O Começo Das Nossas Histórias (parte 1)

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Escuridão era tudo que o equidna conseguia ver. Estava deitado, confortável e parado, sentia em suas mãos a textura lisa e fofa de um tecido. Tentou colocar a mão no rosto e tocou em um travesseiro, o tirou e viu onde estava, sem acreditar.

Estava em sua antiga casa, em sua antiga cama. Se levantou e analisou toda a situação, passou a mãos nos móveis, admirando-os quase como se fossem uma memória perdida há muito tempo. Olhou para a única janela que havia no quarto, o sol clareava como se fosse um dia de verão quente. Foi até a mesa de cabeceira e viu uma fotografia dele quando jovem e sua irmã mais velha, TIkal. Havia perdido o fôlego, dando um passo para trás.

– Eu morri?

Ouviu passos atrás da porta, ouvindo batidas leves na porta:

– Baixinho. – Era como sua irmã o chamava. – O lanche tá pronto!

Ele não acreditou, ficou parado como uma estátua, ao mesmo tempo em que queria mover-se o mais rápido possível para a porta que foi aberta alguns segundo depois.

Tikal estava exatamente como ele lembrava, seus dreads volumosos e olhos azuis eram como um ar fresco para os pulmões do rapaz, ele tremia e começava a chorar. Foi com tudo para a irmã que o abraçou de volta.

– Knuckles! Quantas vezes eu tenho que dizer que você tem que me responder antes que eu entre na porta? Me abraçar não vai melhorar sua situação. – Falou brincante, com um sorriso sereno.

– Eu... eu tava com tanta saudade! – Gritou, abraçando mais forte a garota.

– Ei! Ei! Eu sempre estive aqui. – Limpou as lágrimas que escorriam dos olhos dele. – Tá tudo bem, tá?

– Tá. – Fungou.

– Eu só preciso que você seja forte. – Sorriu como um anjo que leva uma alma ao céu.

Knuckles chorou e chorou, abraçando como se fosse a última vez que abraçaria sua querida e amada irmã.

– Você vai ser forte? – Tikal perguntou.

– Vou. – Uma poça de sangue começou a se formar embaixo dos dois. – Irmã? – Indagou com medo.

– Seja forte. – Sua voz falhava. – Seja... forte. – Sussurrou, antes da sua cabeça ser arrancada por uma figura negra que surgia atrás dela, rindo como um maníaco.

Agarrou o corpo de sua irmã e chorou, sentindo desespero, medo e agonia. A silhueta escura andava ao redor dos dois.

– Patético, você sempre foi fraco. Nunca foi forte o bastante!

O equidna enfureceu-se, levantou-se e deixou o corpo da sua irmã no chão. Socou a criatura com força, mas seu punho não havia atingido nada, como uma assombração a figura sumiu em névoa e se formou na sombra do vermelho.

– De tantos inimigos que você já derrotou, o maior de todos não será destruído com força bruta, verme. – Saiu da sombra, agarrando as pernas. – Você não passa de um fraco, sem amor e insignificante. – Falou enquanto subia para o tronco.

– Saia de mim! – Gritou se debatendo, mas sem sucesso. – O que você quer comigo? Quem é você?

– Você me conhece muito bem Knuckles. – A figura atravessou o peito do rapaz, se formando em frente do equidna, tomando a sua aparência. – Eu sou você.

– Impossível.

– Ah, é bem possível. – Com passadas lentas, se aproximou do jovem e agarrou seu pescoço com força. – Eu sou seus demônios, sua tristeza, suas frustrações, seu medo.

Hard to Say "I Love You"Onde histórias criam vida. Descubra agora