Em uma época em que os onis ainda dominavam a escuridão das noites. S/n Hoshi é conhecida como a Hashira da Estrela, vindo de uma linhagem de Hashiras, composta apenas por mulheres. Após passar por muito sofrimento em sua vida, se junta com sua prim...
Meus olhos apenas poderiam estar vendo coisas, aquilo não podia ser real de nenhum jeito. Mitsuri estava machucada, e ainda mantinha um semblante de alegria e pureza em seu rosto. Olhando para meu lado Genya aparentava está sem forças, via que as características de oni estavam mais fracas do que deveriam. Isso apenas poderia ser o inferno na minha frente.
- O que veio fazer aqui? - pergunto para a minha prima, enquanto cuidadosamente a coloco sentada no chão.
- Seu corvo apareceu pedindo socorro... Então apenas imaginei que você estava em perigo - responde com a voz baixa, quase sussurrando.
Averiguava a situação dos seus machucados, o que fez meus olhos marejar imediatamente. Quatro grandes estrelas com suas pontas cravadas nas costas de Mitsuri, não poderia tirá-las pois elas impediam que o sangramento se agravasse. Minhas mãos tremiam como nunca, sentia as pontas dos meus dedos geladas.
- Por que veio... Você se feriu por minha causa - digo, sentindo as lágrimas que guardava finalmente escorrerem pelas minhas bochechas.
- Você é minha irmãzinha, não posso deixar que ninguém te machuque - falou, passando sua mão em meu rosto. Um carinho gentil que me fez chorar ainda mais.
Pouco tempo depois escuto a chegada de alguém, Iguro-san apareceu e logo se pós ao lado da minha irmã. Por sua expressão de desespero, saberia que ele iria cuidar dela enquanto eu resolvia as coisas.
- Por favor, cuide dela - tiro meu kimono, o entregando. - Use isto para fazer um curativo, apenas para impedir que ela perca mais sangue.
O Hashira automaticamente aceitou e fez o que eu pedi. Por sua personalidade difícil imaginei que ele me crucificasse por conta disso, porém ele depositou toda sua atenção e ajuda a Mitsuri. Ela realmente encontrou alguém que possa cuidar dela.
A olhei mais uma vez, observando Iguro-san fazer os cuidados que o instruí. A mesma me lançou seu olhar mais doce, aquilo era a prova que eu precisava para ter certeza que ela ficaria bem. Correndo para o lado, via uma cena que fez meu coração partir ao meio.
Sanemi com o rosto molhado, enquanto segurava Genya em seus braços. O meu Tsuguko não estava bem, pela localização dos seus ferimentos eram profundos e tenho certeza que acertaram algum órgão vital. Por que tudo isso está acontecendo? Por que essa dor nunca passa porém somente cresce?
- Genya... - eu o chamo.
- Está tudo bem S/n-nee, sinto muito por causar tantos problemas - o garoto fala, alternando as palavras entre expressões de dor.
- Não se force e nem se desculpe. Você tem que guardar suas forças.
Shinazugawa estava suando frio, sua face carregava aspectos de choque e desespero. Conseguia ouvir a respiração descompensada do mais velho, por mais que o momento em que estamos seja doloroso não posso deixar ele perder a calma.
O ajudo a colocar Genya no chão em uma posição que não agravasse sua situação. Ele estava pior que Mitsuri, mas não posso deixar com que Sanemi saiba disso. Entretanto também me sentia aflita com tudo isso, ver as poucas pessoas que eu amo sofrerem por minha culpa é terrível.
Olhando para o mesmo, que não dizia uma única palavra faço um gesto que pareceu o arrancar de um coma. Coloco minha mão trêmula sobre a sua, sentindo a pele áspera do Hashira entrar em contato com a minha. O homem me olha, via uma dor sem igual em suas íris arroxeadas.
- Me perdoa, não pude fazer nada - digo baixo, deixando que as minhas lágrimas fizessem seu caminho.
Com um toque repentino, a mão do mais novo se junta as nossas. Ambos olhamos para o garoto, ele estava com um leve sorriso nos lábios, com sua cabeça um pouco inclinada para nos encarar diretamente.
- Vocês são iguais mesmo - ele começa. - Sempre carregando toda a culpa e responsabilidade apenas para si.
Não entendíamos o motivo dele querer falar isso tão repentinamente, contudo decidimos não atrapalhar o menino de continuar falando. Ele realmente parecia querer colocar aquilo para fora, mas não entendia o porquê de ser agora.
- S/n-nee sempre se coloca como a culpada pelos nossos erros, se sobrecarregando de tudo o que acontece ao seu redor. Não mede esforços para proteger quem seja, ela é muito parecida com você... Onii-chan.
Os olhos de Shinazugawa se arregalaram em uma surpresa. Era a primeira vez em muito tempo que o mais novo não o chamava assim diretamente. Vi seus lábios tremerem em pura emoção daquele chamamento sair de Genya, essa atmosfera entre os dois era tocante de todas as formas.
- Sei que você sofreu muito quando precisou me proteger, ter que matar a mamãe deve ter sido tão complicado. Eu não entendia na época, mas agora vejo e entendo como você se sentiu. Muito obrigado por não ter me deixado morrer naquele dia e desculpa por ter te tratado daquela maneira.
- Não precisa agradecer e nem se desculpar, eu faria quantas vezes fosse preciso para te proteger Genya - Sanemi diz, com a voz embargada por causa do recém choro.
O garoto me lançou seu olhar, virando um pouco sua cabeça na minha direção. - Agradeço por me treinar e cuidar de mim, S/n-nee. Se não for pedir demais, pode cuidar do onii-chan para mim?
- Lógico que sim, esse cabeça de vento não vai se virar sozinho - respondo, passando as costas da minha mão livre nos meus olhos.
- Eu amo todos vocês... - Genya começou a tossir sangue, não deixamos que ele gastasse mais suas forças.
O garoto estava pálido e fraco, não poderia prosseguir mais. Vê-lo daquela forma apenas me deixou mais furiosa com aquela oni maldita, uma forte vontade de luta crescia dentro de mim. Também sentia essa imensa vontade nascer de Shinazugawa, ainda de mãos dadas, vendo como as pessoas que nós amamos estavam, não esperava outra coisa.
Uma queimação foi nascendo do meu pescoço até o centro da minha bochecha direita. Passando a minha mão pelo local sentia a pele um pouco mais áspera e sensível. Olhando para meu lado, vi uma marca com um tom verde na bochecha de Sanemi. Então é isso... A marca dos caçadores de onis realmente existe.
- Preparada para dar um fim nessa porra? - ele pergunta, empunhando sua nichirin.
- Sim, dessa vez para sempre - falo firme.
Encarava a figura da minha mãe, olhando fixamente o demônio que devo arrancar a cabeça fora. Dessa vez definitivamente.
Autora: Oiii amores, talvez eu tenha chorado um pouco escrevendo os sentimentos do Genya. Próximo cap a batalha e o aproximado final da fic. Imagem representativa da marca da S/n
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Quase 2k de viws! Meus sinceros ARIGATO! Espero que tenham uma boa semana, beijus(•‾⌣‾•)
