Capítulo 22- Despedida

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Cada parte do meu corpo era inteiramente dominado por uma forte adrenalina, poderia sentir meu sangue circular com rapidez pelos vasos sanguíneos. O oxigênio parecia queimar em meus pulmões, me causando uma ótima resistência respiratória. Isso não é metade das coisas que sinto por conta da marca do caçador.

Essa é uma lenda que nunca imaginei que fosse real, uma marca que aflora na pele dos exterminadores de onis mais fortes dessa terra, os dando um vigor sobrenatural possibilitando que os mesmos fiquem igualitários ou até mesmo mais poderosos que os demônios. Agora via com clareza que esse mito realmente existe.

Eu e Shinazugawa partimos com tudo para cima da oni, nossa velocidade não podia ser comparada com um raio, pois julgo que estaríamos mais rápidos que o mesmo. Conseguíamos desviar dos ataques aéreos com uma facilidade absurda, cruzamos o céu como duas águias afim de capturar sua presa. Porém mamãe não tinha a intenção de deixar aquilo barato, ela começou a criar duas estrelas enormes, essas que eram maior que a própria e mandá-las em nossa direção.

Mudando a minha postura em pleno ar, me pus a segurar a empunhadura da minha katana com mais fixidez, chegava a ouvir sua lâmina emitir um pequeno ruído com a forma que minha mão a segurou.

- Respiração da Estrela. Shi no kata: Chuseishisei.

Em fração de segundos uma das estrelas teve sua aceleração diminuída drasticamente graças a minha quarta forma. Ao meu lado o Hashira do Vento usou um de seus ataques para fazer o mesmo. Por conta de temos usados nossas respirações, voltamos a terra firme. A mulher nos olhava avaliativa e também bastante irritada, aquilo era mais do que suficiente para ela ter entendido que seus ataques normais não teriam mais efeito.

Mamãe fez uma movimentação estranha com as mãos, seus gestos faziam menção de como se ela estivesse desenhando. Não conseguia ver nada, então usei a minha super visão para poder enxergar algo, já que tenho certeza que isso apenas poderia ser algum tipo de ataque.

- Está conseguindo ver alguma coisa? - Sanemi me pergunta.

- Até agora não, mas aqueles movimentos me lembram de quando...

- Te lembram do que? - o homem questiona sem paciência.

- De quando ela era uma caçadora, era a mesma movimentação de quando ela usava sua nichirin.

Como se fosse uma ironia, notei traços quase invisíveis no ar. Tão pequenos e finos que eram semelhantes a agulhas. Eles sumiam e apareciam o tempo todo, era como se mamãe estivesse elaborando algo extremamente preciso.

- Kekkijutsu: Astros negros - a voz da mulher ecoou pelo lugar.

Meus olhos se arregalaram em desespero, minúsculas estrelas pretas foram formadas, tão pequenas que se camuflavam perfeitamente com o breu do céu. Conseguiria me defender delas, mas Sanemi não teria a mesma sorte. Pulando na frente do Hashira, usava minha katana para nos defender daquele ataque ridículo de tão baixo.

- O que merda você tá fazendo?

- São estrelas quase invisíveis, se quiser morrer eu saio da frente.

Eram muitas e não paravam de chegar mais e mais. Meus olhos rolavam assim como a lâmina da minha nichirin. Não havia como eu anular todas, então era óbvio que algumas cortavam minha pele, apenas um leve contato e a carne era rasgada como uma navalha afiada. Porém não eram abordagens desorganizadas, poderia dizer que havia um certo padrão no estilo daquelas estrelas. Se eu fosse comparar a algo seria... Seria exatamente como a terceira forma da minha respiração!

- Shinazugawa você lembra da terceira forma da minha respiração, não é?

- Aquelas pequenas estrelas brancas irritantes? Sim, aquela merda é chata pra caralho.

*The Pilar Of The Star* - 𝒦𝒾𝓂𝑒𝓉𝓈𝓊 𝓃𝓸 𝒴𝒶𝒾𝒷𝒶Onde histórias criam vida. Descubra agora