Capítulo 23 - Lian

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 - Até mais tarde - me despedi e fui pelo corredor apressado.

Estava olhando para o chão enquanto andava, e devido a isso esbarrei em Josh.

- Me desculpe Josh - falei depois de conseguir um apoio por quase ter caído - eu não estava prestando atenção.

- Você está bem ? - perguntou

- Estou sim - respondi

Fez-se uma pausa, reparei que ele segurava a Caçadora nos braços, ela me encarava com curiosidade.

- Onde você vai com ela ? - apontei e a cachorra tentou lamber meu dedo.

- Estava procurando o Amenom, mas ele não estava no quarto...

- Ah! Isso é por que ele está no meu.

Ele me olhou, estranhando.

- no seu quarto ? - perguntou

- sim - respondi - acabou de acordar.

Vi Lili no fim da escada me esperando, afinal já estava atrasado para ir me encontrar com o entregador, me virei para Josh e disse:

- Josh, desculpe mas estou com pressa - desviei e fui para a escada - Pode ir lá e fique a vontade, até mais.

Desci rapidamente e Lili acompanhou meu passo assim que nos encontramos, fomos em direção ao estábulo, passando por ele e por entre as barracas dos guardas, que por falar, daria um jeito nisso ainda hoje, vou aproveitar que, por um milagre, estou enérgico para resolver tudo que está pendente. Normalmente eu fico igual a um morto quando não durmo, mas hoje foi diferente, não sei por que.

Na pressa trombei com outra pessoa, Bartolomeu carregava toras de madeira e estava apenas de calça quando o fiz derruba-las no chão.

- Lian você está bem ? - perguntou Lili

- Estou - falei - só esbarrei...

- Muito bem - falou o general irritado me interrompendo e se virando - quem foi o engraçadinho ?

- Me desculpe Bartolomeu - disse - fui eu que esbarrei em você, vou te ajudar a catar.

Me agachei e tentei levantar uma das toras, era mais pesada do que parecia, mas conseguiria aguentar.

- Oh! É você Lian ? - falou se acalmando e agachando - não precisa me ajudar, eu arrumo tudo sozinho.

O ignorei e continuei as juntando para que depois ele as levasse.

Ele fazia parecer tão fácil carrega-las, rapidamente ergueu as que juntara e logo depois pegou as minhas.

- Isso não está pesado ? - perguntei batendo as mãos para limpar a sujeira.

- Um pouco, mas nada que eu não aguente - colocou as toras em cima de uma mesa onde um homem as serrava - afinal anos de treinamento tem que servir para algo.

Realmente, se toda aquela musculatura não servisse de nada seria um enorme desperdício de tempo. Visivelmente ele me parecia mais forte que Amenom e meus irmãos, o que no final faz bastante sentido.

- Então aposto que você consegue erguer qualquer coisa, certo ?

- Acho que sim - falou um tanto orgulhoso.

- Então... - olhei em volta - erga a Lili.

- Só isso ? - se aproximou dela.

- Nem tente - falou Lili com sua habitual frieza junto de uma leve severidade, mas o suficiente para que ele recuasse.

O Dragão e a RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora