Dois dias se passaram desde a notícia. Christoph estava mais do que certo de que realmente iria pra São Francisco comigo. Nossos pais até fizeram um jantar de despedida para nós. Íamos na manhã seguinte.
-Ah minha querida. Eu sempre soube que vocês ficariam juntos no fim das contas. -Genevieve, mãe do Christoph disse.
-Sinceramente senhora Voughan. Eu não tinha certeza disso.
-Christoph sempre gostou muito de você. E mesmo depois que você foi embora, ele jamais deixou de gostar. Pode acreditar em mim, eu sou a mãe dele.
-Eu sei. -nós olhamos para o lado, Christoph estava perto do pai dele, e do meu.
-Ele me contou sobre aquela moça.
-Ah é? Ele não me disse que iria contar.
-Ele me contou como você se sente sobre isso.
-É complicado.
-Eu sei querida. Mas são coisas que não podemos evitar, coisas que não esperamos acontecem o tempo todo. E precisamos aprender a viver com elas.
-Christoph está certo de que quer ir. Mas eu fico pensando sobre como ele vai ficar longe do filho.
-Christoph se tornou um homem incrível. Ele sempre teve um coração lindo. Ele não vai abandonar o filho só por que está longe. E June precisa entender que ele tem objetivos e obrigações com a vida e o trabalho dele também.
-Pois é, ela fez uma cena quando eles conversaram no outro dia.
Christoph foi conversar com June sobre como iriam fazer sobre os cuidados com o bebê mesmo ele estando longe. Eu preferi não ir junto, pois não era assunto meu, mas depois ele me contou que ela agiu de forma histérica. Ele disse que ela implorou para que ele ficasse, e que eles deveriam tentar ficar juntos pelo bebê. Mas Christoph nunca teve um relacionamento com ela, ele disse que jamais deixaria de ser pai e estar presente mesmo estando longe. E que ele precisava cuidar da filial que iria abrir em São Francisco.
Sinceramente eu até entendo a June, sobre querer que ele esteja presente nesse momento. Se fosse comigo, eu também iria querer que o pai do meu filho acompanhasse minha gestação e os primeiros meses de vida. Quem sabe, mais pra frente nós não voltamos para cá para ele ficar perto da criança. Mas nesse exato momento eu precisava voltar, e não tinha o que tirasse da cabeça do Christoph sobre ele querer ir junto.
-Ela vai entender. É tudo recente demais, todos estão com as cabeças quentes.
-Pois é. -inspirei fundo.
Eu ainda estava completamente confusa demais com tudo isso. Eu passei horas conversando com a minha mãe, e mesmo ela me aconselhando eu continuava me sentindo culpada.
-Que horas vocês saem amanhã? -meu pai pergunta.
-Cedo. Eu já estou organizando as coisas em São Francisco, eu só preciso confirmar a compra de um prédio e logo já começo a empresa por lá também.
-Eu tenho certeza de que vai dar tudo certo, meu jovem. -meu pai bateu nas costas do Christoph.
-Com certeza senhor.
Depois do jantar eu acabei decidindo ficar essa última noite na casa dos meus pais. Christoph voltaria logo cedo para me buscar. Quando todos foram embora, eu subi para tomar um banho, ao voltar para o andar de baixo, encontro minha mãe na cozinha preparando um chá.
-Quer chá docinho?
-Sim. Por favor. Cadê o papai?
-Ele já está dormindo.
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Destinado à Você - Livro II
RomanceCertas coisas nunca mudam, outras apenas se mudam para outro lugar. Depois de passar alguns dias em São Francisco, Pietra acaba fixando raizes no lugar, concluiu sua faculdade e tem um emprego instável. Até que certa manhã sua irmã liga a convidan...