Capítulo 56 - Resgate parte 1

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Lian encontrava-se desolado ao longo de sua semana de luto. Normalmente, seria dado um ano, mas a serpente não teria tanta paciência assim, não é mesmo ?

Dia após dia, Lian continuava a tecer sua tapeçaria, ensurdecendo os guardas que ficavam a porta com o barulho dos bastões batendo.

Tinha parado de se alimentar e já não ligava mais se estava bonito, se seu cabelo estava arrumado ou se suas roupas estavam bem ajeitadas. Ao fim do seu período de reclusão, Ellarion entrou no quarto com um delicioso vinho dornes, pronto para conquistar a rosa. Porém, seu plano teve de esperar, dado que seu objetivo se encontrava estendido no chão, muito pálido e relativamente magro.

O homem se assustou com a cena e teve, pela primeira vez na vida, desespero por alguém. Ele mandou chamar um meistre que cuidou de Lian, dizendo que o desmaio se deu por desidratação e pela fome.

Depois disso a rosa foi obrigada a comer, tendo todas as refeições assistidas por Ellarion, o qual queimava de raiva vendo toda balbúrdia que seu interesse causara por causa do príncipe dragão. Apesar disso, mantinha-se firme na ideia de Lian ama-lo algum dia.

"Mesmo que ele não me ame" pensava "farei com que ele dependa de mim, e só minha paixão bastará pelos dois."

Obviamente, Lian não cederia assim tão fácil

A cabeça da rosa não vinha funcionando muito bem nesses dias que passou praticamente isolado.

Sua vontade de viver se esgotava cada vez mais e, surpreendentemente, pensou muito pouco em Amenom, talvez porque seu cérebro criou uma espécie de proteção para que o pequeno não voltasse a se desesperar.

Enfim, ele estava em um estado vegetativo um tanto quanto assustador.

Em um momento, chegou a pensar que não tinha porque continuar por ali, já que não tinha mais motivo nenhum para viver, porém, durante seu desmaio, se lembrou de todos aqueles que deviam estar preocupados com seu paradeiro e segurança. Então resolveu se esforçar para continuar vivo, apesar de seu amor tê-lo deixado sozinho.

quando retornou a seu quarto e viu seu estado deplorável, resolveu melhorar, voltando ao que era antes.

O que se seguiu, como esperado, foi que Ellarion voltou a importunar Lian, mas com uma investida menos direta, o que assustou o rapaz um pouco, mas pelo menos tornou a convivência possível.

De qualquer forma, Lian ainda se sentia muito só e sofria a perda de Amenom.

Em uma noite, Lian estava deitado em sua cama, olhando as estrelas brilhando no céu. Elas o lembraram do brilho dos olhos de seu príncipe e da noite do lago, onde ele declarou seu amor da forma mais especial o possível.

Lian também se lembrou dos momentos mais doces, românticos e... quentes que tiveram.

Deitando-se virado para cima, a rosa começou a recordar como seu dragão se aproximava: devagar e cheio de desejo nos olhos, devorando cada parte do corpo nu de Lian como se ele fosse o mais perfeito na face da terra.

As mãos de Lian desceram como se fossem as próprias de Amenom, apalpando os ossos das costelas, passando pela cintura, dando a volta no umbigo e, por fim, chegava ao meio das pernas do menor, ficando por ali enquanto o enchia de beijos.

Era a primeira vez que Lian se tocava dessa maneira, era desajeitado com os movimentos das mãos, mas isso não interferiu em nada nas suas fantasias.

Em seguida, ainda seguindo os passos de Amenom, Lian levou um dedo da mão livre a boca, lambendo-o e o preparando para o que jamais se imaginara fazendo.

O Dragão e a RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora