Capítulo- 37

45 9 30
                                    

Todos nós já estavamos sentados na sala, prontos para ouvir tudo que minha irmã estivesse disposta a dizer. Esperariamos o tempo que fosse preciso, mas estaríamos aqui para Mérida, sempre que ela precisasse.

Ver minha irmã depois de tantos anos ainda era assustador e eu ainda estava esperando que me acordassem de um sonho, um sonho cujo eu não iria querer despertar. Meu peito estava doendo, ele doía como mil mortes, todas as vezes que eu via o corpo fundo e ferido de minha irmã mais nova. Saber que ela estava viva foi ótimo, mas horrível ao mesmo tempo, só consigo me sentir culpada por ter aceitado a sua "morte" com tanta facilidade, por ter continuado a vida sem nem insistir nela.

- Quando eu ainda era uma criança, tinha um amigo.- As mãos da minha irmã, que agora já não eram mais de uma criança, tremiam enquanto ela segurava sua caneca com chocolate quente para aquecer o corpo gelado.- Vocês se lembram dele, né?.

Todos concordamos com a cabeça menos Eros e Anteros que ainda pareciam alienados, mas mesmo assim prestavam atenção do que a minha irmã falava.

- Ele disse que faríamos um jogo e me mandou levar o meu brinquedo preferido, disse que me levaria para conhecer os anjos.- As mãos de Mérida começaram a tremer, e eu as segurei. Para mostrar que o pesadelo acabou, eu a protegeria agora.- O cavalo de madeira branca, foi esse que eu escolhi!.

- O cavalo que nós achamos, né?.- Eros finalmente se pronunciou e minha irmã o olhou nos olhos, como se confirmasse.

- Sim!. Eu levei o cavalo para brincar com ele, mas ele disse que iríamos conhecer um lugar diferente. Estava chovendo, então eu fui escondido de vocês, ele pediu para que eu não contasse. E foi quando me levou para aquela casa! A casa imunda que ele chamava de céu!. Eu tentei sair de lá, depois de brincar durante um bom tempo, mas ele me prendeu.

- Como assim ele te prendeu?.- Pergunto, todo detalhe é válido.

- Ele me jogou dentro de um quarto específico, e disse que eu precisava ser purificada, antes de continuar vivendo no "céu". Me deu um vestido velho e estranho, para que vestisse enquanto estivesse lá, e depois ele vinha atrás de mim. No início, eu tentei fugir e ele me bateu e até mesmo, me deixou sem alimento ou água por dias! Até que eu finalmente desisti de fugir. E quando eu desisti, um outro homem apareceu, ele era muito diferente do que me levou para lá! Parecia não conhecer a casa, mas ele me alimentava e cuidava de mim, ele disse para eu nunca confiar no outro. E que na hora certa, alguém me buscaria.- Estremeci com a imagem que passou na minha cabeça.

- Filha, se não quiser mais falar...tudo bem!.- Minha mãe abraçou o corpo que agora já não era mais de uma criança, de Mérida.

- Eu preciso, preciso falar! Ele ainda está por aí. E conhece vocês, ele sabe de tudo sobre vocês.- Sua voz estava mais alterada, foi quando vi Eros avançar junto com Hera na sua direção. Ambos se ajoelharam na frente da cabeleira ruiva.

- Quem, Mérida? Qual o nome dele?- Hera perguntava, ela parecia querer ter apenas certeza de algo.

Mérida se calou, parecia tentar se lembrar de algo enquanto segurava sua testa, como se estivesse doendo ao fazer esforço. Eros estava tão próximo da minha irmã, parecia pronto para atacar qualquer movimentação estranha perto dela! Naquele momento, eu o vi muito mais do que como o meu melhor amigo, mas também como o guerreiro que ele é.

Quando minha irmã pareceu se lembrar do nome, barulhos altos vieram do quintal. Trovões e raios altos, uma ventania extremamente forte e barulhos de passos fortes. Minha irmã se encolheu com o barulho alto e meu coração se despedaçou com seu ato.

- Fechem os olhos ao meu comando, todos vocês! Ou subam para seus quartos, agora!.- Anteros disse, ele já estava de pé ao meu lado.

