Soluções, problemas e... mãos?!

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texto em itálico são pensamentos

palavras em negrito são enfáticas na entonação

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SOLUÇÕES, PROBLEMAS E... MÃOS?!

Enquanto isso, Ohana e Hank estavam ensaiando os cerimoniais do chá, entre outros. Tudo para que a ruiva não fizesse feio no país do Sol Nascente. Ela sempre achou insuportável quando pessoas de outros países vinham para América sem nem tentar entender os costumes. As culturas acabavam se chocando e o que é comum para certa nacionalidade, não passa de ato vil para a outra. Isso acontece até mesmo de estado para estado, que dirá de um continente para outro? Ela não tinha intenção de fazer justamente o que desprezava nos outros, então, aprendeu com afinco e, em pouco tempo, tinha tudo memorizado, com a ajuda do Professor e o companheirismo de Hank:

- /Bem, Ohana-san, acho que não há mais nada que eu possa te ensinar. As demais coisas, aprenderá somente pela experiência pessoal./

- Domo arigato gozaimasu, sansei! (muito obrigada, professor) – e sorri, por saber que estava falando perfeitamente, sem sotaque e sem erros – Irei contar para o Logan!

O canadense estava terminando de pegar a mala de mão com os documentos dos dois, bem como uma vultosa quantia em cheques de viagem e vários cartões de crédito. Demora um pouco mais, vendo a mansão em toda sua magnitude e pensando em quando chegou ali, pela primeira vez. Como tudo parecia mais escuro, inclusive seu próprio interior; tudo parecia nublado por uma nuvem de raiva incontida, incompreensão e medo. Uma imagem passa rapidamente por sua mente: ele, deitado numa cama, apesar de saber que o nome do lugar é "Profecia", não faz ideia de onde seja, nem mesmo se realmente existe... Junto com essa imagem, um medo incrível da histeria mutante. Pelo reflexo de uma janela, ele pôde se ver, muito mais novo do que estava agora. Apesar de não sentir o característico peso de suas garras nas mãos, sabia que elas estavam lá, talvez ainda somente como osso... Sua boca se fecha num rictos, não importava o quanto aquilo era real ou não. Um amargor ficou em seu coração e ele, olhando novamente a mansão, a vê como é atualmente. Ao menos, para seus olhos: uma fonte de alegria vibrante, onde ele sabia ter refúgio em momentos de fuga e amigos quando a incerteza o apertasse. Acima de tudo isso, foi graças a ela que Logan conseguiu conhecer Ohana. Se não se tivesse deixado "abraçar" pelas pilastras em estilo romano, se não se tivesse permitido sonhar com algo além de si mesmo, jamais teria conhecido a ruiva, sua mulher. Mulher. Aquela palavra ainda soava distante, irreal. Não como o fato em si, mas como o ter alguém com seu sobrenome, mesmo não sabendo direito qual era. Isso não importava, o que importava era a possibilidade de poder continuar existindo e de passar seus genes adiante. Era uma felicidade instintiva, interior; que o faz sorrir, admirando a arquitetura da mansão. Ouvindo várias vozes vindas da cozinha, Ohana se dirige para lá. Assim que entra, encontra quase todos lá, com exceção do casal Summers:

- Boa tarde para todos, alguém viu o Logan? – sorridente.

Se alguém ia proferir alguma palavra desiste, ante a corrida que Remy dá para beijar a mão de Ohana. A ruiva se assusta com a atitude e lança um olhar de "socorro" para Vampira que, soltando um alto som de enfado, pega Clarisse no colo e sai da cozinha. Ao passar pela porta, a sulista comenta:

- Não precisa se preocupar, Ohana. Eu confio em você! – lançando um olhar para a ruiva. Foi o encontro de duas esmeraldas, uma cheia de esperança no futuro e outra cansada de vãs promessas.

O ato de Vampira fez Remy recuar, mas não dura muito tempo, quando o cajun via uma mulher atraente, não conseguia mais responder por si. Era como um vampiro vendo a presa, tudo ao redor parecia sumir e todo seu foco estava sobre a "caça":

Wolverine - Momentos da VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora