Dívidas de sangue são difíceis de pagar

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texto em itálico são pensamentos

palavras em negrito são enfáticas na entonação

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DÍVIDAS DE SANGUE SÃO DIFÍCEIS DE PAGAR

O tempo passado na mansão somente ficou claro ao sair e perceber os últimos raios de sol no horizonte. Ao que parece, a Deusa Amaterasu (Deusa do Sol) estava fugindo mais uma vez, privando os mortais de seu conforto e segurança, deixando-os à sua própria sorte na noite que iria começar.

O próximo lugar era uma pequena exposição de arte. Na verdade, um galpão com muito vidro e lustres, segurança máxima e espaço para os mais badalados objetos. Se alguém da alta sociedade japonesa quisesse um local para expor suas preciosas obras de arte particulares, aquele seria o local perfeito! Se não se contasse com o fator: assassino maníaco! Logan já sabia, somente de olhar, que aquele local nada teria a acrescentar à "investigação". Não havia vestígios de luta, nenhum vidro havia sido quebrado e, segundo o responsável pelo chamado daquela noite, o tapete central – agora um felpudo pelo de carneiro imaculado – mais parecia um imenso mata-borrão vermelho.

- /O lugar tá mexido demais, saca? Se eu não puder encontrar algum lugar que não tenha sido mexido, fica difícil trabalhar... Que exposição estava tendo aquela noite?/ - apenas olhando pelos vidros, tentando apurar os sentidos, mas sem parecer interessado.

- /Eu entendo... Mas o local não estava com seus donos naquela noite. O senhor deve entender que está diante de um dos aluguéis mais caros do Japão! Não é um "acidente" que vai impedi-los de continuar, entende?/ – ao que Logan acena positivamente – /Era uma exposição de diamantes... De um colecionador particular. Uma das maiores gemas, encontrada no Brasil, pertencia a esse senhor... Agora, ele não precisa mais dela.../ - tirando o quepe.

- /E pra que alguém ia roubar um negócio desses? Alguém está de olho no mercado negro? Pode ser que ele tente vender, trocar! Sei lá! Fazer diamantes menores!/ - desistindo de olhar na galeria. Pois o lugar estava mais limpo que mesa de inox em consultório veterinário.

- /Já lançamos um aviso sobre isso. Mas, até agora, nada! E já se passaram dez meses... Sabe, um amigo meu no departamento, responsável pelo perfil psicológico me disse que essa pessoa não tem um padrão e que isso é a primeira vez na carreira dele! Chegou-se a cogitar a possibilidade de ser mais de um, mas o "modus operandi" é o mesmo, sem, contudo, ter uma base sólida... Ele sempre ataca a alta sociedade. Algumas vezes, modifica os corpos para parecerem alguma cena de cinema, outras, somente mata, sem deixar as vítimas sofrerem. Os produtos que rouba são, aparentemente, aleatórios! E, por isso, não encontraram um padrão! Estamos de olho em qualquer tentativa de venda das peças, ou mesmo, na possibilidade de ser um assassino de aluguel. A nossa rede de comunicações está em alerta! Esse é o caso número um em qualquer investigação e/*

*ruído de estática*/Chamando todos os carros! Chamando todos os carros!/ *ruído de estática* /Todas as unidades, qsl na Rua Sakura, numeral décimo oitavo sexto! Repito, Rua Sakura, décimo oitavo sexto! Suspeita de assalto em andamento. O local é um museu. Chamada dirigida para todos os carros nas proximidades./ - sentenciava uma voz feminina dotada de nenhuma emoção, por anos de serviço.

- /Vamos! Talvez, essa seja sua chance de conseguir uma pista mais "fresca" do assassino!/ - abrindo a porta rapidamente e já dando partida no carro.

O canadense quase não tem tempo de pular no assento do passageiro, segurando-se como podia para não acabar sendo jogado fora do carro em movimento. Assim que consegue fechar a porta, fica impressionado com a habilidade do jovem policial em dirigir. Mas, lembra-se de todos os vilões que já o tinham inferiorizado antes de começarem a lutar e como eles haviam mudado de opinião, nos primeiros momentos da luta. Realmente, não era prudente julgar alguém em seu primeiro contato!

Wolverine - Momentos da VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora