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(n/a esse cap pode conter gatilho de agressão física intensa. porfavor leia com cuidado e caso se sinta melhor pule algumas partes ⚠️)

S/N POV

Estou em meu quarto fazendo um trabalho de escola, tenho umas mil atividades que deixei acumular e precisam ser entregues amanhã, além do meu trabalho de biologia que tá me matando.

Estou enfiada no quarto tentando fazer tudo o mais rápido possível desde que terminei de almoçar, agora já se passam das 21:00.

O que me mantém de pé pra ter energia e conseguir fazer tudo é o Finn, que está em chamada comigo enquanto eu faço tudo e ele me ajuda. Ele se ofereceu pra vir aqui e me ajudar escrevendo um pouco mas eu neguei de imediato, depois do ocorrido de dias atrás a última coisa que eu quero é ele na minha casa de novo.

Além do perigo, não quero deixa - lo naquele estado outra vez e não poder fazer nada pra aliviar.

Vídeo chamada

Finn: Já terminou história né? Falta o quê agora?

Me: Falta matemática, sociologia e religião.

Finn: Nossa que merda... Você parece cansada, tem certeza que não quer que eu vá aí? Seu pai só volta de madrugada.

Me: Tenho certeza, eu dou conta.

Finn: Se você diz... Bom, então vamos pra matemática que é mais difícil...

[...]


Algumas boas horas já se passaram, é 00:15 e eu terminei tudo. Estou morta de fome, cansaço e sono, minhas mãos doem de tanto escrever e parece que um trator passou por cima do meu corpo.

Então escuto o barulho da porta ser aberta, assim que é aberta gritos tomam conta da casa e mesmo que eu esteja no quarto consigo escutar com clareza de tão alto que tudo está.

Meu pai está brigando com Rose, e pelo visto a briga é feia.

Fecho a porta do quarto me obrigando a fingir que nada está acontecendo, pego meus materiais na cama tirando tudo de cima dela e a arrumo pra que eu possa dormir mas os gritos apenas aumentam e aumentam, me causando receio e medo.

Olho para a porta do quarto pensando seriamente se eu devo intervir, a resposta é óbvia mas ainda me pergunto se devo ou não fazer alguma coisa.

Decido deixar pra lá e me ponho debaixo dos cobertores, tampando meus ouvidos ao tentar abafar o som mas o barulho de coisas quebrando e gritos estridentes de Rose ecoam por minha casa então levanto rapidamente da cama.

Abro a porta com tudo e corro o mais rápido que posso até a sala, meu pai quebrava alguns vasos que eram da mamãe em direção a sua namorada que sangra muito.

— Pai, o que está fazendo?? – Pergunto.

Meu pai apenas me da um olhar que arrepia minha espinha e volta sua atenção a Rose no mesmo instante, partindo pra cima dela enquanto distribui socos e mais socos no rosto da mulher. Xingamentos saem da boca dele e meus olhos se enchem de lágrimas enquanto imploro pra que ele pare.

— Papai para! Pai já está bom! – Grito mas ele não me ouve. — VOCÊ VAI MATAR ELA!

— É PRA MATAR MESMO! – Ele grita largando Rose e caminhando em minha direção enquanto vou dando passos para trás tentando a todo momento me afastar dele mas sinto a parede em minhas costas, o que me faz tremer. — Essa vagabunda estava me traindo S/n! Eu vi todas as conversas, ela não vale nada!

— Você que não vale nada! – Cuspo as palavras na cara dele sem pensar muito bem. — Você afasta todas as pessoas que algum dia já se importaram com você, primeiro a mamãe, eu, e agora a Rose.

— É?? E quem é o culpado disso tudo?

— Você. – Digo.

Os olhos do meu pai ficam mais escuros e o punho dele é fechado com força. Eu sei que ele vai me bater. E não estou preparada pra passar por isso de novo.

— O que disse?

— E - eu. Eu sou a culpada disso tudo. – Digo imediatamente, sentindo o pavor tomar conta de mim.

— Repita S/n, repita o que disse!

— Eu disse que eu sou a culpada disso!

Meu rosto é acertado com um soco forte, o que me faz virar o rosto com o impacto, minha boca é tomada por um gosto de ferrugem e olho para o meu pai totalmente apavorada.

— Você, sua mãe e Rose são três imprestáveis! E você vai pagar pelo o que disse.

Outro soco é desferido em meu rosto, seguido de outro e outro. Caio no chão me sentindo cada vez mais fraca enquanto que Rose chora e tenta se arrastar em minha direção para me ajudar.

Me rastejo em direção a ela, tentando alcança - la mas meu pai me puxa pelos cabelos me fazendo gritar, enquanto chuta minha barriga me fazendo ficar sem respirar.

Ele continua me batendo um pouco mais e quando nota que perco a consciência, me larga no chão.



[...]


Acordo devagar com um zumbido alto em meu ouvido, minha visão completamente turva, minha cabeça gira e não sinto meu corpo até ter que mexe - lo. Com muita dor e muita dificuldade me viro para trás e não vejo Rose, penso em chamar pelo nome dela mas o silêncio na casa é assustador e tenho medo de chamar atenção daquele homem e ele vir terminar o que não conseguiu fazer.

Me arrasto pelo chão em direção ao centro da sala que tem um telefone fixo, enquanto me arrasto, minhas mãos manchadas de sangue deixam rastros pelo chão como numa verdadeira cena de terror.

Alcanço o telefone e dígito o número da primeira pessoa que me vem em mente e que possa me salvar.




"Finn, me ajuda..."































Continua...

𝘵𝘳𝘰𝘶𝘣𝘭𝘦𝘥 𝘨𝘪𝘳𝘭 - 𝘧𝘪𝘯𝘯 𝘸𝘰𝘭𝘧𝘩𝘢𝘳𝘥 + 𝘺𝘰𝘶Onde histórias criam vida. Descubra agora