Não poderia acreditar se tudo isso era real, poderia facilmente dizer com toda a certeza do mundo que estava em um pesadelo, ou talvez até no meu próprio inferno. Eles olharam o muro em ruínas, consumido pela matança e destruição que ocorreu naquele vilarejo. Sinceramente não consigo descrever com palavras o atormento que consumia meu peito.
Não posso dar meia volta e sair daqui, teria que enfrentar esse lugar novamente. Controle seus sentimentos S/n, você ainda é uma pilar e deve agir como tal. Não se deixe levar por isso tão facilmente.
Fechando meus olhos com força, me pressionei a retomar minha expressão séria. Engolindo aquele enjoo que me tirava o ar. Tenho que completar essa missão e sair o mais rápido. Quanto mais cedo começarmos poderemos ir para casa.
— Vamos logo — digo, abrindo o caminho para que eles possam me seguir.
Contornei parte daquele muro, se é que o posso chamar assim. Cheguei à entrada da minha vila, vendo como a deixei pela última vez. Aquela sensação parecia dobrar a cada passo que eu dava, parecia que meu peito agora pesava uma tonelada.
"Meus olhos se arregalaram instantaneamente, via casas destruídas e corpos no chão."
Poderia sentir a agonia incessante daquele mesmo dia. Meu corpo ficar dormente apenas com o simples fato de eu estar ali. Rondando mais um pouco do lugar, não achava nada que levasse ao possível oni. Todos os lugares menos um.
Será que o destino é tão cruel assim? As forças superiores gostam de fazer a vida das pessoas horríveis e amargas? Não conseguia entender o porquê disso está se repetindo. Mesmo que se eu ficasse pensando isso durante uma eternidade não iria chegar a uma resposta nunca. Seria esse um caminho traçado para me fazer sofrer?
"Após procurar por todo o vilarejo, rondando até as vielas mais escondidas, não tinha achado nada do oni. Porém, havia deixado de procurar em um único lugar, minha casa."
Os Shinazugawas estavam perto de mim, eles não ousavam me deixar sozinha andando por aí, mesmo que esse foi o lugar que eu nasci e cresci. Acho que eles sabiam que eu poderia apenas desmoronar caso ficasse isolada. Não sei dizer se isso é bom ou ruim, eles podem notar o como eu estou acabada e tocada por estar no meu antigo lar.
— Venham por aqui, sim? — falo, ganhando a atenção de ambos.
Fui andando em direção a maior casa de todas, aquela que eu já chamei de minha casa. Chegamos em pouco tempo a sua fachada, essa que não continha tanta beleza por está quebrada. Se eu estava me corroendo em sensações nada agradáveis, agora sentia cada célula do meu corpo queimar em tristeza. E raiva também.
Seja lá que for esse demônio, farei questão de decepá-lo por me fazer rever toda essa cena outra vez. Pisando com certa calma naquele gramado que já foi verde e que agora continha manchas de sangue, faço meu caminho para entrar na minha casa.
— Genya, você pode ficar aqui? Temos que vigiar por fora também — falo, sendo doce com as palavras.
O garoto assente com a cabeça, poderia ver ele mudar sua postura. Ele estaria com a guarda mais fechada quando eu entrasse na casa. Por mais que meu pedido fosse verdadeiro, não quero que ele veja como sou patética ao ponto de quase chorar por estar aqui. Afinal tenho que manter um exemplo de forte para meu aprendiz.
A porta estava aberta, entrei devagar no ambiente. O cheiro de sangue e de corpos em decomposição me davam ânsia, predominava o local que sempre foi tão bem cuidado. Porém deveria continuar, seguir enfrente e achar o oni. Então por que estou paralisada? Ande S/n! Mexa-se.
Sinto um choque percorrer meu corpo como um relâmpago. Um toque no ombro me acordou, quando olhei para o lado Sanemi estava lá, olhando a minha casa.
— Vamos — ele disse, mesmo que sua voz soasse como uma ordem, sei que ele estava tentando ser gentil, do jeito dele óbvio.
