capítulo 4

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Sabrina

Cheguei em casa e vi o choro do João e uma gritaria que só dentro do quarto, larguei minha bolsa no sofá e fui até o quarto.

Sabrina: Oque cê tá fazendo? Tá maluco?- gritei com careca.

Ele estava batendo no João, enquanto Liliane só olhava.

Liliane: Ele roubou, tá apanhando e tu não vem querer ter moral.

Sabrina: Que? Como assim Liliane? Ele nem sabe oque é roubar, larga ele careca!- gritei.

Careca: Roubou dinheiro meu pra comprar porra de doce, agora ele tá apanhando pra aprender!

Sabrina: Você não é pai dele! Não pode bater nele, ele nem deve ter feito na maldade!

Começamos a brigar pra caralho, enquanto João segurava minhas pernas e chorava desesperado.

Negrito: Oque tá acontecendo aqui? Qual foi? Maior baderna!

Sabrina: Teu amigão aí batendo numa criança de nove anos por porra de doce!

Liliane: Não passa pano, Sabrina! Ele roubou!

Sabrina: Ele não entendeu que não podia pegar, Liliane! Lá em casa era assim!

Careca: Na sua casa, não na minha!

Sabrina: Tá ok, mas não precisava deixar ele roxo por porra de dinheiro.

Careca: É pra ele aprender!

Sabrina: Você não é nada dele, pra tentar ensinar alguma coisa, muito menos exemplo!

Gordinho: Ou, calma, vamo todo mundo abaixar os ânimos e resolver num diálogo.

Careca: Diálogo? Diálogo vai ser madeirada na perna desse filho da puta!- falou e na hora que ia vir pra cima eu entrei na frente.

Sabrina: Pra bater nele, vai ter que passar por cima de mim.

Careca: Da em nada, arrebento tu e depois ele, sem terror nenhum!

Negrito: Tu não vai botar a mão em mais ninguém, estica todo mundo pra sala, vamo resolver essa parada.

Fomos para a sala e sentamos cada um em um sofá, coloquei João no meu colo e ele me abraçou chorando baixo no meu pescoço.

Negrito: Explica essa parada aí, como ele pegou teu dinheiro?

Careca: O dinheiro estava no balcão, ontem ela foi comprar coca e deixou o troco lá em cima, agora fui procurar e ele tinha sumido.

Liliane: Perguntei pra ele onde estava o dinheiro e ele disse que pegou pra comprar doce.

Sabrina: Aí eles se acharam no direito de enfiar a mão em uma criança que não entende que foi errado. 

Careca: Foda-se, se o dinheiro não é dele, ele não tem que pegar porra!- gritou e eu respirei fundo.

Negrito: Qual que é cara? O menor é pequeno, não tá acostumado com nada daqui não, abaixa a bola.

Na hora ele calou a boca e não disse mais porra nenhuma, ficamos horas e horas conversando sobre tudo que tinha acontecido e acabou que não resolveu em nada.

Fui dormir com João, já que ele estava tremendo de medo de apanhar novamente.

Só fazia dois meses da gente aqui, e já tava sendo um completo desastre, fico pensando como vai ser passar um ano com eles.

Sabrina (M) Onde histórias criam vida. Descubra agora