Capítulo 9 - Olho na bola, foco no jogo (Mikaela)

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Mikaela não diria aquilo em voz alta, mas ficou muito aliviada quando viu Thomas entrar na van e sentar ao lado de sua mãe. Ela tinha motivo para não gostar dele, mas não desejava vê-lo se tornar lanche de um boneco de neve gigante.

— Melhor colocar o cinto de segurança. — Ele disse, se ocupando de prender o cinto em Sarah e depois nele.

Só então ela se deu conta de que com tudo o que tinha acontecido até então ela não havia pensado naquele detalhe. Passou seu cinto ao redor do tronco e olhou para Thomas pelo canto do olho. Ele é atencioso e precavido, isso eu preciso admitir.

Era um pouco estranho ver a dedicação do loiro para cuidar de todos, especialmente porque a imagem não combinava em nada com o idiota que explodiu uma bomba de bosta na porta de sua casa.

— Vamos para casa do xerife? — Ela perguntou, enxotando seus pensamentos para o fundo de seu cérebro.

Daniel, já colocando a van em movimento, olhou para eles pelo retrovisor.

— Que horas vocês acham que o efeito soneca sobrenatural caiu sobre a cidade? — O roqueiro perguntou.

— Sei lá, talvez perto das oito? Que horas eram quando voltamos para a clareira e encontramos a galera apagada? — Thomas quis saber.

Mikaela se lembrava vagamente do horário, ter monstros de neve no seu encalço era o tipo de coisa que te fazia esquecer de olhar para o relógio, mas talvez o palpite de Thomas não estivesse tão longe da realidade.

— Que diferença isso faz de qualquer forma? — Ela questionou Daniel.

— Meu tio sai da delegacia mais ou menos às seis horas. Antes de ir para casa ele sempre para naquela oficina mecânica que tem no caminho para os subúrbios. Eu acho que talvez ele esteja lá e não na delegacia. — O roqueiro explicou.

— A oficina do Tony? Você tem certeza? — Thomas perguntou.

— Pensa bem, seja lá o que tiver acontecido pegou todo mundo desprevenido. As pessoas estavam seguindo suas rotinas de sempre, não faz muito sentido imaginar que meu tio teria ficado para fazer hora extra. Especialmente no fim de ano, não acha?

Nenhum deles disse nada por um tempo, mas Mikaela conseguiu entender o raciocínio do garoto, talvez ele estivesse mesmo certo. Sem mencionar que se sua rua já havia sido visitada pelos bonecos de neve do mal a delegacia provavelmente já estava cercada de inimigos também.

— Beleza, então vamos para o Tony. Se você estiver certo, de lá vai ser mais fácil para chegar na minha casa. — Thomas disse.

Daniel estava certo, Mikaela soube disso ao ver o sorriso no rosto do garoto assim que estacionaram na frente da oficina mecânica. As portas estavam abertas e as luzes acesas. Ela conseguiu ver duas motos e uma camionete vermelha dentro do salão principal.

— A viatura dele está aqui. — Ele disse, apontando para um carro azul com faixas amarelas estacionado em frente à oficina. — Eu sabia!

Thomas abriu a porta da van e preparou seu escudo dourado para uma possível luta. Mikaela respirou fundo e pressionou o taco de basebol nas mãos, mas quando fez menção de sair da van o loiro a deteve.

— Acho melhor você ficar de vigia desta vez, eu e Daniel vamos ser rápidos e você precisa ficar de olho na sua mãe.

Você não tem poderes e vai ser inútil. É isso que você quis dizer, não?

Engolindo seu orgulho ferido, Mikaela se calou e voltou a sentar ao lado da mãe.

— Não demorem. — Conseguiu dizer antes dos dois garotos a deixarem para trás.

A lista das crianças más e a feiticeira do inverno eternoOnde histórias criam vida. Descubra agora