Christoph parecia mais chocado do que eu. Ele estava sentado no sofá com o papel em mãos, olhando fixamente. Seu semblante estava sério.
-Christoph. -sussurrei.
Ele me olha.
-Eu... Eu não...
-Pois é.
-Não pode ser. Eu não... Foi uma vez e eu estava um pouco embriagado, mas não lembro...
-Bom... O teste de Beta está confirmando o que aconteceu. -olhei para o papel em suas mãos.
Eu sabia que durante tanto tempo ele acabaria se envolvendo com alguém, que poderia se apaixonar novamente, se casar e até ter filhos. Mas depois da nossa reconciliação eu pretendia que esse tipo de acontecimento fosse só nosso. Eu não posso afastar o Christoph das responsabilidades dele, muito menos de um filho. Deve ser ruim crescer sem um dos pais por perto. Talvez o plano de morarmos junto não fosse mais tão real quanto parecia que iria ser.
-Pietra. -ele me encara. -Independente do que for acontecer...
-O quê Christoph? Eu não quero me sentir culpada por fazer um filho crescer sem o pai por perto. Você não é esse tipo de homem, e muito menos eu esse tipo de mulher.
-O que aconteceu ou deixou de acontecer comigo e com a June não tem nada haver conosco.
-Não teve até ela aparecer aqui com um exame de gravidez dizendo que o filho é seu.
Nossas vozes estavam baixas e tranquilas.
-Eu te disse que não lembro.
-Quer dizer que ela está mentindo? A troco de que ela faria uma coisa dessas?
-Sinceramente, eu não sei.
-Pois é. Você vai ser pai, e eu tenho uma vida em São Francisco.
-Você não quer mais que eu vá com você?
-Como você vai abandonar uma criança?
-Eu não vou abandonar ninguém. Nem você, e nem a responsabilidade de assumir um filho. E ainda assim podemos seguir com nossos planos.
Ele pegou minhas mãos e me puxou para mais perto dele, em seguida envolvendo seus braços ao meu redor em um abraço.
-Eu não vou te perder de novo. -ele disse.
-Nem eu quero te perder.
Isso tudo estava parecendo um sonho louco. Tudo tão rápido, tudo tão de repente.
-Eu vou assumir esse filho. Mas também vou com você pra São Francisco.
-E quando a criança nascer? -me afastei do seu abraço para olhar em seus olhos.
-Vai ter muito tempo até lá. Por favor não me olhe assim Pietra, eu estou...
-Desculpa. Eu não esperava por esse tipo de notícia.
-Com certeza, eu também não. Mas não podemos parar nossas vidas por isso.
-Tem certeza de que você quer ir pra São Francisco?
-Eu tenho certeza de que quero estar aonde você estiver.
-E se...
-Não tem essa de: e se... Eu já tomei minha decisão.
-Ah Christoph. -eu estava me sentindo tão frustada.
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Destinado à Você - Livro II
RomanceCertas coisas nunca mudam, outras apenas se mudam para outro lugar. Depois de passar alguns dias em São Francisco, Pietra acaba fixando raizes no lugar, concluiu sua faculdade e tem um emprego instável. Até que certa manhã sua irmã liga a convidan...