Capítulo 26 - Lições, alianças estranhas e uma palavra mágica (Thomas)

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Para Thomas o plano de Mikaela era simples, consistia em apenas procurar Quione e pedir a ajuda dela para entrar no castelo da feiticeira do inverno eterno.

Muito simples, não fosse apenas por um pequeno detalhe.

— A Noelle mandou prender ela em uma cela, como você acha que vamos encontrá-la quando temos trabalho até mesmo para chegar no pátio principal desta fortaleza gigante? — Perguntou enquanto seguia a garota pelos corredores do palácio da Estrela do Norte.

Ao seu lado, Daniel também resolveu questionar o plano da jogadora de basebol.

— E mesmo que encontremos onde os duendes colocam os prisioneiros, como vamos tirá-la de lá? Me parece mais fácil alguém fugir de Alcatraz do que escapar de um lugar que tem uma valquíria aposentada como protetora. Lembra do que ela fez com os gigantes de gelo? Eu não quero virar alvo da raiva dela.

A lembrança dos raios caindo do céu e colocando os gigantes de gelo para correr invadiu a mente de Thomas. A mera possibilidade dele se tornar o alvo de um poder como aquele o fez engolir em seco.

E mesmo com todo aquele poder ela não é capaz de enfrentar a feiticeira. Será que nós podemos mesmo derrotá-la?

Mikaela parou de andar e se virou para falar com eles, com as mãos na cintura moveu a cabeça na direção de dois duendes que se aproximava deles.

— Tenho certeza de que descobrir onde a Quione foi levada será a parte mais fácil do plano, assistam e aprendam.

Ela simplesmente caminhou na direção deles e disse:

— Pessoal, a Noelle nos pediu para ficar de olho na prisioneira enquanto discute nossas estratégias de defesa com o seu rei. Podem nos ajudar a ir até a cela dela? Recebemos instruções, mas este lugar é enorme e nos perdemos.

Thomas levou uma mão até o rosto sem acreditar no que ouvia.

Esse é o plano genial? Pedir educadamente que nos levem até a Quione?

Já estava pronto para rir quando os duendes, sem fazer qualquer tipo de pergunta, simplesmente concordaram e começaram a guiá-los pelos corredores do palácio.

— Não tem como isso ter sido tão fácil. — Ele disse, apertando o passo para não ficar para trás. Sussurrava, tentando não ser ouvido pelos dois duendes a frente. — Esses caras apenas acreditaram em você? Sem qualquer prova do que disse a eles?

Mikaela sorriu para ele com uma expressão triunfante.

— Você não prestou atenção quando a Noelle disse que os duendes são a mais pura representação da esperança e que eles classificam todos os humanos como "crianças más" porque não compreendem o mundo em tons de cinza? — Sussurrou de volta.

— Bom, sim, eu ouvi essa parte. Mas o que isso tem a ver com...

— Thomas, os duendes não enxergam o mundo como nós. Se nos veem como seus aliados, por que iriam pensar que iriámos mentir para eles?

— Em resumo, estamos dentro do palácio com os piores guardas do mundo. — Daniel riu baixinho e gesticulou com as mãos para os duendes que continuavam a guiá-los sem suspeitar de nada.

Seguindo os pequeninos os três atravessaram diversos corredores e desceram tantas escadas que lhe deram a certeza de que os níveis inferiores do palácio da estrela do Norte ficavam submersos nas profundezas do oceano glacial Ártico. Ele tentou ignorar o pensamento das paredes ao seu redor quebrarem por causa da pressão das águas ou coisa parecida.

Se isso acontecesse, será que iriámos morrer congelados ou afogados?

Naquela parte do palácio viram diversas celas, todas com barras feitas de ouro emanando uma fraca aura dourada que, junto das tochas anexas as paredes, ajudava a iluminar o ambiente. O lugar estava vazio, com a exceção de uma única cela onde Quione podia ser vista, sentada em uma pequena cama anexa a parede do fundo do aposento. A garota estava estava no estado físico e Thomas estranhou aquilo. Sua pele se confundia com a cor branca das paredes e ele só a notou por causa dos olhos azuis gelo que o encararam com curiosidade.

A lista das crianças más e a feiticeira do inverno eternoOnde histórias criam vida. Descubra agora