Capitulo 16

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Christoph parecia mais chocado do que eu. Ele estava sentado no sofá com o papel em mãos, olhando fixamente. Seu semblante estava sério.

-Christoph. -sussurrei.

Ele me olha.

-Eu... Eu não...

-Pois é.

-Não pode ser. Eu não... Foi uma vez e eu estava um pouco embriagado, mas não lembro...

-Bom... O teste de Beta está confirmando o que aconteceu. -olhei para o papel em suas mãos.

Eu sabia que durante tanto tempo ele acabaria se envolvendo com alguém, que poderia se apaixonar novamente, se casar e até ter filhos. Mas depois da nossa reconciliação eu pretendia que esse tipo de acontecimento fosse só nosso. Eu não posso afastar o Christoph das responsabilidades dele, muito menos de um filho. Deve ser ruim crescer sem um dos pais por perto. Talvez o plano de morarmos junto não fosse mais tão real quanto parecia que iria ser.

-Pietra. -ele me encara. -Independente do que for acontecer...

-O quê Christoph? Eu não quero me sentir culpada por fazer um filho crescer sem o pai por perto. Você não é esse tipo de homem, e muito menos eu esse tipo de mulher.

-O que aconteceu ou deixou de acontecer comigo e com a June não tem nada haver conosco.

-Não teve até ela aparecer aqui com um exame de gravidez dizendo que o filho é seu.

Nossas vozes estavam baixas e tranquilas.

-Eu te disse que não lembro.

-Quer dizer que ela está mentindo? A troco de que ela faria uma coisa dessas?

-Sinceramente, eu não sei.

-Pois é. Você vai ser pai, e eu tenho uma vida em São Francisco.

-Você não quer mais que eu vá com você?

-Como você vai abandonar uma criança?

-Eu não vou abandonar ninguém. Nem você, e nem a responsabilidade de assumir um filho. E ainda assim podemos seguir com nossos planos.

Ele pegou minhas mãos e me puxou para mais perto dele, em seguida envolvendo seus braços ao meu redor em um abraço.

-Eu não vou te perder de novo. -ele disse.

-Nem eu quero te perder.

Isso tudo estava parecendo um sonho louco. Tudo tão rápido, tudo tão de repente.

-Eu vou assumir esse filho. Mas também vou com você pra São Francisco.

-E quando a criança nascer? -me afastei do seu abraço para olhar em seus olhos.

-Vai ter muito tempo até lá. Por favor não me olhe assim Pietra, eu estou...

-Desculpa. Eu não esperava por esse tipo de notícia.

-Com certeza, eu também não. Mas não podemos parar nossas vidas por isso.

-Tem certeza de que você quer ir pra São Francisco?

-Eu tenho certeza de que quero estar aonde você estiver.

-E se...

-Não tem essa de: e se... Eu já tomei minha decisão.

-Ah Christoph. -eu estava me sentindo tão frustada.

Destinado à Você  - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora