Quando acordou a primeira coisa que Thomas sentiu foi o frio. Ele invadia cada centímetro de seu corpo e o exauria. Era 'pior do que o que sentiu no polo sul e sem a proteção de Daniel ele sequer compreendia como podia estar vivo.
Paradoxalmente, a vista que tinha ao seu redor era de tirar o fôlego. Uma vastidão branca era só o que seus olhos conseguiam enxergar. Neve cobria a terra até onde a vista alcançava e as poucas árvores à sua volta não passavam de esculturas de gelo sem vida. O céu também parecia congelado, Thomas não sabia explicar como aquilo podia ser possível, mas era a única explicação que conseguia dar a si mesmo ao ver a cor azul glacial que pairava acima de sua cabeça.
Por mais estranho que fosse, ali ele se sentiu em paz e quase teve vontade de voltar a dormir.
— Gosta do que vê?
E lá se vai a minha paz.
Thomas olhou para o lado e não ficou surpreso ao encontrar Lauriel ali. A feiticeira havia retornado à sua forma "humana" e o estudava com seu sorriso doentio.
— Esta era a beleza que eu planejava levar ao seu mundo. — Ela disse e entrelaçou as mãos na altura da cintura. — Veja o que vocês perderam.
Ele riu na cara dela.
— Um lugar vazio e sem vida? Não acho que perdemos muita coisa.
Quando a feiticeira deu um passo na sua direção ele não pensou duas vezes e esticou o braço para frente. Seu escudo mágico surgiu, atendendo seu chamado, e voou para o ataque.
Lauriel nem ao menos esboçou uma defesa e mesmo assim a arma mágica congelou e ficou parada em pleno ar, explodindo em centenas de pedaços na sequência.
Eu não acredito...
Thomas tentou invocar novamente o escudo dourado, mas desta vez ele soube que ele não existia mais. De certa forma, a ausência dele pareceu a Thomas como se alguém tivesse destruído uma parte de seu corpo e ele sentiu um vazio crescer em seu peito.
— Não preciso de armas para lutar. — Determinado, ele correu para o ataque.
Suas pernas pararam de obedecer e ele caiu no chão. Ao olhar para baixo ele notou uma camada de gelo cobrindo seus membros inferiores e crescendo aos poucos na direção de sua cintura.
Os dedos gelados de Lauriel tocaram sua face e Thomas gritou. O toque gelado da feiticeira queimou sua pele e ele gritou. Algo molhado escorreu por sua face e ele demorou à entender que chorava.
São lágrimas... minhas lágrimas...
— Este é o meu mundo, garoto. Nenhuma magia será capaz de te salvar de mim aqui, saiba que a única coisa que te mantêm vivo é o fato de que eu escolhi não acabar com sua vidinha miserável tão rápido.
Tentáculos de neve brotaram do chão e se enroscaram ao seu redor, erguendo-o do chão até deixá-lo face a face com Lauriel.
Os olhos vermelhos da feiticeira do inverno eterno voltaram a estudá-lo, como se ela estivesse planejando o que fazer com sua presa.
Thomas fechou os olhos para não ter que encarar seu destino. Não se arrependia de ter lutado ao lado de Mikaela e Daniel, mas ali ele sabia que só o que lhe restava era uma morte lenta e dolorosa. Apenas a ideia do que o esperava o fez chorar e tremer de medo.
— Por onde devemos começar? — Lauriel perguntou, caminhando ao seu redor como um predador.
O horror que invadiu seu coração fez Thomas perder sua última gota de coragem e ele abriu a boca para implorar por um fim rápido, mas quando a feiticeira estalou os dedos e a magia dela começou a percorrer por seu corpo, só o que ele conseguiu fazer foi berrar de dor.
Naquele mundo de gelo sua dor pareceu ecoar por todos os lugares.
Só que não tinha ninguém ali que pudesse ajudá-lo.
Ele não tinha esperança alguma para salvá-lo.
* * * *
Será que o Thomas realmente vai ficar sozinho nessa luta? O que vocês acham que Mikaela e Daniel vão fazer?
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A lista das crianças más e a feiticeira do inverno eterno
ParanormalNo Polo sul, três criaturas mitológicas antigas tomam uma decisão vital para o mundo: Os humanos devem ser extintos! Assim começa a aventura! Agora, três adolescentes com poderes mágicos recém descobertos são nossa última linha de defesa contra um...