Capítulo- 31

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- VOCÊ NÃO VAI!.- Foda-se o meu bom senso, eu não ligo mais.

Corro na direção do corpo grande que caminhava tranquilamente e pulo nas suas costas com um salto. Ele realmente não parecia se importar com nada, e eu sinceramente odeio isso! Eu o odeio. Eros se remexia para que eu saísse de suas costas mas isso só fez com que eu o segurasse com mais força.

- HELLENA, SAÍ!.- Eros começou a girar igual a um doido.

Levo dois dedos até os lábios e solto um assobio alto. Eros parou imediatamente, e olhei para a direção em que ele estava olhando. Cérbero estava vindo, rosnando em nossa direção, com passos lentos e o olhar preso nos de meu parceiro.

- Cérbero!.- Eros disse, suas mãos apertaram minhas coxas, que antes ele queria afastar.- Está tudo bem, você se lembra de mim. Não lembra, garoto?.

Cérbero continuou vindo no mesmo ritmo, seu rosnado era assustador. Muito, muito assustador! Mas eu ainda achava que Eros merecia umas mordidas. Mas não algo que pudesse machuca-ló. Assobio novamente e Cérbero se senta no chão, e coloca a língua para fora.

- Bom garoto.- Pulo ds costas de Eros e vou até meu cachorro, que deitou com a barriga para cima.- Não pensou que ele fosse mesmo te machucar, pensou?.

Eros se abaixou para tocar o pelo do grande cachorro que moveu a patinha traseira repetidamente, ao receber o carinho.

- Pensei o mesmo de você e olhe onde viemos parar, querida.- Palavras que saíram de sua boca de uma forma tão pesada quanto o veneno.

- Posso saber pelo o que ficou bravo?.- Pergunto sem olhar nos seus olhos.

Algo que nós sempre valorizamos foi o contato visual, mas agora...Agora eu já não tinha mais força para encarar suas esferas da cor do mel. Olhos tão lindos, instigantes e pesados! Seus olhos agora eram pesados demais para que eu conseguisse sustentar sozinha. E isso me matava por dentro.

- O livro em suas mãos doeu bem mais do que seu corpo em outros braços.- ele parecia ser sincero, e essas palavras fizeram meu corpo gelar por alguns segundos.

- Sinto muito por ter visto aquilo...- Toco seu rosto com a mão e Eros esfregou a bochecha nela, como um gato em busca de maior contato com minha palma.

- A questão não é eu ter visto, mas você ter feito algo nosso. Algo que sempre foi nosso! Acha que eu não notava que você só contava as partes em que achava se aplicar a nossa realidade?.- Eros escolheu cada palavra com cuidado, enquanto beijava a minha palma.

- Continue, quero te ouvir falar!.- Ele sorriu para mim, um sorriso iluminado por mil sóis.

- Me lembro vagamente sobre a última história que me contou, Hellena. Mas sei que quando falava sobre o personagem principal ser o possível vilão, estava falando sobre os meus traumas poderem me tornar uma pessoa ruim.

- Será?- Ele com certeza está certo.

- E também tem a garota, a parceira dele! A, você se identifica muito com ela. Mas voltemos a teoria!- Eros chupou a ponta de um dos meus dedos enquanto falava.- Ela foi a âncora dele, o ajudou em todos os momentos e sempre esteve disposta a se sacrificar em seu lugar.

Escutamos uma certa discussão e barulhos de socos, mas meu olhar estava extremamente focado nos seus beijos. Porém, Eros parou, me olhou nos olhos e virou a cabeça como Cérbero fazia ao não entender algo. Uma ventania forte começou, tão forte que se tornou assustadora.

- Eu te amo, eu te amo desde o primeiro dia em que te vi naquela praia! Eu prometi te proteger de todos e qualquer coisa, que possa te pôr em perigo! ENTÃO FECHE OS OLHOS!.- Eros levantou em alguns segundos, e me puxou com extrema força para o seu peito.

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