Capítulo-10

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Hellena...esse é o nome da mulher que insiste em atormentar minha mente. Depois de nosso beijo, nada mais aconteceu, vimos filme e dormimos juntos como sempre fazíamos.

Agora eu já estava entrando em minha casa, já que a noite deveríamos juntar meu irmão e Sophie. Vou ao banheiro ignorando a presença de minha mãe na sala. Tomo um banho rápido e logo vou em busca do que essa mulher quer agora.

- Olá, querido!- Seu sorriso era radiante, alguma merda ela fez.

- O que fez, mãe?- Obviamente estou desconfiado.

- Eu não fiz nada, não posso ser agradável?

- Não, você não é agradável.

Minha mãe soltou uma risada tão estranha que arrepiou meus pelos dos pés até a cabeça. Ela estava estranha hoje, mas eu não poderia deixar aquilo afligir a minha mente, tinha uma coisa muito melhor para pensar...e essa coisa tinha nome e cabelo ruivo.

- Bom, meu querido filho.- Odeio quando ela me chama assim.- Preciso ir, percebo que não quer mais minha presença aqui.

O meu deus, como ela adivinhou? Preciso melhorar minha atuação.

- Adeus, Eros.- Agora seu olhar era meio triste, minha mãe é bipolar.

- Tchau, mãe.

E ela se foi, isso tudo foi bem estranho. Mas enfim, tenho que ir praticar o arco um pouco.

Ser cupido não era tão fácil, afinal...o destino das pessoas está nas minhas mãos. Porém, nada nunca é garantido, todos tem suas almas gêmeas, mas isso não é garantia de vida. Nem sempre as pessoas encontraram seu "verdadeiro amor", e algumas vezes elas até encontram, mas nem sempre em uma relação romântica. E outros acabam perdendo suas almas gêmeas antes mesmo de tentarem algo.

Isso me lembra os meus três casais preferidos, eu tive o prazer de conhece-los e sei que são inesquecíveis.

Pietro e Belatrice, se odiavam quando crianças e só viviam brigando! Mas conforme foram crescendo, protegiam um ao outro com unhas e dentes. Lembro de uma vez em que Pietro se envolveu em uma briga, pois estavam falando de Belatrice pelas costas da mesma. Ele ficou todo arrebentado, mal conseguia andar direito no final da grande briga, mas conseguiu vingar sua amada. Quando Belatrice viu o estado daquele garoto bobo, o agrediu também, mas logo depois o ajudou a cuidar de todos os seus machucados, até que finalmente estivesse intacto novamente. Eles até tentaram ter um relacionamento, mas nada deu certo em sua relação. Continuaram amigos até os tempos atuais. Eles eram dois italianos esquentados, viviam se batendo por aí.

Laura e Miguel, esses dois são os meus preferidos com toda a certeza. Laura era uma brasileira e uma romântica incurável, Miguel era um soldado que participava de uma grande guerra, ele era americano. Laura mandava cartas avulsas para a área de batalha, na intenção de que alguém começasse a conversar com ela, e foi o que aconteceu. Laura e Miguel trocavam cartas durante todos os dias, mas por um tempo ele sumiu, deixando sua amada aflita até que pegasse o primeiro avião para os Estados Unidos. O que o amor verdadeiro não faz, não é mesmo?. Laura nunca nem tinha visto o rosto de Miguel, mas o amava tão intensamente que o procurou por todos os cantos possíveis, até encontrar a mãe do homem. Infelizmente o jovem Miguel havia morrido a alguns dias, no campo de batalha. Laura nunca superou totalmente o fato de não ter tido a chance de conhecer seu amado, hoje ela é casada com uma mulher americana, chamada Maya. Elas tem um filho chamado Miguel, em homenagem ao grande amor de Laura.

E o último casal, é o mais triste de todos e o que eu sempre vou amar. Louise e Alice, mulheres que se amavam intensamente e moravam na Europa por volta de 1560. Essas duas mulheres cuidavam de pessoas doentes e feridas, com ervas curandeira clandestinamente. Cuidados de profissionais eram muito caros, e pessoas mais pobres sempre morriam por não ter dinheiro o bastante. Então elas sempre os ajudavam, geralmente de graça. Mas quando o médico e pastor da igreja, descobriu o que essas mulheres estavam fazendo, ele foi até a casa delas pronto para prende-las, mas quando as viu se beijando...o pastor mudou de idéia rapidamente e resolveu as acusar de bruxaria. Aquele homem desprezível, era apaixonado por Louise, se sentiu ofendido por ela amar uma mulher e foi consumido por ódio. Louise e Alice foram queimadas e enforcadas vivas pela inveja de um homem.

- Preciso ir praticar.- Volto a minha forma mais pura e logo minhas longas asas começam a pesar minhas costas, e em minhas mão, meu arco dourado com detalhes em preto.

Agora indo em direção aos céus, como um pássaro livre sentido a brisa gelada contra a minha pele. A praia estava vazia, não haveria problema nenhum, caso alguma flecha caísse  na direção da areia.

Faço um alvo com as fumaça gelada que são as nuvens, e logo começo a atirar, para evitar que elas caíssem lá em baixo puxava sua corda vermelha que sempre se mantinha na ponta de todas as flechas. Uma flecha foi lançada e logo a puxei de volta, mas eu queria testar a minha capacidade e lançar três delas de uma vez.

Mas antes que eu pudesse segurar o cordão, evitando que a ultima das três flechas caísse lá em baixo, um vento forte bateu, fazendo com que ela caísse lá em baixo e uma velocidade gigantesca. Tentei voar em direção a ela com toda a velocidade, meu braço estendido tentando segurar seu cordão. Mas antes que eu chegue perto da praia, a vejo atingir uma mulher.

Uma mulher que eu não conseguia enxergar muito bem de longe, tive que me aproximar mais dela para conseguir ver...e o meu pior pesadelo aconteceu. Hellena quem estava na areia sentindo uma pontada em seu peito e querendo saber o que havia sido aquilo.

Eu estava estático, não sabia o que fazer, mas ao ver um homem de jaqueta preta se aproximar da garota de cabelos ruivos, que o meu coração se parte. Eu precisava que ela olhasse para mim e não para ele, aquele homem não me era estranho.

Volto a descer com toda a velocidade possível e assim que já estou com os pés na areia, começo a gritar seu nome, Hellena parecia perdida, até que ela o olhou...Hellena não conseguiu me encontrar, ela o olhou nos olhos e isso definitivamente me matou por dentro.

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