A lista das crianças más e a feiticeira do inverno eterno

Capítulo 17 - Ataque ao palácio da estrela do Norte (Noelle)

Mesmo sabendo que a barreira mágica ao redor do palácio da estrela do norte ainda estava intacta Noelle pressionou com mais força do que o necessário o cabo de seu machado de guerra. O exército de bonecos de neve diante de seus olhos era uma imagem realmente impressionante.

— Preparem-se para disparar! — Ela gritou de seu lugar no topo de uma das dez torres do palácio.

De onde estava a valquíria conseguia ver os duendes do Natal espalhados nas muralhas protetoras, a segunda linha de defesa no caso dos escudo mágicos serem destruídos. Ela realmente esperava que a luta não chegasse a esse ponto porque os números não estavam a seu favor.

Os inimigos se chocaram na proteção mágica do palácio explodindo por causa do choque de energia. Isso não intimidou os que vinha atrás e a cada golpe desferido a barreira perdia um pouco da energia que a sustentava.

— Atirem à vontade! — Noelle ordenou e Ylerio e seus irmãos fizeram pontaria com suas bengalas de natal.

Raios dourados saíram das pontas das armas dos duendes e começaram a destroçar os bonecos de neve mais próximos. A valquíria desejou ter mais do que algumas dezenas de duendes do seu lado porque a cada inimigo destruído outros três pareciam ocupar o seu lugar.

Então algo mudou no campo de combate.

O enorme exército que a feiticeira enviou para destruir o palácio da estrela do norte começou a se agrupar em um ponto só e um boneco de neve passou a absorver o seu irmão. Uma sequência macabra de rugidos chegou aos ouvidos dela à medida que um único ser surgiu de toda a confusão.

O monstro de neve era um colosso, mais alto do que um prédio e com braços de madeira longos, cujas mãos tinham enormes lanças que pareciam capazes de destruir até mesmo as poderosas torres e muralhas do palácio.

Noelle perdeu o controle e riu.

Seus inimigos tinham uma vantagem nos números, mas agora haviam cometido um terrível erro ao lhe dar um único alvo no qual concentrar o seu ataque.

A guerreira pulou para fora da torre e assoviou alto. Sua queda foi interrompida por um cavalo negro que galopava em pleno ar. Sua montaria a carregou pelo céu até deixá-la acima da cabeça da monstruosidade de neve.

— Vai valer a pena perder uma das dádivas de Thor se isso significar sua derrota, monstro! — Ela gritou e então levou uma mão ao colar que usava no pescoço.

Três figuras metálicas com a aparência de um martelo de guerra balançavam no colar e uma delas desintegrou quando Noelle ergueu seu machado de guerra e gritou.

— Raios de Thor!

As nuvens do céu ficaram escuras de um segundo ao outro e uma forte chuva de granizo caiu em cima de todos. Raios explodiram no céu e desceram, como se fossem coisas vivas que respondiam a ordem dada pela valquíria.

Quando Noelle apontou seu machado na direção do oponente este foi atingido em cheio pelos raios e ela saltou de seu cavalo na sequência, capturando a energia elétrica ao seu redor com a lâmina de sua arma. Seu golpe ajudou a desintegrar a cabeça do colosso de neve.

Os enormes braços de madeira pararam de se mover, ficando erguidos para o céu como em um gesto de prece. Noelle rolou pelo chão para absorver o impacto de sua queda, depois de se levantar ela olhou para o alto e sorriu quando um dos braços do monstro desabou, levando boa parte do tronco do corpo consigo.

— Isto até que foi divertido. — Ela disse para ninguém em particular e então começou a fazer seu caminho de volta para o interior do palácio.

A estrela do norte estava segura, por enquanto. Mas ela sabia que a feiticeira do inverno não iria dar trégua e no próximo ataque talvez alguém com um cérebro funcional fizesse parte do ataque.

Ela não podia se dar ao luxo de esperar o movimento de sua inimiga. Precisava que os escolhidos da esperança tomassem as rédeas da guerra ou tudo estaria perdido.

Os pensamentos da valquíria foram interrompidos por um dos duendes do natal que corria na sua direção.

Ylerio parou à sua frente para recobrar o fôlego e então lhe deu uma boa notícia.

— Eles passaram no julgamento! São perfeitamente inaptos!

Ela ignorou a troca de palavras do velho amigo.

— Ótimo, agora podemos começar a nos preparar para a verdadeira luta.