Capítulo 17 - Lian

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evitei sair pelo pátio do castelo para não ter que enfrentar toda aquela multidão, então acabei indo pela porta da frente.

Mau pisei fora do castelo e já senti o sol escaldante me esquentando, não duraria muito ali exposto do jeito que estava, mas pedir a carruagem seria exagero demais.

Olhei em volta procurando alguma solução para essa irritante situação, alguns guardas estavam passando por lá nesse mesmo momento, levavam mantos e estacas de madeiras, os acompanhei com o olhar enquanto cogitava algo, então uma ideia brotou na minha cabeça.

- Ei, vocês - disse indo na direção deles, os cinco homens entram em uma rígida posição de sentido assim que deram conta de quem se tratava - preciso de dois homens, um manto e quatro dessas estacas.

Rapidamente o que pedi me foi entregue, os que sobraram dispensei com um aceno e pedi para avisar Bartolomeu que precisaria daqueles dois por um tempo. Peguei o que tinha sido solicitado e rapidamente montei a minha proteção, que consistia em uma ponta do manto amarrada em cada estaca.

- Pronto - falei entregando duas estacas para cada e me posicionando em baixo da sombra que ele fazia - tudo certo, vamos.

Expliquei rapidamente o que estávamos indo fazer, eles soltaram um "Sim, senhor" e fomos para o campo aberto.

Agachei perto de um lugar onde pequenas flores brotavam espaçadamente, cavei um buraco no solo com uma ferramenta que havia trazido e logo em seguida peguei a terra, a apertando e sentido toda sua textura.

- solo mais seco... - balbuciei e anotei em um pequeno caderno que havia trazido, logo depois olhei em volta - o sol bate diretamente aqui... - anotei novamente - Morangos !

Disse por fim decidindo o que plantaríamos ali.

Seguimos fazendo isso por um longo período de tempo, cavando, testando e decidindo. O solo aqui é bem variado, não diria que mais do que em outros lugares, mas é, imagino que por causa de alguns rios que passam por perto. Essa é uma das maiores qualidades da Campina, nosso potencial de plantio, terras férteis e grande diversidade de espécies nos permitir produzir uma quantidade de comida gigantesca, que, modéstia a parte, mantêm boa parte dos sete reinos alimentado.

Pobres cavaleiros, o sol devia estar os matando, eles ficaram tempo demais em baixo do sol, olhei em volta e avistei um lago não muito longe dali.

- Vocês devem estar com muito calor, vão se refrescar naquele lago um pouco - eles me olharam um pouco confusos, relutando em obedecer.

- Mas senhor... Não será um problema se ficar em baixo do sol ?

- Eu me viro, podem ir - se olharam - ANDEM, vão logo.

Eles soltaram a minha proteção e foram em direção ao lago

Me sentei atrás de uma pedra mais alta, onde era possível conseguir um pouco de sombra, abri meu caderno e revi tudo que tinha escrito.

Teríamos que pedir muitas frutas a Jardim de Cima, para conseguirmos todas as sementes necessárias, fora que algumas teríamos de pedir de outros lugares, teríamos que trazer as mangas de Mesa Longa, e as peras do Valedouro, mas isso levaria muito tempo, elas teriam de passar por outro caminho, já que não estavam diretamente ligadas a estrada da rosa, as peras teriam que ir primeiro para Vila Velha, e depois passariam por Jardim de Cima, para só então chegarem aqui, já as mangas teriam um caminho mais curto, mas mesmo assim teriam que passar pelo Jardim também... Ah!, e tem as uvas da Árvore, mas elas teriam que ainda vir de barco para Vila Velha e então fariam o mesmo caminho que as peras.

- Ahhhh! Chega - disse fechando bruscamente o caderno - é muita confusão, não vou esquentar minha cabeça com isso agora.

Olhei para o lago, os dois estavam fora da minha vista, mas conseguia ver as armaduras jogadas no chão.

O Dragão e a RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora