Os duendes do natal realmente sabiam dar uma festa, Mikaela nunca viu tanta comida em um só lugar. Nem mesmo nas ceias de ano novo de sua mãe e a Sra. Dawson era o tipo de pessoa que adorava encher a mesa de comida.
O salão de refeições do palácio era um espaço circular enorme onde vinte largas mesas de madeira abrigavam os duendes. Ela tentou contar por cima e imaginou que devia ter quase uma centena deles, isso se todos os duendes estivessem de fato ali. Eles sentaram em uma mesa menor em um tablado superior que, de acordo com Noelle, era uma homenagem dada à poucos. No mesmo tablado haviam duas outras mesas, em uma delas a guerreira comia sossegada e a outra estava vazia.
— Por que dizem para deixarmos biscoitos com leite para o papai Noel quando o cara vive com os duendes do Master Chef? — Daniel perguntou, enchendo seu prato com carnes, batatas e uma fatia de tomate.
Quando o roqueiro notou que ela olhava para seu prato, deu de ombros.
— Meu tio gosta que tenha salada no meu prato, estou apenas honrando a vontade dele.
Thomas riu, mas não disse nada. Mikaela percebeu que o prato dele estava praticamente vazio. Tirando uma fatia bem fina de pernil e um pouco de arroz ele não estava comendo muita coisa.
— Sem fome? — Ela sentou ao seu lado e bateu seu ombro no dele.
— Só estou preocupado, isso sempre tira minha fome. — Ele respondeu sem graça.
Daniel engoliu uma batata enorme e quando falou Mikaela quase não o entendeu.
— É felmor benfar de bafiga fheia.
— Como é? — Ela perguntou e então ergueu uma mão para impedir que ele respondesse. — Engole primeiro, fala depois!
Daniel mastigou e engoliu como solicitado e depois repetiu.
— Eu disse que é melhor pensar de barriga cheia. — Ele espetou outro pedaço de carne e adicionou. — Jonas sempre dizia isso, ele se negava a resolver qualquer problema antes de um café da manhã caprichado.
Ele deve realmente gostar desse garoto.
Mikaela quase perguntou alguma coisa sobre Jonas, mas se deteve. Daniel disfarçava bem, mas ela tinha a impressão de que não saber como o namorado realmente estava devia estar acabando com ele.
Ao invés de falar ela se concentrou na sua refeição. Noelle havia dito que mais tarde naquela noite eles iriam começar a aprender a usar seus poderes para enfrentar Lauriel. Com alguma sorte seriam capazes de derrotar a feiticeira e devolver o mundo à normalidade. Então, quem sabe, talvez um dia Daniel pudesse apresentar Jonas a eles.
— Quem senta nessa mesa? — Thomas perguntou à valquíria, apontando para a mesa vazia ao lado dela.
— Esse é o lugar do Ylerio, o rei dos duendes do natal. — Ela respondeu.
— Aquele cara é o rei de todos os duendes aqui? — Mikaela ficou surpresa.
A guerreira riu.
— Sim, mas é um título temporário. Duendes mudam de rei muito rápido, um governo pode durar semanas ou dias.
— O que determina o fim do governo de um rei? — Daniel quis saber.
Noelle apontou com seu garfo para todos os duendes no salão que conversavam em uma língua que Mikaela nunca escutara antes.
— Quem sabe o que se passa na cabeça de um duende? — Noelle disse como resposta. — Não me dou ao trabalho de compreender o cérebro desses loucos, apenas moro aqui como um tipo de visitante que raramente vai embora. Gosto de Noel e não tem muitos guerreiros como ele no mundo, ele faz com que me lembre de Asgard.
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A lista das crianças más e a feiticeira do inverno eterno
ParanormalNo Polo sul, três criaturas mitológicas antigas tomam uma decisão vital para o mundo: Os humanos devem ser extintos! Assim começa a aventura! Agora, três adolescentes com poderes mágicos recém descobertos são nossa última linha de defesa contra um...