𝟭𝟲.

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Na manhã gélida,de baixo dos cobertores azuis como o céu a noite, Bea estava pensando atentamente como séria seu dia,agora particularmente ela só pensava em uma coisa "Morrer"

Beatrice

"Morte" só isso que eu penso neste dia, não só neste em quase todos que eu vaguei em minha vida até hoje. A final,o que tem a morte ? Não tenho medo da morte, na verdade porque teria ? Um dia ela vai acontecer, não adianta fugir ou negligênciar, o que me traz medo é o futuro,porque ele só dependerá de mim. Agora são 06:00 pm, tenho que levantar, hoje não vai ser um dia fácil. Lembra da palavra "morte" pois bem ela está acompanhada com esse dia e os demais próximos.

Hoje vai ser meu primeiro dia em dupla com Regulus, olhando os fatores de bem dessa dupla... É que nós somos inteligentes,mas isso não será fácil porque duas mentes com o estilo narcisista e individualista já resulta em uma coisa: líderes de seus próprios trabalhos e projetos. Sentada de pernas cruzadas em minha cama com o cabelo todo desarrumado e olheiras profundas,tento criar coragem para levantar da cama. Levantei rápido,porque eu tenho uma raciocínio bizarro,se eu der um pulo da cama eu não fico com vontade de deitar-se novamente. Caminho até o banheiro, preciso de um banho para esperta minha alma de idosa. Olhei para o espelho que refletia meu próprio reflexo,que coisa feia.

- Você consegue sobreviver mais esse dia. - falei pra mim mesma,eu precisava disso. - Só não se estressa, não surta, não encarne o espírito narcisista, não fale na hora que não é pra falar, esculte e execute o que o próximo proporciona. - me olhei atentamente falando essas palavras - Não vai dar certo. - sai da frente do espelho.

Fui para o chuveiro, com as mãos envolta do meu pescoço segurei o mesmo, com os olhos fechados puder sentir precisamente as pequenas gotículas de água caindo sobre mim. Saí do banho e coloquei um suéter marrom escuro,vesti a parte de baixo do meu uniforme da escola mesmo,depois só trocava a blusa,tava parada tentando saber que merda eu iria fazer no meu cabelo. Peguei um pano quadriculado com cores claras e amarrei a metade do meu cabelo, deixando a parte de baixo solta e alguns fios aleatórios da frente e dos lados rebeldes,o não isso não foi opcional que meu cabelo tá uma merda mesmo.

Arrumei minha mochila deixando tudo em ordem,pra não me esquecer de nada. Parei olhando pra a estante de livros com cores rústicas e livros antigos e nem tão antigos, tento ver qual livro eu levaria hoje,peguei um aleatório mesmo. Abri a porta com cuidado,voltei de novo porque não poderia esquecer meu óculos,sim a miopia segue minha família.

[...]

Adentrando na biblioteca,vejo que só havia eu naquele local.... Paz. Eu amava a biblioteca,eu poderia fazer parte de cada história que havia nas páginas escritas a tinta. Albert Einstein, quando queria presentar a mulher amada, não lhe oferecia flores. Ele a presenteava com livros. Albert sabia como agradar uma mulher louca por livros. Eu cito essas frases e pensamentos em minha cabeça, porque está na minha mente desde o dilúvio.

Caminho até a mesa mais próxima e coloco minha mochila em cima da mesma,sento na cadeira nenhum pouco confortável para ficar sentada a maior parte do tempo. Minha xícara de café na mão e duas fatias de pão,e o dia com aparência chuvosa e uma biblioteca em meu alcance, solitária como Van Gogh,só desejo morastes nessas horas,minutos e segundos. Seguro minha xícara com as duas mãos encostando próxima a meus lábios em perfeita sincronia para as gotas ardentes de café não queimarem minha boca, esculto um barulho que fez com que o algumas gotículas de café caíssem em minha mão e escorressem para meus dedos que continham anéis finos de prata,a substância líquida e escura fez com que entre meus dedos ficassem grudentos.

