-Você está brincando comigo? -digo furiosa aparecendo na porta do escritório.
Quando eu morava com a minha tia aqui neste apartamento, esse quarto costumava ser meu, antes de mim, era uma espécie de closet para minha tia. Agora, nós montamos um escritório. Christoph estava sentado atrás do computador em cima de uma mesa espaçosa, ele ergueu os olhos e me olhou espantado, com as sobrancelhas erguidas.
-Do que você está falando?
-Não acredito que você mexeu no pote que eu deixei na geladeira.
-Que pote?
-O pote preto que eu deixei com a cebola pronta.
-Você ia usar?
-Sim! Eu ia usar, por isso deixei lá.
Ele se levantou e começou a rir.
-Por que é que você está rindo? -eu sentia uma fúria sem sentido e explicação.
-Por que é que você está brava?
-Porque você mexeu nas minhas coisas!
-Suas coisas?
-Sim! Aquelas cebolas era para eu usar depois, e agora estão aonde?
-Estavam na comida que você comeu na hora do almoço.
-E por que é que você não me avisou?
-E eu ia saber que tinha que te avisar?
-Claro! Se viu que tinha lá, tinha que ter imaginado que eu iria usar.
-Você está se ouvindo Pietra? -ele disse com a voz calma.
-Arh! -revirei os olhos. -Não me provoque Christoph!
-Eu não estou te entendendo.
-Eu estou irritada por você ter mexido na minha cebola!
Ele passou a mão pelo cabelo e descansou o queixo sobre a palma da mão, com o cotovelo apoiado sobre a mesa. Respirou fundo e ficou me encarando.
-Por que está me olhando assim?
-Você está se ouvindo? Estamos discutindo por causa de uma cebola?
-Não estamos discutindo.
-Como não?
-Eu não estou discutindo com você, estou te perguntando o motivo de você não ter me avisado que iria usar a cebola que eu tinha deixado preparada para usar.
Ele se levantou e começou a andar na minha direção. Parou na minha frente e colocou as mãos em meus ombros.
-Você está se ouvindo? -ele sussurrou.
Revirei os olhos novamente e virei as coisas a caminho da cozinha. Não dei dois passos e senti sua mão segurar meu braço e me puxar de volta.
-Você está se ouvindo? -ele sussurrou de novo.
-Eu fiquei irritada. -disse começando a me sentir constrangida.
Ele me abraçou, e quando senti ele me apertar em seus braços, meus olhos começaram a encher de lágrima.
-Você está nervosa? -ele perguntou.
-Desculpa. Eu fiquei irritada.
Ele começou a rir.
-Sério que você queria brigar por causa de uma cebola?
Coloquei as mãos no rosto e ele começou a rir sem parar.
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Destinado à Você - Livro II
RomanceCertas coisas nunca mudam, outras apenas se mudam para outro lugar. Depois de passar alguns dias em São Francisco, Pietra acaba fixando raizes no lugar, concluiu sua faculdade e tem um emprego instável. Até que certa manhã sua irmã liga a convidan...