Capítulo 3- Confronto

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Era uma linda noite, a lua cheia iluminava a gélida e um pouco sombria noite. Olhava o céu, encarando os detalhes, pelo menos aqueles que poderia ver a olho nu. Os pontinhos brilhantes, que são chamados de estrelas, roubavam minha atenção.

— Ei, S/n. Vamos, faz tempo que você está aí fora — me chama.

— Mas o céu está tão lindo! A luz da lua é bonita — falo, tentando me manter naquele gramado, admirando ainda mais o satélite natural.

— Você sabe que a luz não é da lua, e sim do Sol — disse me corrigindo.

Fiz uma careta, cruzando os braços, ficando levemente aborrecida. Ele suspira, vindo e se sentando ao meu lado. Solta um sorriso meigo, levando uma de suas mãos até meu cabelo, o bagunçando de leve.

— Posso te contar um segredo? — me pergunta, assenti com a cabeça. — Há quem ache que a lua é invejosa, dizendo que ela rouba a luz do Sol. Eu acho que é um presente.

— Um presente? — pergunto.

— Sim. A lua não tinha luz, e o Sol percebeu sua tristeza. Ele secretamente, gostava da lua, então tinha que fazer algo, pois não poderia ver sua amada triste. Então, todos os dias, quando ele se põe, ele dar um pouco de sua luz para a lua, a fazendo ficar radiante e bela, para todos a apreciarem.

— E as estrelas?

— Você não me deixou continuar — deu um peteleco em minha testa — o Sol não podia ficar ao lado de sua amada, então, deixou as estrelas para a fazerem companhia. Assim, elas são testemunhas do amor e do presente do Sol para a lua.

Meus dias de folga tinham chegado ao fim. Hoje teria a missão com os meninos. Tinha acordado mais cedo, para resolver alguns detalhes pendentes. Reuni os garotos, para falar as informações.

— Bem, iremos em um vilarejo. Os habitantes têm falado que crianças estão sumindo ultimamente. Alguns afirmaram terem visto um monstro com três braços e chifres — expliquei.

Eles entenderam, e tiveram reações diferentes. Tanjiro ficou triste pelas crianças capturadas, Inosuke disse que acabaria com esse oni, e Zenitsu ficou um pouco assustado com a possível aparência do oni.

Meu corvo pousou em meu ombro, falando algo em meu ouvido. Agradeço e ele saiu.

— S/n-san, algum problema? — Tanjiro me pergunta.

— Não, apenas uma confirmação de um pedido — digo, eles me olham confusos — antes de sairmos, queria comunicar que teremos mais um integrante nessa missão. Pode vir, Genya — o chamo, sorrindo.

O garoto aparece, com a mesma cara séria de sempre. Os meninos ficaram felizes por compartilharem uma missão com ele, acho que nunca agiram juntos em uma.

Antes de me encontrar com os meninos, pedi para meu corvo fazer um pedido ao mestre. Perguntei se poderia levar Genya comigo, fiquei feliz em saber que ele deixou. Mitsuri me acusava de ser a "protegida" do mestre, mesmo achando isso besteira.

Não me lembro de muita coisa quando o conheci, apenas sei por narrações do mesmo. Estava jogada em uma floresta, com as roupas rasgadas e coberta por sangue. Me levou até sua casa, para receber os devidos cuidados. Acordei dois dias depois. Após isso fui morar com minha prima e treinei para ser uma hashira.

Perguntei se eles já estavam prontos para irmos, dizem que sim. Quando já estávamos de saída, escuto alguém me chamando, e pelo tom de voz poderia imaginar quem é.

— Hoshi! — Shinazugawa me chama, vindo em minha direção com passos pesados, com sua cara de cachorro bravo.

Os meninos me olham preocupados, ainda mais Genya.

— Não se preocupem. Podem ir na frente, resolvo isso em um instante — falo sorrindo gentilmente, eles me obedecem e vão andando.

Respiro fundo, tentando reunir o máximo de calma. Ele parou em minha frente. — O que aconteceu? Parece irritado — digo irônica.

— Pare com esse teatrinho, sabe muito bem o que aconteceu.

— Tenho cara de vidente por acaso?

— Ora sua... — parou de falar, pude ver ele travando a mandíbula — quero saber o porquê de ter feito Genya seu Tsuguko.

— Porque eu quis. Pronto, agora já sabe — falo virando de costas para ele.

O mais alto agarra meu braço, me impedindo de andar. — Não fale comigo desse jeito, quem você acha que é?

— Alguém melhor do que você — falo o encarando.

Posso ver sua ira nos seus olhos. Shinazugawa assustaria qualquer um com isso, mas não me assustava, acho que é por isso que ele me odeia tanto. Sempre o respondia na mesma intensidade que ele falava comigo, não deixaria ninguém me colocar para baixo, e ele não é uma exceção.

— Se está tão irritado com isso, por que não fez dele seu Tsuguko primeiro? — faço a pergunta, enquanto puxo bruscamente o meu braço, o livrando de sua mão. — Aliás, como ficou sabendo disso?

— Tenho meus motivos para isso, não tenho que lhe dar satisfações — fala rude — ouvi Mitsuri comentando.

Droga, por que Mitsuri não podia ficar com a boca fechada? Suspiro, não posso mais contar nada para ela.

— E eu tenho que te falar os meus? — pergunto sarcástica — só pode está brincando com minha cara.

— Diferente de mim, você é apenas uma pirralha de merda — disse me insultando.

— Posso ser uma pirralha, mas sou mais forte que você. Não passa de um sopro metido a furacão — ele iria falar algo, porém tomo a frente com as palavras — vou indo, tenho mais o que fazer.

Digo e logo me retiro, o deixando furioso e falando sozinho. Ele se acha melhor que todos, falando o que bem entende. Mas comigo isso não funciona, vou o colocar em seu lugar. Não sou o tipo de pessoa que leva desaforo para casa. Logo vejo os meninos, e me junto a eles.

— Aconteceu algo, S/n-san? — pergunta Zenitsu.

— Nada demais — o respondo simples.

— Ele te falou alguma coisa ruim? — dessa vez, quem me pergunta é Genya.

— Apenas trocamos alguns insultos, não se preocupe com isso — falo sorrindo para o mais alto.

Seguimos nosso caminho para o vilarejo. Ainda pensava naquele idiota, como o ventania me dava nos nervos. Só de lembrar de seus xingamentos sentia meu sangue ferver. Entretanto, tenho que me concentrar na missão, já bastava ele me estressar, não poderia perder o foco por causa daquele imbecil do Shinazugawa. 

*The Pilar Of The Star* - 𝒦𝒾𝓂𝑒𝓉𝓈𝓊 𝓃𝓸 𝒴𝒶𝒾𝒷𝒶Onde histórias criam vida. Descubra agora