Noelle deixou o duende Ylério para ajudá-los na primeira parte do treinamento que os ajudaria a controlar seus poderes. Thomas não conseguia imaginar o que um duende incapaz de formular sentenças da maneira correta poderia lhes ensinar, mas resolveu ficar quieto. Manda quem pode dar um soco em um lobo gigante, obedece quem tem juízo.
— A primeira coisa a se lazer é aprimorar o espírito. Só um espírito forte é incapaz de controlar a magia da esperança. — Ylério anunciou enquanto os guiava pelos corredores da fortaleza da estrela do norte.
Thomas franziu o cenho por causa da incongruência na fala do duende. Ao seu lado, Mikaela revirou os olhos. A garota parecia fazer um esforço hercúleo para não corrigi-lo. Por mais engraçado que aquilo fosse, os outros duendes que corriam de um lado a outro da fortaleza fizeram o sorriso dele desaparecer e dar lugar a preocupação.
— Qual é a emergência? — Perguntou.
— Meus irmãos se preparam para defender a fortaleza de uma defesa iminente.
— Ataque. — Mikaela desistiu de ficar quieta. -- Você quis dizer ataque.
— Sim, ataque! Foi o que eu não quis dizer! — Ylerio concordou.
Daniel bufou e levou um dedo aos lábios da jogadora de basebol.
— Por favor, só aceita e segue em frente.
Thomas ignorou a briga dos dois e voltou sua atenção ao duende.
— Vamos ser atacados?
— Nossos inimigos já estão longe, quase na nossa porta! — Ylerio confirmou. — Normalmente uma barreira mágica mantem a estrela do norte fora da dimensão dos humanos, mas a magia de Laurielltharandresthornvërnn está nos enfraquecendo. Vocês devem ter notado isso, erradamente!
Pensando no assunto, Thomas arriscou um palpite.
— As estrelas no céu... é por isso que ficam desaparecendo. Não são elas que somem, somos nós. É a fortaleza que desaparece do mundo, não é?
O sorriso do duende foi confirmação o suficiente.
— Precisamos ser lentos, o caso é urgente. Vocês precisam mostrar aos meus irmãos que mesmo pertencendo a lista das crianças más merecem que usemos nossa magia para fortalecer o laço de vocês com a esperança.
Ylerio parou de andar diante de uma enorme porta dupla feita de ouro e ela se abriu sem ele nem ao menos encostar nela. Thomas olhou ao seu redor, notando as paredes que eram tão douradas quanto as portas e que pareciam emitir uma luz amarelada que aquecia o ambiente. O interior se tratava de uma sala circular com um enorme cristal posicionado em seu centro. A pedra cristalina se esticava até quase tocar o teto da sala, que ficava a pelo menos quinze metros do chão e tinha gravuras na sua superfície que lembrava duendes discutindo com figuras humanoides maiores do que eles. Duendes e humanos?
— O que é isso? E que história é essa de lista das crianças más? — Ele apontou para o cristal e se aproximou para estudar os desenhos nele.
— Pergunto o mesmo. — Mikaela se uniu a ele, ela parou do seu lado e olhava com muita curiosidade para o interior do enorme cristal. — Por que nós estamos nessa lista? Não somos maus.
Ela então parou o que fazia para olhar Daniel com muita atenção e depois Thomas passou pelo mesmo processo. Ele não soube dizer se gostou ou não da forma como a garota o estudou, especialmente porque o calor que sentia no rosto lhe dava a certeza de que devia estar vermelho como um pimentão.
— Bom, pelo menos posso falar com certeza da minha pessoa. — Mikaela reformulou sua afirmação anterior. — Mas pelo pouco que sei desses dois, eles não me parecem pessoas más.
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A lista das crianças más e a feiticeira do inverno eterno
ÜbernatürlichesNo Polo sul, três criaturas mitológicas antigas tomam uma decisão vital para o mundo: Os humanos devem ser extintos! Assim começa a aventura! Agora, três adolescentes com poderes mágicos recém descobertos são nossa última linha de defesa contra um...