Capítulo 30 - Amenom - parte 2

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Já era muito tarde quando chegamos em casa. O cenário era calmo, não parecia que um confronto ocorreu ali.

Os portões se abriram e entramos. Bart nos recepcionou sozinho, levava um olhar cansado e não usava a armadura.

- Bart, eu soube o que aconteceu - falei descendo do cavalo - você está bem ?

- Felizmente, estou - respondeu com um sorriso - mas tivemos muitos feridos e algumas perdas.

Sua voz estava firme mas a tristeza era evidente.

- E Lian ? - perguntei - ele está bem ?

- Está sim, ele foi brilhante mais cedo, ajudou muito na hora do conflito e curando os guardas feridos - comentou - seria mentira dizer que não fiquei surpreso com sua astúcia.

Não pensei muito sobre isso no momento, mas não esperava que Lian tivesse participado efetivamente da luta.

- Ele está te esperando, lá dentro - apontou - você deveria falar com ele.

- Me esperando ? - o encarei.

- Sim, acho que ele já deve estar cansado de tanto esperar.

Bart foi chamado por seus homens que perguntavam dos colegas. Ele imediatamente se despediu e foi ter com eles.

Caminhei lentamente para a cozinha, pensando no caminho por que Lian ficaria tanto tempo me esperando depois de um dia tão cansativo.

Entrei e o cômodo estava vazio, fui para a sala de jantar e também não tinha ninguém.

Continuei vagando até chegar no salão principal, onde avistei Lian do outro lado, na sala de visitas, com uma única tocha iluminando e olhando para algo apoiado na lareira. Bart estava certo, ele realmente estava ali.

- Lian - chamei e ele se virou imediatamente.

- Amenom! - exclamou e se levantou com um pulo vindo em minha direção.

- Por que está acordado ? - perguntei

- Eu sei do ataque em VilaVelha - comentou olhando para todos os lados do meu rosto - não falaram nada sobre você e fiquei preocupado que tivesse se machucado... ou pior.

- Você me esperou porque... porque estava preocupado comigo ? - perguntei com uma confusão que não entendia

- Acabei de falar isso - pegou minha mão e me puxou - vem aqui mais perto da luz pra eu te ver melhor.

Não resisti, não estava em condições de fazer isso no momento.

Lian me fez sentar e ficou em pé na minha frente, puxou a tocha para mais perto e segurou meu rosto me examinando.

As mãos eram macias e tocavam a pele com delicadeza.

- Isso é de agora - disse passando a mão em uma pequena cicatriz.

- Não, já tenho a muito tempo... - respondi.

- Que bom... - continuou e depois reclamou - ainda não consigo enxergar direito.

Levei a mão na fonte de luz e puxei para mais perto do meu rosto ainda, ele se assustou por um momento mas logo lembrou que não teria problema.

- Melhor ? - perguntei

- Melhor - respondeu.

Já satisfeito pegou a tocha e disse:

- Vem, vamos pro meu quarto pra eu cuidar dessa sua ferida na boca.

Subimos as escadas em silêncio e entramos no aposento. A mesa estava cheia de potes, plantas e outros utensílio médicos que já vi na torre de Lanom.

O Dragão e a RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora