Eram seis da manhã e Rouge continuava deitada no sofá, assistindo desatenta alguma coisa na TV enquanto tentava amenizar aquela situação em sua cabeça. Suas olheiras eram visíveis, o acidente acontecera cinco dias atrás e ela só dormiu três das noites que se seguiram, e provavelmente só conseguiria descansar direito depois de sair do hospital que visitaria daqui a duas horas.
Ouviu a porta de um dos quartos se abrir e Amy andava sonolenta até a sala, onde a morcega estava.
- Acordou cedo. – Disse a ouriça.
- Não dormi. – Respondeu seca.
- De novo? Rouge, eu sei que é difícil pra você, mas precisa dormir. Não foi culpa sua o que aconteceu.
- Tem certeza?
- Tenho. – As duas ficaram em silêncio por um tempo. – Está com fome? – Rouge só balançou a cabeça positivamente. – Calma, amiga. Vamos tomar nosso café, tomar um banho e vamos para o hospital. Ele vai ficar bem.
- Assim espero... – Suspirou fundo.
- Rouge, você quer que eu prepare a banheira pra você? – A outra olhou para Amy com os olhos arregalados.
- Você prepara?
- Preparo.
- Então eu quero.
- Se você puder preparar alguma coisa do café eu adoraria, eu vou lá no banheiro. – E assim saiu da sala.
Ela não poderia, não conseguia fazer muita coisa com o coração apertado daquele jeito. Colocou a mão na cabeça tentando superar as dores que sentia, decidiu tomar mais um analgésico, o mesmo que tomou em todas as madrugadas. A única coisa que a deixava um pouco mais calma era a conversa que tinha salvo no celular com o equidna, também o único sinal de vida que tinha dele mesmo que já tivesse se passado dias sem uma nova mensagem.
Depois do banho e do café preparado por Amy a morcega já estava um pouco mais calma e melhor, não demorou pra se vestir e sair de casa. Estava no carro com seus óculos escuros indo até o hospital, que não era muito longe, chegando lá em poucos minutos foi direto para o recepcionista.
- Pois não senhorita? No que eu posso lhe ajudar? – Indagou com calma.
- Eu estou indo visitar Knuckles.
- Paciente?
- Sim.
- Eu vou chamar o médico, assim que ele der sinal verde, você pode subir.
- Certo.
Esperaram alguns minutos e do elevador saiu o mesmo médico que tinha falado com Rouge no dia anterior:
- Suponho que vieram visitar o Knuckles.
- Sim! – Responderam em uníssono.
- Podem subir. – Quando o médico terminou a frase, Rouge rapidamente foi em direção do elevador. – Segundo andar, quarto cinco.
Amy ao lado da amiga, apertou o botão e as portas se fecharam, e a música ambiente começou a tocar. Não demorando muito para elas chegarem ao andar, saíram a passos largos.
Rouge estava, acima de tudo, nervosa e com medo. Seu coração palpitava tanto que parecia que iria explodir. As duas andaram pelo longo corredor buscando onde ele estava, e, ao encontrar, logo abriram a porta. Sentiram o frio do ar-condicionado do quarto e viram o equidna deitado e desacordado, com o peito enfaixado e algumas maquinas monitorando seus batimentos cardíacos.
Timidamente, a morcega chegava perto de Knuckles ainda triste pela condição que tinha o deixado. Agarrou sua mão, quente, e começara a acariciá-la com seu dedão.
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Hard to Say "I Love You"
FanfictionWestopolis, 2019. Depois de um acontecimento traumático na vida de Knuckles, ele não já esta mais o equidna encrenqueiro que sempre foi. Agora, dentro do ambiente de faculdade com seus conflitos internos que o corroem sua vontade de se levantar cada...