Alianças

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Os dois estavam na sala do apartamento de Rouge, olhando um para o outro. Já era três da tarde, num final de semana e não estavam fazendo nada.

– Que tédio! – A morcega gritou, cruzando os braços.

– O silêncio estava ótimo. – Knuckles puxou o celular e olhou as novas mensagens.

– Vamos pro shopping!

– Você paga? – "Boa pergunta." Pensou ela.

– Um sorvete? – Começou a pechinchar, Knuckles não era um homem difícil de se comprar.

– Só isso?

– Que tal a próxima edição do seu mangá?

– Você tem uma companhia, vamos. – Colocou o aparelho no bolso e pegou as chaves.

– Interesseiro... – Sorriu, tirando sarro.

– Depois eu te pago alguma outra coisa, abusada. Bota isso aqui e vamos. – Jogou as botas de cano longo dela e foi calçar seus tênis.

[...]

Os dois estavam lado a lado, sorrindo e conversando. Sentaram em um banco, Rouge com um sorvete e Knuckles um refrigerante.

– Se lembra daquela vez na casa da Amy quando você não queria beber com a gente? Você era muito chato!

– Eu lembro daquela vez que a gente quase se beijou na festa de Halloween.

– Estava tão bêbada...

– Foi engraçado. – O rapaz sorriu timidamente.

– E do nada o pessoal chamou a gente! Fiquei puta!

– Eu não vou mentir, eu queria te beijar naquela hora também... – Olhou de lado enquanto bebia, levantou a sobrancelha sugestivamente.

– Não sabia desse seu lado, Knucky... – Ficou mais próxima e pegou na mão dele.

– A gente se conhece a quanto tempo mesmo? – Mudou de assunto, mas sem tirar os olhos da garota.

– Alguns meses, não contei.

– Hm... Estava pensando...

– Sobre o que? Fala. – Seu tom foi mais alto do que queria, pressionou muito.

– ...É aquele ali? – Mudou o assunto assim que viu um coiote marrom. Ela estranhou, virou o rosto e acompanhou o olhar, era seu ex.

– Infelizmente... – Rouge sentiu um frio na espinha.

– Ele tá vindo pra cá.

– Não dá pra me esconder, né?

– Não.

E lá estava ele, com dois jovens ao seu lado. De jeans, com uma camisa branca debaixo de um casaco, todos de grife. Carregava um sorriso debochado de quem estava na vantagem, com as mãos no bolso e óculos escuros pendurados na gola. Era o típico playboy.

– Do que não dá pra se esconder? – Mike tirou as mãos do bolso e cruzou os braços.

– Vai embora, Mike. Não estou nem um pouco afim de conversar contigo. – Rouge virou o rosto.

– Olha pra mim enquanto eu to falando... – Ele tentou puxar o queixo dela, mas o punho do equidna agarrou a mão com força.

– É assim que você fala com ela? – Com um impulso de nervosismo, saiu do aperto do vermelho.

– E quem caralho é você? Sabe quem sou eu, seu otário? – Falou quase como uma autoridade.

– Sei que é um babaca e imbecil com ela. Agora vaza!

Hard to Say "I Love You"Onde histórias criam vida. Descubra agora