O Dragão e a Rosa

Capítulo 27 - Amenom

Vilavelha parecia calma, certamente as pessoas ainda não tinham ideia do conflito que estava acontecendo, essa visão pacifica me fez pensar se não estaríamos exagerando quanto os Greyjoy.

- Se tudo o que eles planejam for verdade, com essa estratégia, mas a furtividade na hora de agir pode causar um bom estrago - tinha dito Josh, no meio do caminho, quando comentei sobre isso.

Sendo essa minha primeira vez visitando Vilavelha fiquei impressionado com a cidade, ela é quase tão grande quanto Porto Real, mas suas praças e prédios são mais bonitos dos da capital. Suas ruas também são mais limpas, há mais verde e a brisa que vem do mar e mais refrescante e não cheira a peixe podre. Se não soubesse jamais diria que essa cidade tem milhares de anos de existência.

- O que é aquela grande torre ? - apontei

- Aquele é o grande Septo Estrelado - falou o homenzinho que nos recebeu na entrada - ele foi o principal centro da fé dos sete durante muitos anos, porém, depois de o Septo de Baelor tomar seu posto ele se tornou o lugar onde os Meistres em formação vão fazer suas preces diárias.

- E onde fica a Cidadela ? - perguntei ainda maravilhado pelas sete torres.

- Depois do rio, cruzando uma grande ponte, não é difícil encontra-la - fez uma pausa antes de se aproximar - mas... cá entre nós, não é um lugar muito interessante de se visitar, não tem nada o que fazer... a não ser que você almeje se juntar a ordem.

- Com certeza não - ri - gosto do meu cabelo.

- Amenom, foco - chamou Josh escutando a conversa - você não está aqui para uma vsisita informal.

- Por que você está assim ? - perguntei me aproximando enquanto o fitava - nesse ultimo dia de viagem você ficou tão sério que dava pra quebrar uma noz nas rugas da sua testa.

- Bart me deixou responsável pelo exército - disse sem tirar os olhos da rua - quero mostrar minha capacidade de liderança.

- Mas precisa ficar carrancudo desse jeito ?

- Sim, ou espera que eu fique a frente de um pelotão rindo feito um bobo ?

- Está bem, já entendi - falei, revirando os olhos.

Continuamos andando até avistar tendas montadas perto da sede dos Hightower, senhores dessa cidade. Nos separamos na entrada do acampamento, o exército e meu amigo para um lado, o homenzinho e eu para o outro. Ele me guiou até a maior tenda, localizada bem no centro do local. Não precisava nem entrar para saber que era dos Tyrell, a cor dourada e verde do tecido os denunciava.

Entrei alguns instantes depois de guardar o cavalo, os três homens que me esperavam não pareciam estar exatamente preocupados com qualquer lula sedenta por poder: um cortava uma fatia de queijo e parara na metade do caminho para me olhar, outro mexia com alguns pergaminhos sem muita atenção, os folheando e parando em qualquer desenho que aparecia e o ultimo era o já conhecido Ben, que tinha uma taça de vinho na mão.

- Olhe só, Hans - se aproximou - o ultimo convocado chegou

Me deu um abraço apertado como se já tivéssemos uma amizade de anos, mesmo só tendo saído algumas vezes para caçar desde que a ideia odiosa que tinham a meu respeito foi deixada de lado.

Retribui o cumprimento mesmo não estando muito a vontade com aquilo, o que é algo extremamente raro de acontecer. Uma vez, em alguma visita deles ao nosso castelo, comentei com Lian que não tinha certeza se realmente gostava deles.

- É por medo ? - tinha perguntado se virando na cama para me olhar - ou por que tem que sair do seu quarto e se esconder no meu para fugir do ronco ?