Não acordei muito tarde no dia seguinte, o sol brilhava suavemente e tinha alguma gralha fazendo um barulho infernal na minha varanda.
Juro que se essas portas não chegarem ainda hoje, tampo eu mesmo este arco!
Levantei-me com sede e, curiosamente, sentindo um leve gosto de laranja. Peguei a jarra de água e bebi direto do bico, já que não achei o copo. Lavei o rosto e fui sentar-me na penteadeira.
Hoje seria a primeira vez que me arrumaria de verdade com o espelho, o qual facilitava absurdamente o processo. Penteei o cabelo, deixando-o levemente ondulado, assim, além de ficar ajeitado, disfarça o aspecto oleoso. Preciso lava-lo ainda hoje sem falta!
Aparentemente esse estava sendo o dia em que algumas coisas andariam para frente.
Enquanto arrumava-me, comecei a lembrar tudo que aconteceu na noite passada, os sentimentos voltaram todos um por um, consumindo qualquer disposição com qual acordei.
Terminado de cuidar da minha imagem, fui trocar de roupa. Virei-me para o meu baú no pé da cama e travei com a surpresa que havia ali.
Em cima do baú, tinha um vaso com duas dálias bem vermelhas, alguém havia entrado aqui para deixa-las enquanto eu dormia, o que, de certa forma, é um pouco estranho.
Cheguei mais perto e as ergui para cheira-las. Em baixo do vaso tinha um pequeno papel dobrado, o peguei e a letra horrorosa escancarava que o dono do presente era Amenom, li e o bilhete continha apenas uma palavra:
Desculpe
Achei muito curioso essa atitude depois do surto de ontem, tão curioso que até ri um pouco.
Ainda não entedia o que se passava na cabeça do príncipe ou o que tinha acontecido, mas os sentimentos receosos foram embora assim como chegaram, de um por um ate o ultimo.
Olhei mas uma vez as flores e admito: amo dálias e amei o presente
Senti-me revigorado e a energia voltou com tanta força que resolvi me arrumar melhor do que o razoável que tinha feito.
Dei tanta atenção ao cabelo que nem parecia que precisava de alguma água, peguei uma loção perfumada e passei no pescoço, geralmente só as usaria em alguma ocasião especial, mas já não ligava muito pra isso.
Decidi algum dos ornamentos que ganhei de casamento, a primeira vista descartei os brincos, obviamente. Olhei os colares e nenhum realmente me agradou, eles são lindos, apenas não estava com vontade de por algum (se bem que o colar de cobra chamou-me muito a atenção, mas não cairia bem de dia. precisava dar um jeito de usa-lo o quanto antes)
Talvez um anel ? Não, muito escondido. Eles são feitos para grandes festas, onde todos ficando de olho bem aberto em seu ouro, como uma competição de quem esbanja mais riqueza, ai sim os redondinhos se destacam.
Sobraram-me as pulseiras e braceletes, revirei todos e finalmente encontrei uma peça que fosse perfeitamente cabida.
Era uma pulseira não muito fina e justa feita de ouro, com um detalhe de rubi onde as pontas se encontravam.
Coloquei-a e me apaixonei.
Troquei de roupa com um pique que chegou a assustar-me e sai do quarto, indo procurar Amenom e agradecer pelo presente.
Olhei em seu quarto e estranhei que ele já estivesse arrumado, isso mostra que ele acordou faz algum tempo, logo deve estar tomando café, já que não estava ali.
Fui ao salão e também o encontrei vazio sem nem sinal de comida ou migalhas. Na cozinha havia algumas moças cuidando de seus afazeres, perguntei de Amenom e responderam que ele saiu mais cedo, mas não sabiam para onde.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Dragão e a Rosa
FanfictionNesse Spin-off baseado no universo de Game Of Thrones, Lian Tyrell e Amenom Targaryen são obrigados a se casar para evitar uma possivel futura guerra entre suas casas e, consequentemente, entre todos os sete reinos de Westeros. Entre todas confusões...