Ao voltar para casa encontrei com a minha irmã, passamos o que pareciam horas infinitas conversando, tanto sobre minha vida em São Francisco, como sobre o casamento dela. Na manhã seguinte acordei bem desperta e renovada, as lembranças do dia anterior já não passavam mais pela minha cabeça como um disco velho e riscado, fiz questão de empurrar para um canto esquecido e escuro da mente.
-Você precisa ir comigo até a cidade vizinha para ver algumas decorações para a festa. -minha irmã começou a falar.
Estávamos todos sentados em seus devidos lugares na mesa tomando o café da manhã.
-Okay. -respondi já bebericando um pouco de café.
-E depois que voltarmos de lá, precisamos ir no salão ver como vai ficar a organização para o jantar.
-Que jantar? -perguntei confusa.
-Pro casamento. Onde Nossas famílias e amigos se reúnem, e comemoramos a data do casamento. E... onde os padrinhos fazem um discurso para os noivos, incluindo você. A madrinha suprema. -ela disse com um sorrisinho.
-O quê? Como assim? Eu não estou sabendo de nada disso.
Minha mãe riu de mim, enquanto minha irmã me encarava.
-É lógico que tem. E você vai se sair muito bem, aliás não é você a escritora da família?
-Escritora sim. Agora metida a palestrante, não!
-Não se preocupe docinho, você vai se sair bem no discurso.
-Mãe, a senhora sabe que eu odeio falar em público.
-Não seja infantil Pietra. -disse meu pai. -São só algumas palavrinhas, e sua irmã só vai se casar uma vez. Eu espero.
-Não fale assim pai. Credo. -ela murmurou. -E aproveite que estou te avisando a tempo. Se bem que eu deveria ter deixado pra te contar só no dia.
-Ahá!
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A viagem levaria cerca de uma hora e meia de carro, durante o caminho acabei sendo tomada pela minha curiosidade, não resisti e acabei perguntando para a minha irmã.
-Você conhece aquela tal de June?
-Sim, ela trabalha na empresa do Christoph, e alguma coisa como contadora ou algo assim. Por quê?
-Nada não. É que no outro dia na praia eu acabei me esbarrando com ele, e ela estava lá toda atirada pra cima dele, e depois se fingiu de namorada super protetora e praticamente me disse pra não chegar perto dele.
-Não acredito! Mas que piranha arrogante.
-Só imaginei que talvez eles estivessem juntos.
-Até onde eu sei, ela é do tipo que se atira para todo e qualquer cara rico que vê pela frente. Eu particularmente nunca vi os dois juntos, mas o Ian disse que viu os dois saindo de mãos dadas de um restaurante uma vez.
-Hum...
-Se eu fosse você não me preocuparia com isso. Ele nunca teve ninguém de verdade depois de você. Sabe como é, a mamãe e a Genevieve sempre estão falando de tudo.
-Eu não estou preocupada.
-Sei.
-É que as vezes eu imagino como teria sido, se eu não tivesse agido por impulso.
-Você pensou que tinha sido traída. Está bem que você foi embora de uma forma muito melodramática, não chegava a tanto. Mas eu te entendo, eu teria feito o mesmo. Quando se ama muito alguém e você é machucado por essa pessoa, você só quer fugir da dor, e por mais longe que vá, a dor sempre vai estar com você.
Permaneci em silêncio. Eu confesso que senti uma raizinha de ciúmes nascendo em mim, mas poderia arranca-la pela raiz. Eu teria que me conformar que não teria o Christoph de volta, e que ele não sentia mais o mesmo por mim.
Passei o resto da tarde indo de loja em loja com a minha irmã, aproveitei para comprar algumas revistas de casamento para aprender a ser uma madrinha. Fizemos um lanche e quatro horas depois estávamos voltando para a ilha. Minha irmã estava indo a caminho do hotel ao invés de retornar para casa.
-Prometo que dessa vez não vamos demorar. -ela disse já estacionando o carro.
A segui caminho a dentro. Eu já tinha vindo aqui outro dia para conversar com a Daneth, mas só tinha ido até a área de alimentação que fica próximo ao hall de entrada. O hotel era grande e ainda no primeiro piso haviam mais três portas e uma delas dava para um grande salão, suponho que seja onde minha irmã vá fazer o jantar. Ela conversou com uma moça que estava ali por uns dez minutos, e então voltamos para o carro.
-Eu disse que não íamos demorar.
Quando estávamos na porta da entrada do hotel, dei de cara com ele. No mesmo instante eu senti meu rosto queimar.
Droga. Como é que eu vou esquecer ele se o vejo em todo canto que vou?!
-Oi Christoph. -minha irmã disse toda animada.
-Olá Ennye. Pietra.
-Oi Christoph. -seus olhos estavam fixos nos meus.
-Hum... Viemos ver o salão para o jantar de amanhã.
Assim que ele ouviu que minha irmã estava falando com ele, ele se virou para ela e fingiu prestar atenção.
-Ah... Bom, muito bom. Espero que esteja tudo em ordem. Se precisar de alguma coisa, por favor me avisa.
-Está tudo indo de encontro á perfeição. Espero você lá. O jantar começa ás oito.
-Eu vou estar. -ele disse isso olhando para mim, mas seu olhar não durou muito. -Mande lembranças ao Ian por mim. Eu preciso ir agora, tem alguns assuntos para resolver.
-Certo, eu vou dar o recado.
-Até mais.
-Até. -eu e minha irmã dissemos em uníssono.
-Ai. Meu. Deus! Você viu isso?! -minha irmã disse pausadamente e eufórica demais.
-Isso o quê?
-Ele não tirava os olhos de você. Você como ele disse "Eu vou estar" olhando fixamente pra você? -ela disse a fala dele engrossando a voz para imitá-lo.
-Pare de bobagem.
-Bobagem nenhum! Eu conheço ele. O Christoph é formal demais para falar com alguém do jeito que ele falou com você.
-Ele só disse meu nome em forma de cumprimento Ennye, não pira.
Começamos a andar até o carro.
-Eu não estou inventando isso. São fatos. Eu vi.
-Você não está me ajudando muito.
-A quê? Superar ele? Minha irmã, você pode até tentar superar aquele homem. Mas escuta o que eu estou te dizendo: Ele não superou você, nem em sete anos e não vai superar nem em um milhão de anos.
-Que exagero.
-Mais exagerada que você, jamais. -ela disse rindo.
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Destinado à Você - Livro II
Любовные романыCertas coisas nunca mudam, outras apenas se mudam para outro lugar. Depois de passar alguns dias em São Francisco, Pietra acaba fixando raizes no lugar, concluiu sua faculdade e tem um emprego instável. Até que certa manhã sua irmã liga a convidan...