Sabia o que estava por vir novamente. Minhas irmãs pareciam assustadas, mas os meus pais não, seus olhares de ódio me assutaram por um momento. Olhei para a minha família, estava finalmente completa! Mas se eu e Eros continuarmos aqui, será perigoso demais para todos eles.

- Subam, agora! É uma ordem e não um pedido.- Minha voz saiu firme, e todos eles subiram como soldados marchando.

Fui até as escadas, e mesmo não fazendo idéia de como fazer isso, eu precisava tentar! Não sabia até onde o meu poder iria. Mas eu vou proteger eles a todo custo!. Estendi as mãos para os primeiros degraus da escada, mas eu não fazia a mínima idéia do que eu precisava pensar ou falar, e o tempo estava acabando.

- Pense nas boas lembranças e no porquê de você querer protege-los!.- Eros segurou minha cintura com uma mão e colocou o rosto na curva do meu pescoço, ele queria me tranquilizar.

Eros é o meu ponto de paz, e essa foi a confirmação. Já que eu consegui fazer uma barreira de proteção tão forte, que ao tentar passar o meu braço para a escada, quase fui jogada longe. E eu realmente teria aprendido a voar, se Eros não tivesse segurado a minha cintura com aquela força sobrenatural.

- Queridos, vocês não foram no nosso julgamento!.- Reconheci a voz de Zéfiro na hora, e nós dois nos viramos.

No momento em que eu e Eros viramos o corpo, nosso poder parecia se unir e nossas formas mortais foram embora. As grandes asas pretas de Eros apareceram, sua armadura de guerreiro já estava no lugar das roupas pretas. Quando me olhei por alguns segundos, vi que meu cabelo ruivo estava com uma cor mais forte e seu comprimento estava batendo a baixo do meu quadril! Minhas roupas eram brancas, uma saia com duas fendas nas pernas e uma blusa tomara que caia, da mesma cor, meus braços estavam cheios de desenhos e escrituras sagradas, escritas na cor dourada.

Alguns dos mais poderosos deuses, olharam para nós chocados. E mais ainda quando cruzei meus dedos com os de Eros. Diferente dos outros, a deusa da guerra apenas bebericou da sua taça e sorriu para mim.

- Agora sim, nós podemos começar!.- Anteros disse, sua voz estava mais grossa do que o normal. Diferente das asas de Eros, as dele eram brancas.- Vamos lá! Zéfiro, filha da puta. Diga seus argumentos contra meu irmão e nós decidiremos se Hellena vai ou não, matar todos vocês.- Sorri com a ideia de acabar com toda essa confusão de uma vez.

- Quanto amor, Anteros! A hostilidade de vocês dois, é assustadora!.- O filha da puta disse e tentou se sentar numa cadeira que ficava na minha sala.

- O que acha que está fazendo? Levante sua bunda traiçoeira antes que eu a arranque fora!.- Eros disse e apertou a minha mão.

- Vamos fazer essa merda ou não?.- Poseidon parecia impaciente.

- Estamos esperando uma testemunha das agressividades de Eros.- Zéfiro desistiu de se levantar e foi até a porta.

- Ótimo! Para defender esse homem, só alguém pior que ele!.- Reviro meus olhos, e Zéfiro abre a porta com um sorriso.

- Olá, filho! Está bem atrasado.- Ao olhar para a porta, senti minhas pernas fraquejarem por um momento.

Não, não, não.

"Eu te prometi o céu, Hellena"

Essa frase se repetia na minha cabeça, quando eu vi aquele corpo grande entrar com um sorriso na minha casa. Meu coração se acelerou e minhas mãos começaram a suar, pensei que nunca mais o veria depois dessa manhã. Mas alí estava ele, entrando na minha casa com toda confiança.

- Olá, pai!.- Ele respondeu e eu senti uma furia sem igual! John, John era a testemunha e filho, de Zéfiro.

- Ele respondeu e eu senti uma furia sem igual! John, John era a testemunha e filho, de Zéfiro

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Capítulos finais, a autora ta mal gente KKKKKKKKKK
Não esqueçam de votar!❤

Fallen CupidOnde histórias criam vida. Descubra agora