capítulo 6

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Sabrina

Se passou dois meses e quase todo o final de semana eu e o Negrito se pegava, e eu achando que iria ser só uma noite pra nunca mais.

Diz ele que gostou de ficar comigo e ele jura que eu gosto também, aí ele decidiu dar continuidade nessa porra toda.

Na primeira vez foi estranho e desconfortável pra mim, não que ele transe mal, ele é muito bom no que faz, mas eu não queria estar ali.

Mas ou eu ficava ou não teria pra onde ir, infelizmente tudo pelo meu cunhado egoísta e minha irmã nojenta.

Sei que tinha que dividir as contas com ele, já que a boca não dá muito lucro e ela não trabalha.

Mas cara, eu não tenho um trampo fixo, faço faculdade e é mó difícil de pagar, mas parece que eles não entendem o meu lado.

Negrito: Tá chapando em que?- perguntou e eu olhei pra ele.

Sabrina: Nada, tô só pensando na vida - falei me arrumando na cama.

Negrito: Tá precisando de alguma coisa?- perguntou e eu neguei- se precisar me aciona pô, te ajudo no que tiver ao meu alcance.

Sabrina: Não é porque a gente transa, que tu tem que me ajudar.

Negrito: Até porque eu ajudo todo mundo, e não transo com quase ninguém que eu ajudo.

Falou e eu ri fraco.

Sabrina: Tá suave, só pensando na reviravolta que minha vida deu.

Negrito: Perder a mãe é foda né? É um bagulho louco.

Sabrina: Achei que tu tivesse mãe - falei e ele negou.

Negrito: A minha morreu no parto do meu irmão mais novo, daí tudo só fodeu mais a minha vida.

Sabrina: É, uma coisa que a gente nunca pensa é em como vai ser se não tiver nossa mãe aqui.

Negrito: No papo mano, no papo - falou pensativo.

Sabrina: Mas enfim, eu tenho que ir.

Negrito: Qual foi? Dorme aqui, tá mó tarde - falou e eu neguei levantando.

Sabrina: Amanhã é segunda, meu irmão tem aula e eu faculdade, preciso ir.

Negrito: Tua faculdade é só de tarde garota e a Liliane pode levar ele, não?

Sabrina: Não, ela não faz nada por mim e muito menos por ele, ela não é quem você pensa.

Negrito: E eu sei disso, mas se eu falar com o careca, ele fala com ela, não?

Sabrina: Ninguém sabe do nosso lance, eles acham que eu tô trampando pô.

Negrito: Ah, então cê tá mentindo pra todo mundo?

Sabrina: Não, eu só falo que vou sair e que de noite eu volto, eles que colocaram na mente deles que eu tô trabalhando.

Negrito: Então vamo lá, eu te levo - falou levantando.

Ele se arrumou e a gente foi, ele me deixou na esquina da minha rua e meteu o pé.

Entrei na casa de Liliane e eles estavam se comendo no sofá.

Sabrina: Ave Maria, Deus dê sabedoria pra vocês aprenderem a ir para um motel ou ir para um quarto - falei passando para o quarto.

Liliane: Se tu tivesse aqui pra cuidar do seu irmão, não estaríamos fazendo isso - falou e eu respirei fundo.

Sabrina: Tu que inventou coisa para o meu lado, não foi eu que quis! - falei e e entrei no meu quarto.

Fechei a porta e deitei na cama, em minutos já estava dormindo.

Sabrina (M) Onde histórias criam vida. Descubra agora