Claro que Sim, Kurt!

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texto em itálico são pensamentos

palavras em negrito são enfáticas na entonação

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"CLARO QUE SIM, KURT!"

Faltando apenas meia hora para o casamento, todos os convidados já tinham chegado. Foi necessário arrumar alguns lugares extras, já que muitos convidados levaram mais pessoas do que o combinado. Logan já estava no seu posto, na frente do altar, do lado esquerdo do padre, aliás, que padre? Já que não tinha nenhum ali... Que padre ia aceitar ir ali e não pensar que estava entre demônios?! De onde estava, ele podia ouvir todo o sussurro dos convidados, uns mais alegres, outros de incredulidade, outros achando que seria uma cópia do casamento com Mariko, alguns comentários o canadense realmente não queria ter ouvido, especialmente de pessoas que não os viam há anos! Nesse caso, todos tinham dó da noiva, pois "o noivo era violento demais", segundo eles... Ao ouvir comentários assim, o sangue dele aquecia, mas não era o caso de querer quebrar tudo. Ohana tinha trazido um equilíbrio para ele, algo que nunca pensou encontrar em alguém e que sempre havia buscado desesperadamente dentro dele mesmo! Mas todas as vozes param quando ele consegue distinguir a voz de Ohana em meio daquele "mar" de sons:

- Não! Não vou deixar você fazer isso, Charles! – com bastante impaciência na voz.

O canadense quase larga seu posto pra sair correndo e ver o que era, mas a frase seguinte o deixa tranquilo:

- Ohana, eu quero entrar andando no seu casamento, exatamente como fiz nos outros! Por favor, filha... – tentando convencê-la.

- Esse aparelho machuca muito o senhor... Não quero que sinta dor no dia mais feliz da minha vida!

E Logan continuava escutando...

- Eu prometo sentar logo depois e desligar o aparelho, está bem? Não farei a loucura que fiz no casamento de Vampira de ficar com ele por toda a cerimônia. Já pedi para Hank colocar minha cadeira ao lado dele e sentar-se bem à frente, para que me ajude a sentar nela e tirar o aparelho. Por favor! Não se preocupe tanto comigo!

- Como não me preocupar?! O senhor é como um pai pra mim... Não quero que se esforce... – faz carinha de triste.

- Oh! Ohana! Não faça essa cara! Isso é chantagem barata para alguém com o coração tão velho quanto o meu!

Logan sorri sozinho das palavras do Professor, mas para de rir quando pensa na velhice e em como seu futuro era totalmente incerto, sacode a cabeça e percebe que os padrinhos e madrinhas estão chegando; sinal de que a noiva logo viria. Desviando sua atenção totalmente para a entrada da mansão, o canadense até mesmo para de respirar por alguns segundos, todos ficam em silêncio e uma suave música começa a tocar ao som grave de um violoncelo, seguido, logo depois, por um violino. De um pequeno gazebo próximo ao altar, do lado direito, estavam alguns músicos executando a peça de Canon and Gigue em Dó Maior de Johann Pachelbel. Entra Clarisse, muito feliz, com uma espécie de baldinho e, conforme andava, ia jogando pétalas de rosas pelo caminho. O tempo estava muito bom! Nada de ventos fortes, ou Sol muito quente, como havia prometido a Deusa dos Ventos. Logo em seguida, aparece a tão esperada noiva de braços dados com Xavier! Este andava como se nunca tivesse tido problema com as pernas antes! Todos se levantam e alguns flashs de máquinas incomodam um pouco; August estava gravando a cerimônia, ele tinha muita intimidade com câmeras digitais, prometeu que ficaria muito bom! Ninguém duvidou... Se todos ouviam a suave melodia dos violinos, o mesmo não se podia dizer de Logan. Para ele, o tempo havia parado e a única música próxima do seu entendimento, cismava em passar pela sua mente, enquanto via aquela deslumbrante mulher ir à direção dele, com um sorriso mil vezes mais avassalador do que quando se conheceram. Na mente dele, tocavam notas secas de um violão bem incisivo e essa letra, cantada por um homem que não deseja nunca estar longe da pessoa que ama, mesmo que isso signifique sacrificar a si mesmo:

Wolverine - Momentos da VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora