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Me levanto rapidamente da cama e me sento. Isso...o que é isso? Por que sinto uma grande rejeição em meu peito?

Esfrego meu peito dolorosamente, respiro fundo e consigo manter a calma. Sinto uma queimação no estômago e me levanto, abro a enorme porta de vidro e me encosto na sacada.

Não suma... Preciso de você.

Me assusto e olho ao redor, estou ficando louco só pode.

Ele não está bem...

Olho ao redor novamente, que merda tá acontecendo?

Preciso dele...

Sinto uma enorme dor no peito e me ajoelho no chão sentindo ele queimar. Não sei por qual motivo ou razão eu estou sentindo isso, mas dói, me sinto sufocado.

Saio pelo quarto e pego minhas botas, vou até a porta e abro a mesma saindo rapidamente. Corro pelos corredores do enorme castelo de vidro, corro até a cozinha e saio pela porta dos fundos. Assim que saio sinto o vento gelado bater em minha pele, não ligo e corro até a floresta, o vento batia em minha pele me fazendo arrepiar, onde estou indo?

Sinceramente eu não sei, estou apenas seguindo o som de uma pequena voz que sai de meu peito. Ela me implora para que eu vá pela floresta, sai sem nada no corpo nem armas eu trouxe comigo. Estou louco só pode.

Bufo alto enquanto corro sem destino, sentia uma dor no peito não física mas na alma, meu coração doía cada vez que eu dava um passo. Paro e respiro fundo, sinto a dor apertar.

- O que você quer já não cheguei até aqui? - em resposta sinto apenas uma pontada no peito.

Eu estou conversando com o meu coração? que merda é essa?

Começo a correr novamente, tenho um destino, não sei qual destino, mas estou correndo.

Está errado.

O que está errado? Paro de correr novamente e toco meu peito, sinto uma pontada.

Está errado. Escutava apenas essa voz, e meu corpo sem controle corre, porém quanto mais eu corro mais meu peito dói. Está errado, o que está errado? Me diga!

Não escuto nada e meu corpo apenas corre.

Erramos o caminho.

- Você só pode estar de sacanagem comigo não é? - porra que merda você quer fazer comigo? Respiro fundo e depois ri irritado.

Paro de correr e me encosto em uma árvore. Apenas me diga onde devo chegar? O que é essa dor? Essa rejeição? Me sento na árvore e me encosto nela.

Meio segundo depois eu percebi. Estou perdido!

Olho ao redor, está tudo escuro!

Me levanto da árvore e tento encontrar a direção, e como sempre eu de nome Haspien desastrado como sou, cai um barranco abaixo me fazendo apagar após bater em uma pedra.

Autora:

Haspien estava no chão, todo sujo de terra e um corte sangrento na testa, seu corpo todo estava cheio de lama e gramas. Se não fosse o peito que movia devagar, achariam que era um cadáver morto jogado em um barranco qualquer.

- Irmão eu encontrei algo. - Beny fala cutucando o corpo no chão.

Bend chegou ao lado do irmão.

- É um humano? - Bend virou o rosto pequeno e viu um enorme corte em sua testa.

- Humano? O que um humano faz aqui? - Beny se abaixa ao lado do irmão e encara o rosto sujo de Haspien.

- Não sei, vamos embora. O chefe da vila deve estar preocupado conosco.- Bend se levanta puxando o irmão curioso.

Bend e Beny são dois pequenos goblins inofensivos, ele comem apenas plantas e cascas de árvores, mas por causa de sua aparência hedionda e nojenta, eles eram excluídos pelos os outros seres mágicos. Todos na sua vila viviam escondidos, nunca se aproximavam de ninguém, eram tímidos e medrosos.

Bend como o irmão mais velho não queria problemas para si então foi embora, mas tinha algo incendiando seus pensamentos. Algo como "Não o deixe ali." Beny olhou o irmão, seus pensamentos eram o mesmo.

Um pouco aturdidos os pequenos irmãos voltaram onde viram o corpo de Haspien, usando magia levaram o corpo consigo.

- Droga o chefe vai brigar com a gente.- a voz fina de Beny reclamava alto, Bend revirou os olhos mas não repreendeu o irmão, o chefe irá brigar com eles. Mas os dois irmãos não podiam deixar aquele corpo ali, era como se uma pequena mãozinha estivesse em seus cérebros guiando-os passo a passo para salvar aquele ser, uma sensação incômoda como se alcançassem suas almas as deixando leves e felizes. Era puro demais, eles deviam preservar essa pureza, era como se preservasse a beleza de sua flor preferida Garnelia. A sensação que esse corpo dá para os pequenos irmãos é essa, a mesma sensação da planta sagrada.

Pouco tempo depois atravessaram uma árvore velha e entraram na vila dos goblins, cada pequeno ser verde os olhavam curiosos e bastante assustados, apesar de Haspien ser pequeno os goblins eram menores ainda. Para os goblins que não viam ninguém por medo, Haspien era um gigante.

Ao longe os pequenos irmãos viram o chefe já velho com os braços cruzados bufando de raiva.

- Bend e Beny! - de longe já podiam ouvir os gritos do velho.

- Chefe...- antes mesmo de Beny agir estragado o chefe o cortou.

- O que eu disse sobre nunca trazer seres estranhos com vocês?! Por que vocês trouxeram um humano quase morto com vocês?! Seus pirralhos nunca me escutam?! - o velho chefe se aproximou e puxou ambas as orelhas pontudas dos goblins.

- Ai, ai, ai, ai, calma chefe, deixe nós te explicarmos primeiro.- Beny falou com os olhos marejados, os ouvidos pontudos de qualquer ser que tenham orelhas assim eram doloridos e sensíveis.

- Pirralhos me expliquem antes que eu bata em vocês e arranquem suas orelhas fora.- ambos os pequenos goblins sentiram o suor frio descer pela coluna por causa da voz assustadora do chefe.

- Estou esperando. - o velho chefe cruza os braços enquanto os pequenos goblins tocavam a orelha dolorida.

- Não sabemos chefe.- Bend fala coçando a cabeça sem graça.

O velho chefe quase caiu para trás cuspindo sangue, esses pirralhos idiotas.

Antes que o velho fosse brigar com os pequenos, Bend se apressa e fala.

- Apenas se aproxime dele chefe.- o chefe ao qual o nome era Ben se aproxima após Bend colocar o corpo de Haspien no chão.

- Eu não consigo explicar o que ele é, apenas sinta chefe.- Ben se agacha e vê o estado deplorável de Haspien.

- Esse humano está acabado.- Ben se abaixou e esperou um pouco, nada aconteceu.

Sentiu uma veia salientar em sua testa e olhou os pequenos mortalmente. Esses pirralhos se atreveram a engana-lo, assim que se levantou prestes a bater nós goblins idiota que trouxeram o corpo sentiu algo inexplicável no peito.

Olhou assustado o corpo que respirava agora com alguma dificuldade e entre os lábios do chefe da vila saíram uma palavra.

Garnelia.

Um pouco assustado e sem reação mandou os pequenos goblins levarem Haspien até os curandeiros para que pudesse curá-lo. Com os olhos escuros e o rosto preto o chefe saiu dali.

- O que Garnelia fazia aqui ?.-

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