A minha viagem foi maravilhosa, reencontrar a minha irmã foi o melhor presente de aniversário que eu poderia ter. Sentia muita falta dela e mesmo nos falando praticamente todos os dias ao telefone, não era a mesma coisa de poder abraçá-la. Me diverti ao máximo, Luíza me levou para conhecer tudo em Barcelona, os principais pontos turísticos, os centros de arte que ela amava e também fomos a Barcoloneta, a principal praia de lá. Estava tudo perfeito, exceto por não conseguir parar de pensar naquele asiático fingido. Luíza percebeu que eu estava um tanto aérea e me indagou:
- O que está havendo, pamonha? - minha irmã era um doce.
- Nada. Só umas coisas chatas na cabeça. - forcei um sorriso.
- Que tipo de coisas? Tem relação com um garoto com voz de gralha, não é? - ela parecia ler todos os meus pensamentos, então nem precisei responder, porque ela já sabia. - Você está gostando dele, está estampado na sua cara de mamona! - "delicada como sempre", pensei.
- Não adianta nada gostar dele ou não. Já vi que ele não vale nada mesmo. - aquele assunto me deixava meio triste.
- Se ele não vale nada, parte para outra então. Não tem outro cara que está afim de você, gostosona? - era visível que ela estava tentando me irritar, ela sempre fazia aquilo comigo.
- Deixa de ser ridícula, Luíza! - e eu já estava mesmo começando a ficar aborrecida. - Vamos mudar de assunto, não quero ficar falando disso não!
- Pelo jeito, partir para outra está fora de questão, não é? - ela continuou e eu revirei meus olhos.
- Mas e você? Quando eu vou conhecer o Pablo? - tentei mudar de assunto, ela resolveu acatar e parou de ficar me pressionando.
- Hoje à noite. Ele é tão lindo, S/n. Estou muito apaixonada por ele, nunca senti isso por nenhum cara. - seus olhos brilhavam enquanto falava do namorado. Não me lembrava de já ter visto a Iza daquele jeito.
- Que bom, fico contente em ver você assim. Você parece estar feliz aqui. Parece que fiz a escolha certa voltando para o Brasil. - sorri para ela que sorriu de volta.
- Mas você sabe que pode vir morar comigo se não estiver gostando de lá, não sabe? - minha irmã era tão superprotetora.
- Eu sei, Iza. Mas vou continuar lá, estou gostando de morar com o meu pai e a escola é legal. - tentei ignorar o Jungkook.
- Ok, se você está feliz, eu não vou insistir. É que eu preferiria que você voltasse a ficar comigo. - ela fez um beicinho.
-Pare com isso, Iza, por favor. Você tem que viver a sua vida, aproveitar um pouco e parar de cuidar de mim. - abracei a minha irmã. Ela só concordou com a cabeça, me abraçando também.
Era muito ruim ficar longe dela, estava acostumada demais com a sua presença em minha vida. Luíza sempre foi a minha melhor amiga, minha conselheira e defensora, sentia falta daquilo e sabia que ela também. Nós aproveitamos todo o tempo da viagem para ficarmos juntas e no meu aniversário, ela mesma fez um bolo para mim e ficamos conversando com a Glenda e meu pai até tarde, rindo das coisas mais bobas. Parecíamos uma família outra vez, só que a Glendinha estava no lugar da nossa mãe. Era complicado, mas eu tinha passado mais anos com a Glenda do que com a minha mãe verdadeira e me sentia mesmo filha dela e a Iza também. Recebi mensagens da Fernanda, da Priscila e do Jimin me parabenizando pelo meu aniversário. Eu também recebi uma mensagem de um número desconhecido dizendo apenas: "Feliz Aniversário! :)"
Nossa viagem acabou durando dois dias a mais porque meu pai, viciado em trabalho, inventou uma reunião com algum diretor na filial da gravadora na Espanha. Não sei de muitos detalhes, só sei que era algo importante e o meu pai esteve empolgado com aquilo. Só voltamos para casa na terça-feira seguinte a semana do carnaval. Deixar a Luíza foi horrível, chorei muito quando embarquei no avião de volta ao Brasil e sabia que ela também estava acabada lá na Espanha. Ainda bem que o Pablo era realmente um fofo e com certeza, estava cuidando dela.
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Não É Fácil Amar Você! - Jeon Jungkook
FanfictionUma pessoa que faz da sua vida um inferno também pode te levar a conhecer o paraíso? S/n e Jungkook se odiavam desde crianças. Quando a S/n volta a morar no Brasil, depois de quase 7 anos estudando fora, eles pensam que só esse sentimento existirá...