capítulo 35

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Por Isabelle

Cinco semanas depois.

Meu pai vai apresentando uma ótima recuperação nos últimos dias, mas ainda não há previsão para receber alta.  Me emocionei quando ele chamou pelo meu nome depois de duas semanas. Mesmo sendo uma chamada de vídeo, senti como se estivesse lá.

Nas últimas três semanas tenho tido a companhia de Pedro para absolutamente tudo, do café da manhã até às ligações para líderes de outros países.

Estamos em agosto, e agosto trás o único da campanha política no Brasil. O clima é bem diferente das eleições passadas e sinto que a primeira ministra terá maioria para ser reconduzida ao cargo por mais quatro anos.

O trabalho tem sido duro, lidar com o conselho do meu pai não é fácil, pois são conservadores e com pensamentos diferentes do meu. Na realidade, o conselho do Brasil é apenas institucional para manter um legalidade nas ações do monarca.

Não sou um poder moderador e muito menos absolutista, tenho concentrado em minhas mãos os poderes que são meus por direitos. A separação de poderes precisa ser respeitada e por isso, não irei me intrometer de forma alguma no processo eleitoral do Brasil. Errei no passado, mas não me arrependo.

— Hoje começa as campanhas políticas— Disse Pedro.

— Período de editar decretos e aproveitar que aquele ninho de ratos precisa do apoio da população— Respondo.

— O que você quer dizer com isso?

— Ou enviamos um decreto lei da revogação da privatização do sistema de saúde agora, ou nunca iremos enviar.

— Você se lembra o que o conselho disse?

— Não estou nem aí que isso irá gerar problemas para economia, saúde não se deve ser encarado como fonte de renda.

— Isabelle, eu não vou te ajudar a editar um decreto sem compromisso algum com a estabilidade econômica do país. Você ser quer consultou o ministro de finanças a respeito disso.

— Então não me ajude, Pedro. — me levanto, passo por ele e abro a porta— Ela está aberta para você.

— Então é assim? Não faço a sua vontade e você me chuta?

Diz se aproximando e parando na minha frente.

— Não estou te chutando. VOCÊ DISSE que não irá me ajudar, então não vejo motivos para continuar falando com você agora.

Pedro empurrou a porta, me puxou me deixando precionada contra a porta.

O perfume dele embrulhou o meu estômago e sinto vontade de vomitar.

— Pedro— o empurro e corro para o meu banheiro.

— Você está bem?— Perguntou assustado

— Estou, seu perfume me deixou enjoada, acho que foi o almoço. 

— Não sei. Pela noite você acordou e foi vomitar no banheiro, você está sentindo uma fome absurda e esta com um humor infernal. Posso estar enganado, mas você está grávida e considerando a quantidade de vezes que fizemos sexo, esse filho é meu.

Já pensei nessa possibilidade e estou com medo de ser verdade. O mundo não está preparado para ver a princesa herdeira do Brasil grávida de um plebeu.

— O que iremos fazer se isso for verdade?

— Que tal falar a verdade?

— É tão fácil para você, tão fácil que nem se quer teve coragem de terminar com Alicia. Eu sei que ela é seu porto seguro, a pessoa que você corre quando está com medo e cansado das minhas loucuras— as lágrimas tomam o meu rosto.

— Isabelle, eu não estou com Alicia faz duas semanas. Eu não conseguia mais fingir estar com alguém, quando pela primeira vez na vida eu sinto que amo outra pessoa. Você é meu porto seguro e a razão do meu viver, você pode me chutar, mas sempre irei dizer que te amo.

— Eu também te amo.

👑👸

— O que irei fazer, Tio? — pergunto com o teste positivo nas mãos.

— As consequências precisam ser sentidas— Disse sério— Eu falei para você se cuidar, o meu grande medo é a reação do seu pai.

— Eu sei das consequências e sei que meu pai irá me matar. Eu amo o Pedro e estou grávida dele.

— Tem uma alternativa que só você pode resolver.

— Eu não vou retirar o meu filho— Digo ríspida

— Você vai me deixar falar? — assinto— a vontade do monarca de mudar leis imperial de sucessão deve ser anuída.

— Meu bebê altera a linha de sucessão.

— Ele altera a sucessão se for um bebê legítimo, dentro de um casamento segundo as leis do império. Faça o seguinte, expressamente envie um decreto para o parlamento de urgência, que deverá ser votado até a próxima noite. Apenas o imperador poderia fazer isso, porém você é regente e tem todas a sanções delegadas por ele. Irei pessoalmente para Brasília para entregar uma carta com assinatura dos membros da casa de Bragança.

— não precisa ser Unanime?

— Não. Na verdade só precisamos de duas assinaturas e você já tem a minha e terá a de Paula.

— Depois?

— Domingo você irá se casar em uma cerimônia secreta que será divulgada apenas dias depois.

O que faço com o papai?

— Fale a verdade. Agora, vá conversar com o Pedro que ele está uma pilha de nervos andando de um lado para o outro.

Abraço o meu tio.

— Obrigada— beijo sua testa.

Abro a porta do gabinete de Pedro e o vejo andando feito louco dentro da pequena sala.

— Ei— seguro sua mão e vejo seus olhos molhados— Fica calmo

— O que iremos fazer? Nós deveríamos ter tomado cuidado.

— Amor, meu tio irá resolver tudo. Nos teremos o nosso bebê e seremos feliz juntos.

— Isso é impossível, Isabelle.

— Não— seguro seu rosto com as duas mãos.— Acho que você não é tão conhecedor das leis asssim— digo rindo — Joaquim me disse como irei mudar a lei. Outra coisa, domingo você não será mais Pedro Stuart.

— Serei um morto

— Não, você será Príncipe de Santa Cruz, o meu esposo.

— Nós iremos nos casar?— vejo que ele está assustado

— Sim. Você não quer se casar comigo?

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