O Dragão e a Rosa

Capítulo 50 - Amenom e Lian - 1

Após uma viagem cansativa de seis dias, a comitiva chegou a Winterfell. Amenom e Lian foram recepcionados pelos donos daquelas terras, os quais esperavam juntos dos seus em frente a ponte levadiça.

Ninguém ficou muito impressionado com o castelo, já que o mesmo não era deslumbrante e nem tinha uma arquitetura rebuscada. Era bonito, mas muito simples.

Lian, que era o mais provável de achar aquele lugar a terra de seus sonhos estava, em grande parte, moído. Tinha passado o resto da viagem pensando no que aconteceu no Olho de Deus, saindo pouquíssimas vezes da carruagem e apenas para as necessidades mais básicas.

Amenom, por sua vez, tentou manter a firmeza, apesar de também estar sentindo um tremendo e crescente buraco em seu peito, causado pela negação da pessoa que mais ama em todo mundo. Porém, mesmo lotado com pensamentos tão tristes, o que mais o assolava era a duvida, o por quê de Lian não poder retribuir o amor que ele, inclusive, sentia.

Como o esperado, os dois não conversaram mais entre si, nem um "bom dia" sequer foi dito por eles. O distanciamento foi tanto que a visão da rosa saindo da carruagem foi a primeira que o dragão teve dela em alguns dias.

O casal seguiu na frente da comitiva, ficando de frente para os senhores do norte, que se curvaram formalmente acompanhados de todos os servos presentes.

O Homem, Finn Stark, era jovem, com um expressão calma e centrada. Usava as cores de sua casa, combinando com o cabelo e barba escuros.

Já a sua esposa, diferente do que esperavam, chocou os rapazes assim que a olharam, sendo obrigados a censurarem rapidamente uma expressão de surpresa.

Eliana Umber tenha uma expressão severa e gélida, que, por incrível que pareça, não diminuía sua beleza rara em critério nenhum. Os cabelos e olhos claros contrastavam com as roupas da mesma cor do marido.

Lian não acreditava em como aquela mulher parecia com Lili e tinha certeza que, se não fosse pelo cabelo, haveria de confundi-la uma hora ou outra e, com certeza, cometeria um deslize imperdoável.

- Em nome de todo norte, fico honrado de receber vossa alteza em meus domínios.

- Somos nós que agradecemos por sua hospitalidade - disse Amenom - esperamos não dar trabalho durante nossa estadia.

- De forma alguma... - disse olhando-nos - É curioso que o rei não tenha vindo pessoalmente, acorreu algum infortúnio ?

- Não, meu pai esta ótimo, foi apenas uma pequena exceção que ele fez a mim.

- Estava interessado em conhecer o castelo ?

- Bom, eu sempre tive curiosidade, mas o principal motivo foi... - Amenom fez uma pausa rápida, vendo o peso do que ele iria falar -... meu esposo.

- De qualquer modo - virou-se para Lian - Espero que aproveite o que temos a oferecer.

- Obrigado, tenho certeza que vou. - agradeceu

- Nossas paisagens não são tão coloridas ou quentes como a Campina - falou Eliana pela primeira vez - mas espero que isso não o incomode.

A voz era profunda e arrepiava mais que a de Lili.

- imagino que variar um pouco fará muito bem para mim - Lian parecia andar na corda bamba enquanto falava com ela.

Ela concordou com a cabeça.

- Realmente deve fazer.

Era impossível ter certeza do que estava sentindo, assim como seu marido e as pessoas.

Não houve nenhum sorriso ou um sinal caloroso durante toda conversa, que por sua vez, foi bastante curta.

Não demoraram muito para entrar no castelo e se sentarem na mesa do salão principal para comer. Junto deles haviam mais dois meninos, ambos filhos de Finn e Eliana. O garoto mais velho devia ter no máximo 10 anos de idade e o mais novo uns 8. Por ainda serem crianças, não aparentavam ter essa personalidade gélida dos pais, mas como não diziam nada, não havia como ter certeza.