Mikaela estava congelada no lugar e aquilo não era apenas uma forma de falar. Ylerio tinha desfeito a magia de Lauriel, mas ela ainda se sentia um iglu humano.
— Va..vvaa...vaai ajuu...juudar ooo Thooomas. — Ela conseguiu dizer com muito esforço e se arrastou até onde Daniel estava.
O duende assentiu com a cabeça e correu para se unir a Thomas e Noelle.
Ela ficou de joelhos e abraçou Daniel. O roqueiro tremia tanto quanto ela, mas seus poderes com certeza o ajudariam a se recuperar antes dela. Além do mais, desde que ganharam seus poderes ele parecia emitir uma aura de calor natural e ela decidiu que precisava se aproveitar disso naquele momento.
Para seu desespero os poderes de Daniel pareciam ter sido completamente sugados. Lauriel não os havia apenas congelado, o efeito da magia da feiticeira do inverno eterno iam muito além daquilo. De alguma forma Mikaela sentia como se sua vida tivesse sido sugada para fora de seu corpo.
Se Ylerio não tivesse nos ajudado em tempo acho que teria sido o fim.
O grito de Thomas a fez olhar para frente. Ele golpeou o chão com seu escudo e usou a magia acumulada em seu escudo para destruir os monstros de neve que Lauriel continuava a criar. Apesar de seus esforços as criaturas destruídas eram logo substituídas pelo dobro das que ele pulverizava.
Ylerio disparava com seu bastão mágico sem parar, protegendo a retaguarda da valquíria enquanto ela tentava encontrar uma abertura para acertar Lauriel com seu arco. A cada flecha que disparava um monstro de neve se sacrificava para manter sua mestre ilesa.
— Pppreeecisaaamos aaaajjuddaar. — Daniel murmurou e tentou se levantar, mas seu esforço foi em vão.
Então Mikaela sentiu algo se enroscar em sua perna e olhou alarmada para o que a tocava, tentou se lembrar onde estava seu bastão de basebol e percebeu que ele estava no chão. Bem perto dela, mas seus músculos se negavam a funcionar e ela não conseguiu se forçar a pegá-lo.
Um dos estranhos tentáculos do chão da caverna, que lembravam veias pulsantes, continuou a envolver suas pernas e quando Daniel gritou ao seu lado ela percebeu que ele também estava sendo atacado por eles. Ela tentou puxar a perna, mas não tinha forças para nada.
Quando uma onda de calor percorreu seu corpo Mikaela olhou para Daniel. O roqueiro não estava pegando fogo e pela cara de surpresa dele ela percebeu que aquilo não era sua obra.
— Mas o que? — Daniel conseguiu perguntar sem tremer.
— Acho que essas coisas estão nos ajudando. — Mikaela se deu conta que o calor irradiava do tentáculo que a tocava.
Ela olhou para o chão da caverna. Ao redor deles as "veias" no chão brilhavam com mais intensidade do que em qualquer outro lugar.
É este lugar, a caverna está nos curando. Ela quer que continuemos a lutar contra Lauriel.
— Acho que a caverna não gosta da feiticeira. — Daniel ficou de pé, adivinhando o mesmo que ela. Seus punhos já estavam em chamas e ele sorria, pronto para a luta.
— Precisamos acabar com o exército dela para que os outros tenham uma chance de derrubá-la. — Mikaela pegou seu bastão no chão e sentiu sua magia despertar.
— Fácil dizer, ela consegue criar essas coisas muito mais rápido do que somos capazes de destruí-los. E olha que temos uma valquíria do nosso lado!
— Se prepare para ajudar Thomas e os outros, vou dar um jeito nos bonecos de neve. Quero só ver ela ser mais rápida do que eu! — Mikaela correu e acertou o primeiro monstro.
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A lista das crianças más e a feiticeira do inverno eterno
ParanormaleNo Polo sul, três criaturas mitológicas antigas tomam uma decisão vital para o mundo: Os humanos devem ser extintos! Assim começa a aventura! Agora, três adolescentes com poderes mágicos recém descobertos são nossa última linha de defesa contra um...