Somos Dragões

16

Nos descemos aos pés da montanha mãe, o guepardo alado das neves diminuiu de tamanho e ficou em meu ombro.

- Então e agora? - Hera me olha e eu olho ela.
- Não sei. - falo a ela que ri.
- Minha santa elfa, Haspien! - dou uma risadinha sem graça.
- Vamos entrar escondido, torcer para ninguém nos achar. Achar Beny e Bendy com magia e sumir daqui o mais rápido possível. - olho ela.
- O que achou do meu plano? - ela franze a testa.
- Na real? - concordo com a cabeça - se não morrermos é milagre. - eu ri e ela me acompanha.
- Um belo plano então. - falo andando na frente.
- Bom, melhor que nada. - ela fala me seguindo.

Fomos andando até uma enorme lacuna entre as montanhas ao qual eu achava que era a entrada para o reino deles. Escuto passos e franzo a testa.
- Se esconda. - falo puxando Hera e nos escondendo atrás de uma rocha.
- Peguem ele! - as vozes se aproximaram junto de passos apressados.
Mais que merda, mal entramos e já achamos seres.
Coloco um pedaço da cabeça para fora e vejo um jovem de cabelos vermelhos correndo e logo atrás vindo três homens musculosos. Eles estavam quase alcançando o jovem, o jovem troca um rápido olhar comigo e cai, me escondo atrás da pedra novamente e fico quieto. Não foi culpa minha que ele caiu ok?!
- Pegamos eles! - escuto a voz de um dos três homens.

- E eu mais dois. - escuto uma voz em cima da gente e olho para cima. Sinto o suor descer gelado e meu coração parar por um segundo.
- Oi? - falo sorrindo sem graça ao homem musculoso na pedra em cima da gente.
- Peguem esses ratos e vamos logo! - na hora que o homem virou de costas eu segurei o pulso de Hera e corri, senti algo vir por trás de mim e me abaixo puxando hera, mas ela é mais alta que eu e foi um passo mais lenta. Ergui o braço protegendo o rosto dela e uma corda preta amarra meu braço me puxando para trás.
- Haspien! - ela grita e aponta flechas de magia para os homens que me amarraram.

- Melhor não elfa. - o mesmo homem que nos achou aponta uma adaga para seu pescoço. Ela serra mandíbula e encara o homem mortalmente.
- Tudo bem Hera, lembra do que eu te falei? - falo olhando ela do chão. Ela me encara e as flechas somem, o homem segura os braços dela amarrando a mesma.
- Estou confiando em você Haspien. - ela fala sorrindo e eu retribuo.
- Obrigado. - falo para ela. Puxam meus braços e eu saio do chão ficando em pé.
- Mais delicadeza, por favor. - falo tocando meus pulsos amarrados pela corda preta.
- Gigantes e delicadeza em uma frase não se conecta criança. - o homem ao qual me amarrava falou.

Criança? Eu criança? 
- Não sou uma criança tá legal! - falo gritando ao homem.
- Só uma criança nega que não é uma criança. - o homem que segurava Hera falou. Fico quieto, pois ele realmente tinha razão, mas não sou uma criança!
Fomos andando quietos enquanto eu me sentia sendo observado pelo jovem ao meu lado, seus cabelos e olhos vermelhos eram realmente belos, claro ele não era mais belo que Sun, mas não posso negar a beleza do jovem ruivo ao meu lado. Quanto mais fixo ele me encarava, mas eu queria rir.
- Você é que tipo de raça? - falo encarando o menino que me encarava. Quando nossos olhos se encontraram ele se assusta e tropeça no próprio pé me fazendo rir, ele fica envergonhado e abaixa a cabeça.

- Desculpa por rir. - falo para ele que me olha e eu sorrio ao mesmo que novamente abaixa a cabeça. Acho que é tímido, penso desviando o olhar e  ele novamente começa a me encarar me fazendo sorrir. Fofo.
Passamos por um buraco em uma das fendas da montanha e entramos enfim no reino dos gigantes, fico maravilhado com a visão que aparece em minha frente, havia imaginado casas enormes e seres gigantes andando por todo lado. Mas o local era mais normal do que eu havia pensando, casas pequenas feitas de pedra porém bem feitas, árvores verdes para todo lado e flores douradas e pretas em todo reino. 
Belo, o local é realmente belo! Olhava ao redor curioso e varias pessoas nos olhavam também, não era normal três pessoas amarradas andando pela rua. Sinto vários olhares se fixarem em mim, olhares de nojo e repulsa, sinto um calafrio na espinha e olho para os seres que me encaravam, o olhar de nojo era notável na feição de todos eles.