Andando mais para dentro, não notava nada que não lembrasse. Tudo sujo de sangue e destruído. Achei aquele cômodo, o qual eu não queria ver o que estava nele. Respirei fundo mais uma vez, adentrando aquela sala que tanto temia encontrar novamente.
Arregalei meus olhos, seria possível que eu estivesse enganada? Mas que diabos estava acontecendo?
— Sanemi! — chamo por ele, que entra rapidamente no cômodo onde eu estou.
— O que aconteceu? — ele olha ao redor. — Por que você gritou se não tem nada aqui?
— Exatamente por isso! Os corpos de Hitode e mamãe deveriam estar aqui! — exclamo.
Não faço a menor ideia de como isso aconteceu, contudo me deixava cada vez mais furiosa com essa situação. Os corpos deles não poderiam ter desaparecido de uma hora para outra. Mesmo que um oni tivesse os devorado, então por que somente fez isso com eles e não com as outras pessoas da vila?
Talvez alguém pegou seus corpos como recompensa? Afinal existem pessoas que compram corpos de pessoas importantes, e mamãe era uma Hashira no fim das contas. Mas eu me lembro como eles estavam, eram praticamente irreconhecíveis por conta dos ferimentos. Ninguém iria querer um corpo nesse estado.
Então o que poderia ter acontecido? Perguntas e mais perguntas me cercavam e não achava respostas para nenhuma delas. Minha cabeça pesava e doía com tudo o que acontecia. Olhei para Shinazugawa e ele também aparentava está bastante confuso.
No meio daquele silêncio mortal, algo o quebrou de repente. Escutamos o som de um disparo feito por uma arma de fogo. Apenas uma coisa passou pela mente dos dois nesse momento.
— Genya — falamos juntos.
Eu e o ventania corremos para fora, tirando nossas katanas de suas bainhas. Chegando à parte externa do local, automaticamente aumentamos nossas guardas, procurando por alto um oni pelas redondezas.
— O que você viu Genya? — pergunto, olhando para o garoto de relance.
— Não sei dizer ao certo, mas estava voando ou algo do tipo — ele fala, olhando para o céu estralado, segurando com firmeza seu revólver entre suas mãos. — Era como se as estrelas estivessem se movimentando de uma maneira estranha.
— Você já ouviu falar de estrela cadente? — o Hashira se pronuncia.
— Mas essas eram diferentes, não sei explicar mas tenho certeza que não são estrelas comuns — o garoto tenta se justificar.
— Só estamos perdendo tempo aqui — Sanemi resmunga.
— Genya, como essas estrelas eram? — pergunto para ele, o olhando fixamente dessa vez.
— Elas me lembram das estrelas da sua respiração S/n-nee.
As estrelas da minha respiração? Será que isso tem algum envolvimento com o antigo QG das Hashiras da Estrelas? Mas como uma premonição, me virei, dando de cara com um oni. Por defesa tendo o acertar, mas esse desvia com uma rapidez incrivelmente impressionante. Assim chama a atenção dos outros.
— Invadindo a casa dos outros? Que coisa feia — fala.
Até então não pude ver seu rosto com clareza, todavia agora podia. E o que eu vi me fez desejar a morte ali mesmo.
— Mamãe?
Autora: Oiii amores, só queria me desculpar por está postando cap essa hora. Estou indo para a escola presencialmente e isso acabou bagunçando meus horários, peço perdão por isso.
Mas prometo atualizar as fics como sempre faço, não se preocupem com isso.
E eu agora estou vacinada!! Uhuuu
Espero que estejam gostando da fic, beijus (/◕ヮ◕)/
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*The Pilar Of The Star* - 𝒦𝒾𝓂𝑒𝓉𝓈𝓊 𝓃𝓸 𝒴𝒶𝒾𝒷𝒶
FanfictionEm uma época em que os onis ainda dominavam a escuridão das noites. S/n Hoshi é conhecida como a Hashira da Estrela, vindo de uma linhagem de Hashiras, composta apenas por mulheres. Após passar por muito sofrimento em sua vida, se junta com sua prim...