capítulo 47

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Sabrina

Sabrina: E quando você volta?

Falei manhosa, ele mal tinha dito que iria em bora e eu ja estava quase chorando.

Negrito: Nem sempre vai dar pra eu colar aqui morô? Mas vou tentar nos dias que tiver suave.

Sabrina: Vai ficar o dia todo, quando vir?

Negrito: Qualé Sabrina, tu num é de insistir pô, que isso?

Sabrina: Eu não tenho amigos aqui, não tenho familia, não tenho ninguém cara!

Negrito: E la tu ja teve?

Sabrina: Eu tinha a Estella e você, por mais que rolasse tudo aquilo entre a gente, eu me acostumei.

Negrito: E aqui tu também acostuma, isso é só questão de tempo.

Sabrina: Não faz isso comigo, pelo menos passa a noite aqui.

Negrito: Sabrina, não complica!

Sabrina: Nós nem precisamos fazer nada, só fica aqui comigo, preto.

Falei fazendo um bico, com os olhos cheios de lagrima.

Negrito: Eu não posso, minha Índia, eu tenho corres, tem polícia demais por aqui.

Sabrina: Mas é minha primeira noite aqui, eu não vou conseguir dormir sozinha.

Ele respirou fundo e eu vi que com toda a minha manha, ele iria ficar, só pra satisfazer minha vontade.

Negrito: Ta, até você dormir e ai, eu meto o pé!

Sabrina: Obrigada, obrigada!!

Falei e abracei ele o enchendo de selinho.

Negrito: Sem sexo, só deitar e dormir!

Sabrina: Um filminho com pipoca?

Falei fazendo outro bico e ele riu negando.

Ele envolveu os braços dele na minha cintura e ai me beijo, do jeitinho que eu sempre gostei.

Naquele momento eu tive a plena certeza.

Eu amava aquela boca dele!

Em qualquer lugar do meu corpo.

Oh céus como eu amava, como eu ainda amo!

Negrito: Nao tem nada de comer aqui, vamo ter que pedir algo.

Sabrina: Pode ser, assim ficamos mais tempo juntos.

Negrito: Para de ser grudenta, filha da puta.

Sabrina: Ta bom, tu que manda!

Falei me soltando dele e pegando meu celular, que na mesma hora ele puxou para ele.

Negrito: Vou te trazer outro celular, com outro número, não é pra entrar em contato com ninguém e muito menos mexer nas redes sociais antigas!

Sabrina: Porque?

Negrito: Porque eu to mandando.

Falou e guardou meu celular no seu bolso, respirei fundo e me sentei no sofá.

Sabrina: E oque eu vou fazer esse tempo todo trancada aqui? Conversar com as paredes até tu vir?

Negrito: É pô, oque tu quiser fazer, mas me pergunta antes, ai eu vejo se libero ou não.

Sabrina: Que legal, sou sua prisioneira agora, oque eu fiz pra tudo isso?

Negrito: Num to te prendendo, to te protegendo!

Sabrina: De quem? Pelo amor de Deus, Vinicius!

Negrito: De mim, estou te protegendo da minha pessoa, vou manter você longe, mas bem cuidada!

Sabrina: E diz que vai vir me visitar, você vai mesmo?

Negrito: Ja falei, quando der, eu colo aqui!

Sabrina: Quando der, ou quando você não tiver ninguém pra comer?

Negrito: Quando der minha Índia, ja te disse!

Falou manso e veio me dando beijo, de cara fechada eu estava e de cara fechada eu continuei.

Negrito: Vai ser melhor pra tu! Tu vai ver!

Sabrina: Aham, com certeza!

Negrito: Pô, tu vai poder focar na tua religião agora, vai poder focar nos seus estudos, vai fazer tua vida andar.

Sabrina: É, ela vai andar dentro desse apartamento.

Falei e ele respirou fundo levantando do meu lado e me ignorando.

Negrito: Vou pedir aquele lanche que tu gosta, morô?

Sabrina: Pode ser, eu perdi a fome mesmo.

Negrito: Logo tu? Nunca pô!

Sabrina: Ta falando demais, não acha?

Negrito: Não, te conheço muito bem, minha Índia.

Sabrina: Porque minha Índia?

Negrito: Porque tu tem cara de Índia e é minha, pô!

Falou vindo para o meu lado de novo e começou a me beijar.

Sabrina: Se sou sua, porque me prendes?

Negrito: Nada que é meu vive solto, pros outros pegarem.

Sabrina: Se me conhecesse bem, saberia que eu não rendo pra nenhum outro e nem quero!

Negrito: Não é questão de tu render, o bagulho é outro!

Sabrina: outro, como?

Negrito: Muito caô, um dia eu te conto.

Sabrina: As vezes você é insuportável, mané!

Negrito: E mermo assim, tu ama o pretão aqui!

Sabrina: Ja dizia minha mãe a muito tempo atras "o amor é cego, não somos nós que escolhemos quem amar e sim como amar".

Negrito: Minha sogra era poeta pô!

Sabrina: Faltou eu conhecer a minha né?

Negrito: Um dia minha Índia, eu ainda vou apresentar vocês de novo, de um outro jeito!

Sabrina: Quando?

Negrito: Quando chegar a hora, você vai saber!

Sabrina: Você e esse negócio de esperar.

Negrito: Papo só, minha Índia!

Sabrina (M) Onde histórias criam vida. Descubra agora