Acordei sentindo uma forte luz batendo em meus olhos. Tentei me levantar mas uma náusea fez-me voltar a deitar.
Não me lembrava de ter ido dormir noite passada, será que cai no sono enquanto Lili foi buscar nossa comida ? Pelos sete, que dor de cabeça, eu não estava sentindo isto ontem...
Abri os olhos e vi um teto completamente diferente do meu quarto. Ignorando o mal-estar, sentei-me de uma vez, olhando em volta e parando em uma janela.
Não estava no meu castelo.
Nem sequer estava na campina.
As dunas de areia denunciavam escancaradamente as terras de Dorne, pertencentes aos Martell.
As memórias ian voltando gradativamente e finalmente pude me lembrar dos homens que ontem invadiram o castelo e me sequestraram.
A estranha calma que sentia sumiu e um desespero crescente surgiu, fazendo-me pular da cama em alerta.
Andei calmamente para a porta, tentei abri-la, mas estava trancada.
Corri para a janela, mas o meu quarto era tão alto que a morte era certa.
Percebi que estava em um lugar, literalmente, deserto. Envolta dessa construção haviam algumas árvores de clima quente, como coqueiros e palmeiras, que faziam uma boa sombra para as pouquíssimas pessoas que ali passavam.
Não tinha ideia de onde estava, mas sabia que não era em Lançassolar, capital de Dorne e sede dos Martells.
Seja lá onde me trouxeram, era escondido, e pela quantidade de pessoas armadas que pude ver, ou se tratava de o lar de alguém importante, ou era um covil de mercenários.
Independente de qual fosse, não haveria jeito de escapar, senão por aquela porta.
- Inferno... - pensei e me acalmei um pouco - pelo menos não vou morrer... por enquanto...
Olhei o quarto com mais atenção.
Havia uma bela cama, com lençóis dourados e roxos. Essas cores se repetiam ao longo do aposento, estando sobre alguma mesa ou nas paredes, as quais também eram ricamente ornamentadas com arabescos e serpentes desenhadas. Não havia flores, mas sobre uma das meses havia mangas, abacaxis e o nojento limão Dornes.
Fiz uma careta e andei até a jarra de água, estava morrendo de sede.
Pude ver também uma grande e circular banheira acoplada em um canto. Sua madeira era toda esculpida, dando-lhe um ar mais sofisticado.
No geral, o quarto era bastante bonito.
Depois de beber a água, me voltei para a cama. Do lado dela havia um pequeno criado mudo onde tinha uma troca de roupas e meu colar de serpente.
- Que maldita coincidência - disse pegando-o - fui usar você bem no dia que me raptam...
Lembrando-me da noite anterior, comecei a apalpar meu corpo, até achar, escondido na minha manga, o pequeno frasco que consegui pegar antes de ser pego. Minha intenção era pegar algum veneno para lançar em algum dos homens, mas na pressa peguei apenas um pequeno sonífero.
Ainda pode-me ser útil, por isso vou escondê-lo em algum lugar antes que alguém ache.
Olhei em volta novamente e decidi coloca-lo sob o travesseiro até que eu ache um lugar melhor para guarda-lo.
Certo, estou sozinho por aqui, então acho que já é um bom momento pra começar a planejar minha fuga...
- Não acho que tenha como... - comentei em voz alta - pela janela é impossível, emendar panos até lá em baixo está completamente fora de questão!
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Dragão e a Rosa
FanfictionNesse Spin-off baseado no universo de Game Of Thrones, Lian Tyrell e Amenom Targaryen são obrigados a se casar para evitar uma possivel futura guerra entre suas casas e, consequentemente, entre todos os sete reinos de Westeros. Entre todas confusões...