto.- agradeço a empregada e caminho até a porta.

Tiro meu casaco e meu sapato, mal coloco meus pés para dentro e recebo um soco, mais um, mais um e mais um, agora já estou no chão devido a tontura que me deu, meu pai está em cima de mim socando inúmeras partes do meu corpo, gemo e choro de dor e sem querer imploro para ele parar,  mas nada adianta.

-Você vai matá-lo!- ouço a voz de minha mãe e depois de segundos sinto um alívio pelo corpo pesado ter saído de cima de mim, deixo um suspiro pelas dores que sinto.

-Por que fez isso?- minha mãe pergunta incrédula à ele, me recupero e sento-me no chão, acho que precisarei de mais uns minutos para poder levantar.

-Por que? Ele desacatou minhas ordens na frente de alguém que tenho negócios!- ele vem até mim- Escuta bem garoto, nunca mais ouse me desobedecer,- ele olha com desgosto para minha face- isso não é nada em comparação do que eu posso fazer com você, aliás eu posso destruir essa garotinha dos seus sonhos...Park Hae Soo não é? Não brinque comigo Taehyung, viva o que eu mandar viver.- ele caminha até seu quarto- Venha Da Bin!- minha mãe me olha com pena e vai até ele.

Sempre tive vários pensamentos sobre meu pai, mas nunca pensei que ele poderia me bater tanto assim, nunca pensei que ele poderia ameaçar acabar com a vida de alguém...eu não tenho ninguém, minha família não é real.

Se eu pudesse agora correria para meu abrigo, se eu realmente pudesse eu correria para os braços da Soo e ficaria ali para sempre, mas a pequena esperança que eu tinha de tê-la de volta esta indo embora, meu pai é poderoso eu não duvido dele e não quero que Hae Soo sofra por minha conta, talvez o meu destino é viver sem ela, eu só preciso aceitar o caminho que meu pai fez e deixá-la livre, isso é o que ela merece...paz.

Enxugo as lágrimas que caem disparadamente dos meus olhos e me apoio na escada para poder levantar, vou ir embora e ficar o mais longe que puder daqui.

Agora eu sei o que fazer, Hae Soo será feliz e terá paz longe de mim, enquanto à mim? Eu viverei o que foi me direcionado. Somos o que as pessoas chamam de "almas gêmeas" mas a verdade é que elas estão destinadas a se encontrarem, mas quem garante que ficaram juntas para sempre? A vida nos proporciona caminhos à serem seguidos, as vezes os mais dolorosos são a melhor opção.

Would you be my destiny?-𝑲𝒊𝒎 𝑻𝒂𝒆𝒉𝒚𝒖𝒏𝒈Onde histórias criam vida. Descubra agora