– Rouge foi levada? – Na delegacia, Vector deu um supetão e se ajeitou na cadeira. – Como aconteceu?
Knuckles não falou nada, apenas jogou um papel com um recado escrito à mão.
A morcega é nossa, encontra a gente no porto 5 de Westopolis de meia noite, sozinho. Se tentar alguma gracinha ela morre na hora.
– Já que você tem que ir sozinho porque chamou a gente? Olha, podemos te dar cobertura, mas assim que eles virem a gente irão meter bala nela.
– Sei, só quero que vocês me garantam uma coisa: se nós dois morrermos, matem todos eles.
– Knuckles, você tem certeza disso? – Espio chegou ao lado. – Sabe que não é assim que funciona a lei.
– Eu sei que não, mas tenho certeza que eles vão atirar primeiro, então melhor vocês estarem por perto quando acontecer.
– Você sabe que isso é uma missão suicida, não é? – O camaleão cruzou os braços.
– Ir de frente contra uma gangue armada sem nada nem ninguém? Talvez.
– Knuckles, pensa direito. Eles vão te matar na hora, e talvez até matar ela depois. Você vai morrer! – Vector não gostava do jeito de pensar do vermelho.
O silêncio pairou na sala, todos se olhavam, tentando achar alguma ideia na cabeça para tentar solucionar aquela situação. O equidna fechou o punho determinado e foi andando para fora da delegacia.
– Eu vou. – Disse sério.
– Você vai morrer, sabe disso, não sabe? – Foi o último aviso de Espio, falou sério e claro.
– Prefiro morrer do que deixar ela lá, sozinha, de novo. – Lembrou da noite em que os dois trocaram seus passados, ficou enfurecido só de imaginar ela sendo tocada, agredida por Mike, seu sangue ferveu e veias saltaram na pele. – Eu vou matar aquele filho da puta.
O dia passou lentamente. Não parava de pensar nela, na situação que estava e a cada segundo ficava mais preocupado, sua cabeça criava situações cada vez mais bizarras e sinistras.
E se ela já estivesse morta? Ou espancada? Talvez torturada. A respiração do rapaz descompassava e tentava voltar para a realidade, levantava a cabeça a balançava, ela estará viva! Com certeza!
Foi para o apartamento dela às dez da noite, sentou no quarto dela e viu todas as memórias que criaram juntos: quadrinhos, filmes e muito mais que compartilharam um com o outro. Por um momento escaparam um sorriso e uma lágrima. Riu de si mesmo.
Ficou passando pelos corredores e encontrou a chave reserva do apartamento e as chaves do carro dela. Parou e pensou com calma:
"Não roubaram o carro dela."
Pegou e foi direto para o estacionamento. Pilotou o carro para fora da garagem e foi com calma para a parte portuária da cidade, e como era distante, chegou minutos antes do horário marcado.
Carros de polícia cuidadosamente colocados em pontos estratégicos nas redondezas do porto 5 foram percebidos pelo vermelho. Ele tinha algo que o vingaria, mas não que salvaria ele daquela situação.
E era tudo o que ele precisava.
Conforme ele ia chegando, repensava em sua vida. Perdeu sua irmã, conheceu bons amigos, mas a primeira garota que conseguiu amar com todo seu coração lhe foi tirada dele. Saiu do carro e guardou as chaves.
Vários galpões gigantes de ferro com estruturas de aço circundavam o local, o ar era úmido e o frio da noite fariam Knuckles tremer, mas ele estava ocupado demais tentando não explodir de fúria. Depois de algum tempo, duas figuras saem de um dos galpões, chamando-o com a mão e, quando chegou mais perto, viu armas de fogo nas mãos de cada um.
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Hard to Say "I Love You"
FanfictionWestopolis, 2019. Depois de um acontecimento traumático na vida de Knuckles, ele não já esta mais o equidna encrenqueiro que sempre foi. Agora, dentro do ambiente de faculdade com seus conflitos internos que o corroem sua vontade de se levantar cada...