Quinhentos anos antes da batalha de Nova York, Morgana Tudor foi amaldiçoada por uma bruxa e agora, vaga pela terra, imortal, tendo a difícil missão de absorver almas para que sua existência seja menos dolorida.
Uma série de erros em meio ao seu no...
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Morgana Tudor observava a vista da janela do escritório de Nicky Fury. O novo prédio da Shield era muito mais moderno, com um design clean, janelas panorâmicas em todos os andares e muito mais alto que o anterior. A vista daquele cair da tarde era de tirar o fôlego.
Enquanto ela observava as nuances laranjas do céu se tornarem cada vez mais escuras enquanto a noite chegava, ela suspirou, esfregando a mão no rosto para espantar o sono que sentia. Não havia dormido nada nas últimas trinta e seis horas e o silêncio da sala faziam com que ela quisesse dormir alí mesmo, no enorme sofá macio e preto.
Por esse motivo, Morgana andou até a janela e começou a observar a paisagem. Fury estava atrasado muitos minutos, no entanto, ela sabia o quanto ele era ocupado, portanto, nem mesmo ousou ficar chateada. Ela esperava há vinte minutos. Ele, há cinco anos.
Morgana franziu os lábios e torceu as mãos. Era verdade que estava nervosa. Quer dizer, ela sabia que os Vingadores poderiam a querer de volta, mas ela imaginava que teria que passar por outra audiência, outra avaliação… E Morgana não aceitou ir para os Estados Unidos para integrar a equipe novamente. Ela não era uma Vingadora. Morgana aceitou ir para manter o livro em segurança enquanto tentava entender que beijo de amor verdadeiro queriam dela.
Tudo bem. Uma parte dela achava que poderia ser Steve. Mas noventa por cento de Morgana concordava que não era só porquê ela tinha uma enorme queda por ele, que ele seria seu amor verdadeiro. E não, Morgana não arriscaria matá-lo em troca de uma experiência. Na verdade, o pensamento infantil de que poderia ser Phillipe a arrasou, porque se fosse, então ela havia matado tantos anos antes a única pessoa capaz de quebrar a maldição.
Céus, parecia até mesmo uma enorme sacanagem que ela dependesse de outra pessoa para ter sua vida de volta. Se é que teria, afinal, ela também poderia morrer. Ficar tão velha, que se imaginava virando pó em pleno ar, se desfazendo contra o vento. Se fossem essas as consequências, Morgana poderia aceitar. Finalmente, ter paz e descansar… Já havia vivido muito mais do que deveria. Não seria nada mal deixar de existir. Não teria tantos pensamentos em sua cabeça e nunca mais faria mal a ninguém.
-Eu atrapalho?
Morgana estremeceu de susto e em um impulso, se virou, com pressa. Soltando o ar, ela suspirou e encarou Nicky Fury, parado na porta da sala dele, com as mãos cruzadas na frente do corpo, segurando o livro.
-Oi, Fury.
-Oi, Tudor. Como vai?
Fury caminhou até a própria cadeira e apontou para o lugar vago na sua frente. Morgana sentou e o encarou, torcendo os dedos por debaixo da mesa. Ela forçou um sorriso e tentou agir o mais naturalmente possível.
