O tentáculo de neve o apertou e se enroscou em seu pescoço com tanta força que Daniel sentiu como se fosse uma mosca sendo esmagada por uma bola de demolição. Tentou gritar, mas nenhum som saiu de sua garganta.
A escuridão o engoliu e ele lutou contra o desespero, precisava encontrar uma forma de escapar antes daquela coisa levá-lo para as profundezas da terra. Então lhe ocorreu que não era ele quem estava em desvantagem naquela luta.
Um tentáculo de neve contra um cara que cria fogo? Péssima ideia senhor tentáculo!
Espalhou suas chamas por todo seu corpo até que a pressão que o prendia desapareceu e riu ao ver o tentáculo desintegrar.
— Escolheu o alvo errado, amigo. — Ele se propulsionou para cima, decidido a retornar até os amigos.
Só que alguém o queria bem longe deles. Uma barreira de gelo se formou à sua frente e quando ele se preparou para explodi-la uma série de lanças de gelo começaram a brotar das paredes do túnel, forçando-o a voar para baixo.
Daniel olhou por cima do ombro e disparou algumas bolas de fogo para trás. A cada lança de gelo que destruía outras dez surgiam.
Ok, então eu vou mesmo ter que descer.
Aumentou a velocidade para escapar das pontas letais que o perseguiam até pousar no interior de uma espécie de caverna abaixo do castelo da feiticeira do inverno eterno. Olhou para cima bem a tempo de ver a única rota de fuga que conhecia desaparecer debaixo de uma camada grossa de gelo.
Pousando, deu uma boa olhada ao seu redor. O lugar era enorme, como quase tudo no castelo de gelo e o ambiente era iluminado por uma estranha luz esverdeada proveniente de coisas no chão que ele só conseguia descrever como veias.
Daniel engoliu em seco ao perceber que aquelas coisas pulsavam e que o chão tremia de vez em quando, criando um barulho ritmado como os batimentos de um coração.
— É como se este lugar estivesse vivo...
— É porque ele está vivo, criança. — Uma voz estranha respondeu.
Arrepios percorreram seu corpo e o fizeram pular de susto, preparou as chamas em suas mão para atacar. Tentou determinar a origem da voz, mas o eco na caverna o confundiu. A voz soou novamente, rindo dele. O som da risada parecia vir de todos os lugares ao mesmo tempo.
— Você é a feiticeira? Teve coragem de atacar o papai Noel com seus amigos, mas não vai vir aqui me dar um oi? — Daniel resolveu provocar. — Se tentáculos de neve é o melhor que pode fazer, vai precisar de algo melhor para lidar comigo.
Invocando seu poder, permitiu que suas chamas consumissem seu corpo inteiro. Sorriu e tentou passar a imagem de um herói confiante e destemido. E ele até confiava em seus poderes, mas isso não impediu seu coração de bater tão rápido ao ponto de parecer que queria fugir e correr para quilômetros dali. Ele só esperava que o medo que sentia não estivesse tão evidente.
Noel lutou contra a feiticeira e perdeu, o que ele sozinho esperava conseguir? Sua melhor chance era comprar um tempo até descobrir uma forma de escapar com vida daquela caverna.
— Suas chamas não me assustam, sou a feiticeira do inverno eterno é você precisa entender que o inverno não traz apenas o frio ao mundo. Ele também traz o desespero e medo ao coração daqueles que não possuem a força necessária para me enfrentar. — A feiticeira riu. — Acha que não sinto o cheiro do seu medo?
— Corta o papo de filme de terror e vem aqui sentir o cheiro das minhas chamas!
— Estou ocupada neste momento, mas não se preocupe criança. Trouxe alguém para te fazer companhia.
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A lista das crianças más e a feiticeira do inverno eterno
ParanormalNo Polo sul, três criaturas mitológicas antigas tomam uma decisão vital para o mundo: Os humanos devem ser extintos! Assim começa a aventura! Agora, três adolescentes com poderes mágicos recém descobertos são nossa última linha de defesa contra um...