texto em itálico são pensamentos
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A proposta dA "Lei"
O canadense não conseguiu permanecer indiferente, mesmo com vários problemas assolando sua mente. Um sorriso desinibido ousou brincar em seus lábios e ele fechou os olhos, respirando fundo. Sempre fazia isso quando desejava apagar as coisas ruins de sua vida, ainda mais depois que conheceu Ohana, o cheiro dela tinha a propriedade de penetrar fundo nas narinas dele, inflando seu ser de doces recordações. Recordações verdadeiras e palpáveis, onde ele era um personagem ativo; não como acontecem com os implantes, onde ele parece se ver, como num conto em terceira pessoa, sem a certeza de estar tomando aquelas decisões. Ou mesmo sem a certeza de ter sido o criador delas... Voltando a olhar para a ruiva, ele não diz nada, apenas caminha mais para perto e, segurando nas costas dela, o canadense a pega no colo, sendo agradecido por um sorriso dela. Não que andar daquele modo fosse ruim, mas era o lugar que não estava sendo agradável. Os gritos de Matsuo ainda podiam ser ouvidos, mesmo que um tanto abafados pelas grossas paredes e pelos dois cômodos que tinham passado. Assim que saem pela porta da frente não acreditam na quantidade de policiais que os esperava. Eram várias viaturas, com outros tantos a pé e todos com as miras prontas. Logan conseguiu ver alguns rostos conhecidos, e era justamente esses que tinham a mira um pouco tremida. Colocando Ohana calmamente no chão, eles não têm tempo de falar nada, o encarregado da operação grita pelo alto-falante:
- /Sr. e Srª. Rogan, vocês estão presos, acusados de invasão de domicílio, depredação e assassinato, sugiro que nos acompanhem sem reagirem, temos ordem de atirar para matar!/ – a voz era certeira, firme, como alguém que não blefa ou, se o faz, está muito acostumado a isso.
O som chega como uma navalha nos ouvidos de Logan, não é sempre que ele é pego de surpresa assim, mas ao que parece, aquele alto-falante era um dos mais potentes que já tinha tido o desprazer de ouvir. Assim que seu ouvido se acostumou, a expressão de desagrado sai de sua face e ele olha para Ohana, desejando que ela ainda fosse mutante, pela primeira vez, para que pudessem dar uma lição naqueles policiais! Mas ele não diz nada, ao invés disso, coloca as mãos para cima, sendo acompanhado pela esposa:
- "Assassinato"?! Eu fui sequestrada e eles nos acusam de assassinato?! – sua expressão era de preocupação mesclada com medo – ela sussurra para que somente o marido consiga ouvir.
- Não precisa ficar com medo, ruiva! Eles estão acusando a gente, mais por saber que tu é minha esposa. Assim que souberem da verdadeira história... – não conseguiu terminar porque Ohana o cortou:
-Vão achar que você é o assassino! Logan, isso é loucura! Você não fez mais do que se defender!
- Gata, eu não matei ninguém lá em cima... Ao menos, não hoje. O que eles podem fazer é querer me cobrar num pacote, desde a primeira vez que pisei no Japão, aí sim, eu tô encrencado... – chegando perto de uma das viaturas.
- Não se mexam! Vocês têm o direito de, como cidadãos americanos, serem colocados em celas especiais, têm direito a um telefonema e tudo o que disserem será usado contra vocês no tribunal. Contudo, a partir de agora, são prisioneiros do governo japonês e vão sofrer as leis desse país, exceto por algum pedido de extradição. Entenderam? – falava, nervoso, o policial, enquanto algemava Logan.
Os dois concordam e são algemados e colocados em carros separados, antes de perderem o contato visual, Logan tentou passar calma no olhar e a certeza de que tudo sairia bem. Ohana fingiu entender, passando a mesma certeza, mas por dentro estava uma pilha de nervos! O caminho até a delegacia não foi longo, com as sirenes ligadas, o tráfego de Tóquio não era problema. Todos os carros desviavam, com os conhecidos rostos de curiosidade sendo endereçados às viaturas.
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Wolverine - Momentos da Vida
FanficPrimeira fanfic que fiz, bem diferente das atuais, mas da qual não posso deixar de ficar feliz em ter escrito, porque me levou ao que consigo escrever hoje ;) ---- Num futuro incerto, a mutação é algo mais comum do que no passado e, ainda assim, alg...