Capítulo 40 - Amenom 2

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Acordei com alguém me cutucando.

- Bom dia - falou Lili - Lian mandou que viesse acorda-lo.

- Bom dia... - me espreguicei - o que preciso fazer ?

- Tomar café, imagino - sugeriu.

- Certo... Lian já desceu ?

- Não, disse que comeria no quarto.

- Entendi.

Em seguida Lili saiu, para que eu pudesse colocar uma roupa. Bom, imagino que hoje seja uma data um pouco mais comemorativa, então vou usar algo um pouco mais ajeitado.

Optei por uma roupa cinza, sem muitos detalhes, uma calça preta e os sapatos peguei os primeiros que vi, depois de calça-los notei que não eram do mesmo par, então demorei um tempo procurando o que combinasse.

Sai do quarto, e me deparei com Lili levando um objeto grande, fino e oval coberto por um pano. Ela iria começar a subir as escadas, mas não conseguia enxergar o caminho.

- Precisa de ajuda ? - falei indo ao seu encontro - isso tá pesado ?

- Não, mas não consigo carrega-lo de outro jeito - disse virando o corpo para me ver - fica escorregando.

Ela deu uma olhada em sua situação.

- Poderia me ajudar a vira-lo ? - perguntou

- Claro - segurei para ela e juntos viramos o objeto.

- Afinal, o que é isso ? - perguntei ainda o segurando.

- Não sei, senhor, um homem deixou aqui mais cedo, pediu desculpa pelo atraso da entrega.

- Como ele era ?

- Magro e careca.

- Magro e careca ?... ah, lembrei, é um vidraceiro, isso é um espelho que Lian encomendou pra penteadeira.

- Realmente - disse - se o mesmo homem que fez as medições fosse o entregador, teria lembrado.

- Falando em entregas, e as portas ? Eles também já vieram medir ?

- já sim, mas eles disseram que poderia demorar até que ficassem prontas, principalmente do tamanho que pedimos.

- Entendo... - ia devolver o espelho para ela, mas pensei que, como já quero ir falar com Lian, será melhor já leva-lo de uma vez - Lili, pode deixar que eu entrego.

- Certo, com licença - saiu, indo pra cozinha.

Nossa, ela realmente aceita as coisas bem rápido.

Subi a escadaria e parei na frente do quarto de Lian, do jeito que estava, não teria como bater na porta nem abri-la normalmente. Como Lili disse que ele estava tomando café, imaginei que não seria um problema se eu só entrasse. Usando o pé, empurrei a porta e entrei.

- Lian, seu espelho cheg... - calei-me diante do que vi.

Lian estava no meio da troca de roupas. Ele ainda usava a parte de cima, que cobria seu tronco e ia até um pouco abaixo do quadril, mas a parte de baixo estava descoberta.

Esse momento pareceu-me passar mais devagar que o normal. Não sei se foi pelo choque ou pela curiosidade de olhar o, até então, desconhecido.

Mesmo nas termas da fortaleza vermelha, onde nos encontramos pela primeira vez a quase um ano, mal havia visto seus ombros, já que saiu da água praticamente com a toalha enrolada no corpo

Involuntariamente, meus olhos desceram para área exposta, começando pelos pés, que não tinham nada de mais, além de serem pequenos, e também já os vi algumas vezes. Em seguida vieram as canelas, ela eram completamente lisas, imagino que o resto do corpo também seja assim, devido a doença, a qual as vezes até esqueço que ele tem. Depois me deparei com os joelhos... bom, não há o que olhar aqui, são joelhos, oras.

O Dragão e a RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora