Capítulo- 13

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- Acho que temos que soltar os dois, eles estão muito silenciosos.- Digo indo em direção a porta e minha irmã vem logo atrás.

- Sophie deve ter desmaiado o Anteros. Coisa pouca, coisa simples.- Elizabeth abriu a porta e a imagem a nossa frente é o que eu menos esperava ver.

Sophie estava dentro de um saco de batatas gigante, com um pano de prato amarrado na boca. Não consigo ver suas mãos e pés, mas provavelmente estão amarrados também. Ela estava com a cabeça no colo de Anteros, enquanto ele fazia carinho nos cabelos da mulher. Seus braços estavam extremamente vermelhos e com várias marcas de unhas e dentes.

- Dorme neném, do meu coração...- Anteros cantava e Sophie estava quase dormindo com o carinho recebido.

E como eles não perceberam a nossa presença, saímos silenciosamente do local e voltamos para o lado de fora do bar, e os trancamos novamente.

- Quer ir para casa ver série de terror?- Pergunto guardando a chave no bolso.

- É tudo que eu mais quero.

- Quer me contar o que rolou antes de eu chegar?- Minha irmã faz que sim com um movimento  de cabeça.

Começamos a andar e eu me sinto uma adolescente de novo, quando minha irmã me buscava no Colégio só para poder ouvir sobre o meu dia em primeira mão.

- Quando eu saí daqui, fui para a Itália. Lá eu encontrei essa mulher, ela era doce e incrível, mas era muito próxima de uma colega de trabalho.- Minha irmã solta um suspiro.- Mas ela disse que eu estava ficando louca e que não tinha nada haver, aí em uma noite ela disse que ia num jantar de negócios.

- Merda, eu sinto muito.

- Então eu aproveitei para sair com uma amiga, e quando chegamos no restaurante, vi a Mellanie beijando a mulher do trabalho. Não tem como ela falar que não queria, já que estava com a língua na garganta daquela lambisgoia.- Arregalo um pouco os olhos, e ela quis falar de mim? Sério? Pelo amor de Deus.

- Deveria ter jogado os dois sapatos.- Eu meio que esqueci de pegar o sapato se volta, então estava usando apenas um pé.

- Obrigado por me proteger.- Dou um sorriso de orelha a orelha, me sentindo uma heroína.- Aquilo significou muito para mim.

- Eu amo você, Elizabeth. Mesmo não concordando com algumas coisas, eu sempre vou amar você e está tudo bem! Você é a minha irmã e, é a minha família.- Elizabeth me abraçou com tanta força que por alguns segundos eu esqueci de respirar, mas logo me aconcheguei em seus braços e afundei meu rosto nos seus cabelos.

- Eu tenho muito orgulho da mulher que você se tornou, muito orgulho mesmo! E eu te amo, da forma mais pura existente.- Elizabeth fez com que algumas lágrimas saíssem de meus olhos.- E ela também estaria muito feliz agora.

Merida sempre quis a paz, odiava qualquer tipo de briga entre nós! Era uma criança muito inteligente e para frente de seu tempo. Ela estaria pulando de felicidade se pudesse nos ver agora, até choraria.

Eu e Elizabeth finalmente chegamos em casa, subimos para o meu quarto e começamos a ver Scream, minha série preferida. Coloco meu celular para carregar sem abrir as mensagens e volto a me deitar ao lado da minha irmã. Momentos assim são os que eu pretendo guardar para sempre.

Depois de literalmente ficarmos a madrugada inteira vendo a série, o sol já vinha nos dizer um "olá" pela manhã, mas faltavam apenas alguns segundos para finalmente vermos quem é o assassino e Elizabeth parecia estar completamente focada na série.

- FILHA DA PUTA!- Olho para ela chocada, Liza não tem o costume de falar palavrões.

- OLHA A BOCA, LIZA!- A voz do nosso pai é ouvida de forma bem alta.

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