Se lembram que eu disse "não se estressar". Pois bem eu já vou quebrar essa regra. Levantei-me da cadeira e fui em direção ao local que emitia o som, andando estava esfregando e entrelaçando as mãos uma na outra para ver se saía mais o grude que se instalou entre os anéis de prata e minha pele. De cabeça baixa atenta aos movimentos que eu fazia acabo chocando-me em alguém, não com tanta força.

- Presta atenção. - esculto a voz que acabará de falar,eu conhecia de algum lugar. Quando quando ergui um pouco da minha cabeça para ver quem era a pessoa que apeitei... Eu percebi que minha mão esquerda estava debruçada sobre o peito coberto por panos macios e claros,e minha outra mão estava agarrada a um de seus braços que continha um livro; olhei para cima com intuito de ver quem era a pessoa, quando olhei, pude ver seu maxilar bem desenhado,sua curvatura do nariz não tão perceptível, seu cabelo encaracolado meio úmido e seu par de olhos cinzentos me fitando de um jeito confuso? Por eu está meia hora olhando-o fixamente cada parte de seu rosto. Com raiva? Por eu apeitar ele, e deixar não tão desenhado meus dedos sujos de café sobre sua camisa clara ? Sim ele estava exatamente como eu descrevi em meio dessas palavras. Saí dos braços dele,olhei sua face depois abaixei meus olhos e vi que sua camisa tava um pouco manchada com o líquido de sementes moídas e torradas. Ele viu que eu não estava olhando pra ele e abaixou sua cabeça

- Nunca vai presta atenção? - Regulus perguntou-me já com a cabeça erguida com um exceto de raiva continha sua voz.

- Me desculpa, mas se você quer saber,pra sua camisa está machada assim,foi culpa sua. - ele fez uma cara confusa mas não deu de esconder a raiva ainda. - Quando viemos para uma biblioteca procuramos paz e silêncio e você não fez isso. - falei meia rude olhado para ele parado com uma das mãos segurando o livro.

- A me desculpa se uma causa natural do meu corpo queria soltar o ar que havia nele e fazer zuada (espirro).... Eu te atrapalhei ? - falou com sarcasmo olhando pra mim que estava com raiva obviamente.

- Não vou me estressar com você agora ainda é cedo, então só me deixa ler meu livro em paz e sentir o cheiro de café da caneca e não da minha camisa. - falou olhado pra mim atentamente,eu estava com as mãos entraçadas pra não dar um soco na cara dele.

Ele chegou na minha lateral e colou a mão em cima de meu ombro eu apenas olhei com cara de raiva.

- A propósito seu cabelo tá lindo criou uma estética mas Albert Einstein - disse ele me olhando com uma sorriso sarcástico em sua face. Não fiquei nem tão indignada, sabia que meu cabelo tava desarrumado mesmo.

- Ele não vai gostar que alguém superou ele no ramo capilar. - ele disse,eu ergui as sombrancelhas e ergui também um pouco meus olhos para olhar atentamente pra quele projeto de nerd sarcástico.

- Tenha um bom dia,beazinha. - disse e logo em seguida tirou a mão do meu ombro e saiu da biblioteca com um sorriso ainda sarcástico em seus lábios, eu poderia tá de costas mas nem era preciso eu virar pra ver que ele estava assim.

Apenas fui para meu lugar de antes,sentei-me na cadeira, respirei fundo, abrir meu livro ia ler mas espanto com o sons altos de passos vindo dos corredores... É todos já haviam acordado. Que ódio, fechei meu livro bruscamente e debrucei-me sobre a mesa.


Dandelions ⋅ 𝒓𝒆𝒈𝒖𝒍𝒖𝒔 𝒃𝒍𝒂𝒄𝒌Onde histórias criam vida. Descubra agora